quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cheiro no cangote

Entre planilhas, gráficos, cabos de computador, biscoitos, caderninhos e chicletes, um item na minha gaveta do trabalho ainda causa certo estranhamento nas pessoas. Pertinho da escova de dente e da pasta, repousa um vidrinho de perfume. Fazer o quê? Mamãe criou seus filhotes para serem educados, independentes e cheirosos.

Vivo no ambiente machista onde a máxima é “perfume que mulher gosta é o cheiro de homem”. Concordo. Mas duvido que elas se incomodem com um Diesel Fuel for Life no cangote do sujeito.

Proponho uma inversão na situação. Imagine a Angelina Jolie (ah, Angelina...) com cheiro de ônibus lotado no verão carioca. Aposto que você comparece ao chamado do dever assim mesmo, mas é certo que vai rolar um leve desapontamento na missão. Aqueles olhos grandes e desconcertantes não combinam com a fragrância de suor coletivo temperado no Leite de Rosas. Guardadas as devidas proporções, a lógica funciona para os homens.

Claro que o indivíduo deve ter prudência. Perfume ruim é que nem passeio de barco: pode até agradar nos primeiros cinco minutos, mas depois causa enjoo. Em algumas pessoas, já incomoda logo nos primeiros segundos. Particularmente, fujo dos aromas adocicados demais. Meu olfato é diabético.

Claro que cada um tem as suas preferências, mas acho difícil errar em um perfume com tons amadeirados ou cítricos. Lembremos do bom Ralph Lauren, praticamente em todas as suas versões (verde, preto e azul). Também acho que o Jean-Gaultier Le Male é uma grata surpresa. Se você abstrair a embalagem feiosa em forma de corpo masculino, vai encontrar uma fragrância excelente. Outra pedida com pouca margem de erro é o Dolce & Gabbana Light Blue, com frescor e suavidade perfeitos para o dia. Nesta mesma linha, o Calvin Klein Infinity é classe A. No limite do limite da doçura, está o Tommy. Mais um pouquinho, e ele estaria na categoria dos aromas melados.

Para a noite, os meus favoritos incontestáveis são o Ralph Lauren Black e o tradicional (vulgo verde). Rapaz, é garantia de sucesso. Borrife gotinhas no pescoço e na barriga (tem que ser otimista, pequeno jedi) e vá para qualquer evento sem medo de ser feliz.

A cultura brasileira é ideal para bons perfumes. Cumprimentamos com dois beijinhos na face (menos em São Paulo) e é aí que você soma pontos importantes na primeira impressão. Se ela cumprimentar você, fechar os olhinhos e deixar escapar um “hmmm...”, a partida já está caminhando para o placar positivo.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, você está fazendo bico de consultor da Avon? Ou da Jequiti? De onde surgiu essa sua veia de entendedor de perfumes? O poderoso He-Man, que vos fala com inestimável sabedoria, é curto e grosso: de nada adianta o malandro estar irrigado no mel, mas com outros detalhes pendentes. Tem que estar no equilíbrio dos elementos, sacou? Amiguinho, organize suas anotações para que você não se perca em pilhas de papel. Até a próxima!!!



Um comentário:

Barbara Góes disse...

Elaiá.. homem cheiroso é o que há! Na realidade, é um dos primeiros pontos a serem contados. Um cheirinho amadeirado ganha qualquer mulher. É quase certo.

Eu sou adepta de todo tipo de perfume, desde os masculinos ( sim, eu uso) até os bem doces. Meus atuais são o Accordes (Boticário) e Hypnôse (Lancôme).