domingo, 18 de setembro de 2011

É fácil se apaixonar no Rio de Janeiro

O que mais gosto nos filmes do Woody Allen é a cumplicidade que ele tem com as suas cidades. Tá certo que Paris e Barcelona falam por si, mas sua fase nova-iorquina foi sublime. A Big Apple era mais que o cenário. Era um dos personagens principais. Em “Sex and the City”, Carrie Bradshaw e suas amigas tiveram a mesma percepção e tornaram Nova York a quinta menina do grupo. Aqui no Brasil, ouso dizer que nenhuma cidade é tão inspiradora quanto o Rio de Janeiro.

O jornalista Ricardo Boechat, argentino por nascimento e carioca por vocação, explicou um pouco desta sedução. “O Rio é uma metrópole onde você pode ver o horizonte”, disse. Não é que ele está certo? Na Vila Isabel ou na Avenida Presidente Vargas, entre prédios ou entre morros, o céu pinta de azul a silhueta da cidade. Da janela, vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo. E em que outra cidade, o beijo do sol na linha do horizonte recebe aplausos dos hippies doidões sentados no camarote das Pedras do Arpoador? Aliás, o que são as Pedras do Arpoador? O que são as praias do Rio?

No Rio, há uma profusão de sal, areia e pele. Peles brancas, sardentas, morenas, negras, mulatas, tatuadas e camaleoas que desfilam soberanas do Leme ao Pontal. É o território delas, musas às dúzias que vêm e que passam a caminho do mar. Nós, testemunhas oculares do fato, admiramos. Da nossa área VIP, tomamos suco de acerola, açaí com morango, água de coco ou um sanduíche natural do Bibi. Para ver melhor os biquínis (e seus recheios), a gente bebe Skol servida em uma garrafa cercada por uma crosta de gelo – a chamada “canela de pedreiro”. Cerveja há em qualquer lugar, mas no Rio o sabor é amplificado. É como tomar um cálice de vinho nos cafés de Paris com uma revista sobre a mesa. Ou tomar um chá em frente à catedral de St. Paul, em Londres. A bebida ganha outro paladar. O ambiente tempera.

Voltemos a elas. Musas. São bocas em todo lugar, além de corpos malhados, sorrisos talhados. Só flerte, só a fé em movimentos circulares na Zona Sul, de bar em bar. Até tomar um porre de felicidade ou explodir o coração na maior felicidade. Onde quer que seja o endereço dos bailes, lá estão elas: garotas de cinema. Luz, câmera e ação!

É fácil se apaixonar no Rio, tanto quanto em Paris. A diferença é aqui, o amor assalta à luz do dia. À queima roupa. Rio de Janeiro, cidade hardcore. E é mais cruel porque ela faz você se apaixonar pela mesma mulher sempre. A fonte da juventude (ou do rejuvenescimento) está nas areias da Zona Sul.

Há poucas semanas, recebi alguns primos de São Paulo em uma primeira visita ao Rio. Eles chegaram em um dia cinzento, com a chuva fina tão comum à Sampa. Do Santos Dumont à Barra da Tijuca, os cenários estavam encobertos. Porém, algo chamou a atenção deles: a movimentação das pessoas nas calçadas.

- O pessoal aqui não tem medo de chuva.

Pois é, o Rio convida as pessoas a saírem das suas tocas, mesmo com a garoa.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, He-Man está confuso. Não há moral da história para uma resenha turístico-afetiva. Vamos combinar assim, o Rio é maneiro, mas não seja bairrista. Os bairristas não fazem amigos. Amiguinho, não deixe as suas cuecas penduradas na torneira do chuveiro. Até a próxima!!!

sábado, 10 de setembro de 2011

O chocolate e as divagações pós-Dia do Sexo

Já escrevi isso por aqui em algum momento, mas não canso de repetir: sexo é que nem pizza, até quando é ruim, é bom. Mas há uma corrente que atribua os mesmos benefícios terapêuticos do sexo ao chocolate. Alguns cientistas, sem ratinhos para dissecar e sem mais o que fazer, relataram que o chocolate e o sexo ativam as mesmas zonas de prazer do cérebro. Será? Na verdade, o chocolate tem algumas vantagens sobre o milenar esporte do vuco-vuco.

