Certas pessoas nunca chegam a ser amigos de fato, mas passam por nossas vidas e deixam como legado algumas proezas que quem ouve acha que é cascata. São "conhecidos", "parceiros", "colegas" ou similares, mas que sempre aparecem em alguma recordação esdrúxula. São como episódios de do "Seinfeld": você lembra de trechos, mas acaba não sabendo quando aconteceu. Um exemplo é o Kleber, um amigo (forçando a barra) nesse estilo. Acabamos seguindo caminhos diferentes e o contato acabou reduzido até desaparecer.
Bom, antes de contar uma dessas peripécias você precisa visualizar o Kleber. A grosso modo, ele era assim: indivíduo alto, rato de academia, forte que nem um búfalo, cabelo curtinho, queixo quadrado e um guarda-roupa onde era impossível encontrar uma camisa em tamanho adulto. Costumávamos dizer que ele só comprava suas camisas na Bicho Comeu ou na Lilica Ripilica. (aliás, que nome engraçado esse: Lilica Ripilica). Captou a figura?
Mas, contrariando todo o arquétipo do bronco, Kleber era um indivíduo gente fina, pacífico e sereno. Só não era companheiro de chopp, pois não bebia uma gota de álcool sequer. Era o tipo do cara que chegava no bar, pedia um Gatorade e ainda complementava: "Traz bem gelado, garçom".
Outro talento de Kleber era com a mulherada. Por fazer o tipo fortão-de-camisa-coladinha, a reação era oito ou oitenta. Elas concluíam que ele era gay ou que era gato e valia a tentativa. Mesmo com a vantagem do físico, o cara era capaz de colocar tudo em risco com alguma frase adoravelmente sem noção. Certa vez aproximou-se de uma menina e disparou essa: "Está o maior frio, né? Você não quer me aquecer, não?". Pior que a menina topou virar cobertor do Kleber.
Em um fim de semana perdido no tempo e espaço, decidimos mexer com as filhas dos outros fora do Rio. Subimos a serra e fomos para Itaipava. Lá no friozinho da serra, Kleber conheceu Ilana e mandou outra de suas pérolas. Pena que essa eu não tive o prazer de ouvir, mas deu certo. A guria caiu nos seus encantos e eles ficaram juntos a noite inteira. Trocaram telefones e ficaram se falando durante semanas. O cupido foi certeiro.
Durante esse tempo, eu tive que aturar os pedidos insistentes de que editássemos a Operação Itaipava 2 – A Revanche. Chegou uma hora que cansei.
- Ta bom, Klebão. Vamos nessa! – e lá fomos nós subindo a montanha.
O casal se reencontrou e sumiu. Eu fui procurar alguma loirinha petropolitana de ascendência alemã para conversar. Aliás, essa é uma história de muitos anos atrás. Eu estava na flor dos 20 aninhos e não tinha as malícias do jogo. Não tenho até hoje, mas me divirto. Antes, eu ficava tenso. Placar final da noite: 0x0 monótono.
Mas, não é o meu score que importa. Quando Kleber voltou, já com o dia claro, fiquei sabendo de uma das conversas mais hilárias desde que Adão foi passar sua primeira cantada na Eva.
Vamos ao flashback:
Bem serelepe, o casal iniciou os amassos tórridos no carro. Vendo que o bicho estava pegando, Kleber partiu para a ofensiva.
- Vamos sair daqui.
- Demorou!
E lá foram eles zanzando por Itaipava. Depois de alguns minutos, Kleber levantou a bola:
- Então, você quer ir pra onde?
- Não sei – imagine essa frase dita grudentamente manhosa.
- Então, você quer ir pra onde? – Kleber repetiu já tremendo.
- Vamos para onde o destino nos levar.
Ui! Essa foi digna da seção de cartas da revista Capricho.
Kleber olhou para as ruas à sua frente, olhou para a Ilana, voltou a olhar para as ruas e, à sua maneira, refletiu toda a honestidade que cabia em seu ser:
- Olha só, eu não sou daqui. Dá para você me dizer onde fica o destino?
E quem disse que Ilana se fez de rogada?
- Pega o próximo retorno, porque o destino ficou para trás.
Vem cá, poderia ser diferente com o Kleber?
PS: O relacionamento não resistiu aos sobes e desces da serra.
