O Carnaval passa. As histórias ficam. E uma ocorrência que
merece nota é o encontro (verídico) entre o Professor Honório e uma das suas
pupilas.
Era um vez...
Honório estava curtindo a passagem de um bloco na praia da
Barra. Com o calor dos infernos, a pouca roupa era predominante nas alegres foliãs.
Tranquilamente, o nobre professor acompanhava o vaivém das beldades com
admiração quase penitente.
- Professor! Professor!
Honório ouviu o chamado e percebeu uma fadinha acenando ao
longe. Ele correspondeu o cumprimento e, para a sua surpresa, reconheceu uma
das suas alunas da PUC, que logo veio ao seu encontro. Segundo ele, a guria
estava um espetáculo, como a maioria das estudantes de comunicação da memorável
Pontifícia Universidade Católica. Papo vai, papo vem, o bloco passava e a
fadinha de asas verdes continua empolgada com a conversa.
Essa fada. Essa fadinha.
Cacófatos oportunos!
- Vamos sentar ali no quiosque e tomar uma água de coco.
- Claro.
Honório analisava friamente a situação e vivia o dilema da
ética segundo a perspectiva poética do Seu Jorge: “pego. Não pego. Pego. Não pego.
Pego. Não pego”.
Mais papo vai. Mais papo vem. O último fiapo de ética e
escrúpulo que restavam na consciência de Honório era justamente a idade da
fadinha verde.
- Qual a sua idade mesmo?
Deus, faça com que ela
seja maior de idade!
- 18, professor.
- Pode me chamar de Honório. Esquece esse lance de
professor.
- Qual a sua idade, professor? Quer dizer, Honório.
- 19 anos – respondeu sem pestanejar.
- Ah, professor, você tá brincando.
- Tô não.
- Tá sim. Fala a verdade, professor.
- Tenho 19 anos.
- Ah, seu bobo.
- Verdade. Tenho 19 anos a mais que você.
Silêncio.
- Errrr... professor, vou ali com as minhas amigas e volto
já.
- Claro, querida.
Honório ficou no quiosque rindo consigo mesmo. Bebeu a água
de coco às gargalhadas. Perde-se a conquista, mas não se perde a piada jamais.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, você sabia que a maioria dos professores detesta
ser chamado de professor quando estão à paisana? E faz sentido. Se você
encontra o seu encanador na rua, você sai gritando “Ei, encanador. Tudo beleza?”.
Soa estranho, não? A lição principal é não chamar o professor de professor
quando ele não está dentro da escola ou universidade. A exceção é se ele for o
Professor Xavier. Péssima piada final. Boto a culpa na ressaca da folia.
Amiguinho, cuidado com as dores musculares crônicas. Busque tratamento adequado
e evite perrengues posteriores. Até a próxima!!!
Um comentário:
Eu não me incomodo de ser chamado de professor na rua, também não me incomodo de ser cumprimentado - coisa que muito professor não gosta. E essa situação é uma das maiores armadilhas éticas de uma sala de aula. Muitos caem nela e jamais voltam. rs
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