Chocolate não finge orgasmo. Não ligo para o chocolate no dia
seguinte. Como chocolate em público. Não preciso levar o chocolate para jantar. O chocolate não precisa ir para casa no dia seguinte. O chocolate não tem TPM. Posso comer dois (ou três) chocolates ao mesmo tempo e nenhum deles fica com ciúmes. O chocolate não tem crise de carência. Veja futebol com o chocolate e ele não reclama – na verdade, ele pode ser o petisco. Se eu comer um chocolate diferente por dia, eu não serei promíscuo. Posso comer chocolate mesmo sem estar com fome. Posso dividir o mesmo chocolate com os amigos sem que a minha honra vá para a sarjeta. O chocolate tem sempre a mesma aparência, então não corro o risco de traçar um mais ou menos feioso. Meus amigos não vão me sacanear seu eu comer um chocolate feio. Não preciso fazer contorcionismo para comer um chocolate dentro do carro. Posso comer dois ou três chocolates em curtíssimos intervalos de tempo - sem negar fogo. Se eu não conseguir comer um chocolate, ele não vai tentar me consolar. Mesmo nas lojas mais caras, o chocolate ainda é absurdamente mais barato que os sexos mais caros. Posso admitir publicamente que pago pelo chocolate, enquanto não posso dizer o mesmo sobre sexo.

Só que... prefiro sexo.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, hoje aprendemos uma importante lição. Seja sexo, chocolate, pizza ou qualquer delícia deste mundo cão, tudo deve ser apreciado com moderação. Lembre-se que tudo em excesso faz mal. Até o cara gente boa demais é chato! Amiguinho, enfrente os seus medos com autoestima, mas, se precisar, use um porrete! Até a próxima!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ensaio sobre os elogios

Elogio não paga as contas, mas ninguém recusa. Mais do que uma gentileza, uma palavra carinhosa pode levantar a moral da pessoa e dar aquela injeção de ânimo, que, muitas vezes, é só o que ela precisa.

Essas constatações não vão me garantir o Nobel de psicologia, mas, apesar de óbvias, muita gente esquece. Então, vou fazer uma listinha de dicas batidas e repetidas em inúmeros livros de autoajuda, mas que valem o reforço.

Vem comigo!

1. Elogio é um reconhecimento, uma recompensa
Dar bronca é mole! O cara pisou fora da linha, o esporro é certo. Então, por que não fazer o inverso? O cidadão mandou bem, faça um afago. Assim como os cães, os seres humanos adoram um carinho na cabeça. Pena que nós não podemos abanar o rabo.

2. Mulheres a-do-ram elogios
Todos gostam, mas as fêmeas da espécie humana dão piruetas com triplo mortal carpado quando recebem um elogio no momento certo. Essas ocasiões costumam ser quando vestem uma roupa nova, quando são reencontradas, quando estão de TPM (quase sempre), quando estão do lado da sua ex, quando estão em um grupo de amigos, quando estão na academia... enfim, quase sempre. Só tenha cuidado com amabilidades duvidosas do tipo: “nossa, você está tão bonita que nem te reconheci” ou “uau! Você nem parece a idade que tem!”. Fail!!!

3. Formas inesperadas de elogios têm maior peso
Imagina a situação: você está em um dia tenso de trabalho, tudo parece que vai dar errado, mas seu celular apita com um torpedo. Na telinha está escrito “Já te falei que você é uma pessoa sensacional? Beijo grande”. Pronto! Alguém ganhou o dia.

4. Elogios aos filhos também atingem os pais
Pais são seres babões desde que seus pimpolhos ainda eram projetos de espermatozóides. Então, quer fazer um pai ou uma mãe feliz? Diga que sua prole é linda.

5. Em alguns casos, mentirinhas fazem pessoas felizes
Ah, vai, mentiras sinceras interessam! Cazuza sabia disso e não é de todo mal. Contanto que você não perca a linha no exagero, um elogio fofo, porém não tão verídico, têm o seu valor. Esse é um caso delicado, pois você está na tênue linha entre o gentil e o pelassaco!

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, o recado do dia é simples e objetivo: elogio é sempre bem-vindo. Se você gosta deu receber, então aproveite e faça alguns de vez em quando. Amiguinho, um bom café da manhã é garantia de saúde por todo o dia! Até a próxima!!!