Bom, antes de contar uma dessas peripécias você precisa visualizar o Kleber. A grosso modo, ele era assim: indivíduo alto, rato de academia, forte que nem um búfalo, cabelo curtinho, queixo quadrado e um guarda-roupa onde era impossível encontrar uma camisa em tamanho adulto. Costumávamos dizer que ele só comprava suas camisas na Bicho Comeu ou na Lilica Ripilica. (aliás, que nome engraçado esse: Lilica Ripilica). Captou a figura?
Mas, contrariando todo o arquétipo do bronco, Kleber era um indivíduo gente fina, pacífico e sereno. Só não era companheiro de chopp, pois não bebia uma gota de álcool sequer. Era o tipo do cara que chegava no bar, pedia um Gatorade e ainda complementava: "Traz bem gelado, garçom".
Outro talento de Kleber era com a mulherada. Por fazer o tipo fortão-de-camisa-coladinha, a reação era oito ou oitenta. Elas concluíam que ele era gay ou que era gato e valia a tentativa. Mesmo com a vantagem do físico, o cara era capaz de colocar tudo em risco com alguma frase adoravelmente sem noção. Certa vez aproximou-se de uma menina e disparou essa: "Está o maior frio, né? Você não quer me aquecer, não?". Pior que a menina topou virar cobertor do Kleber.
Em um fim de semana perdido no tempo e espaço, decidimos mexer com as filhas dos outros fora do Rio. Subimos a serra e fomos para Itaipava. Lá no friozinho da serra, Kleber conheceu Ilana e mandou outra de suas pérolas. Pena que essa eu não tive o prazer de ouvir, mas deu certo. A guria caiu nos seus encantos e eles ficaram juntos a noite inteira. Trocaram telefones e ficaram se falando durante semanas. O cupido foi certeiro.
Durante esse tempo, eu tive que aturar os pedidos insistentes de que editássemos a Operação Itaipava 2 – A Revanche. Chegou uma hora que cansei.
- Ta bom, Klebão. Vamos nessa! – e lá fomos nós subindo a montanha.
O casal se reencontrou e sumiu. Eu fui procurar alguma loirinha petropolitana de ascendência alemã para conversar. Aliás, essa é uma história de muitos anos atrás. Eu estava na flor dos 20 aninhos e não tinha as malícias do jogo. Não tenho até hoje, mas me divirto. Antes, eu ficava tenso. Placar final da noite: 0x0 monótono.
Mas, não é o meu score que importa. Quando Kleber voltou, já com o dia claro, fiquei sabendo de uma das conversas mais hilárias desde que Adão foi passar sua primeira cantada na Eva.
Vamos ao flashback:
Bem serelepe, o casal iniciou os amassos tórridos no carro. Vendo que o bicho estava pegando, Kleber partiu para a ofensiva.
- Vamos sair daqui.
- Demorou!
E lá foram eles zanzando por Itaipava. Depois de alguns minutos, Kleber levantou a bola:
- Então, você quer ir pra onde?
- Não sei – imagine essa frase dita grudentamente manhosa.
- Então, você quer ir pra onde? – Kleber repetiu já tremendo.
- Vamos para onde o destino nos levar.
Ui! Essa foi digna da seção de cartas da revista Capricho.
Kleber olhou para as ruas à sua frente, olhou para a Ilana, voltou a olhar para as ruas e, à sua maneira, refletiu toda a honestidade que cabia em seu ser:
- Olha só, eu não sou daqui. Dá para você me dizer onde fica o destino?
E quem disse que Ilana se fez de rogada?
- Pega o próximo retorno, porque o destino ficou para trás.
Vem cá, poderia ser diferente com o Kleber?
PS: O relacionamento não resistiu aos sobes e desces da serra.
5 comentários:
UEEEEEEEEEEEEEEEPA!
Eu conheço essa história... Hahahahaha!
Pq vcs, homens, insistem em subir a serra? Vc conhece, e deve saber de algumas histórias, de amigos que vão até Juiz de Fora para pegar mulher. Na boa, pq isso acontece? Falta de possibilidades no Rio? Ou mesmo falta de comprometimento? Fica mais fácil qdo a distância é gde, não?
PS: Seu blog é muito bacana.
Bjs, re
VULGO, você foi testemunha ocular do fato.
RENATA, o artista vai aonde o seu público está.
Renata, concordo com vc...e Surfista....uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu para essa sua busca....rs...bjs.
Não fui testemunha ocular do fato mas também conheço essa história...
Grande Kleber, esse sabe pedir um suco de morango!
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