Leitor querido, preciso confessar! Há
muito tempo eu queria usar esse título esdrúxulo em uma postagem. Faltava uma história que se
encaixasse. Finalmente, surgiu. Obrigado, querida Guadalupe!
Os encontros entre Guadalupe e Serafim estavam se tornando mais frequentes. Certa
noite, nossa heroína aceitou o convite para subir ao apartamento dele, tomar um vinhozinho, ouvir uma música mais relaxante, ficar mais à vontade.
Enfim, todas aquelas justificativas molengas para validar que duas pessoas
fiquem peladas entre quatro paredes ao som do Kenny G.
Pronta para o combate, Guadalupe entrou no apê e se acomodou
no sofá enquanto o rapaz se incumbiu de preparar um drink.

Enquanto isso, Guadalupe
ficou fazendo aquela análise minuciosa e neurótica do cafofo. Checou a decoração, buscou sinais de bagunça e observou se tinha
poeira sobre a mesa e migalhas de biscoito no sofá. Fez o pente-fino com olhos
de águia e nível de exigência de recrutadora de executivos. Foi aí que aconteceu.
A moça arregalou os olhos e sentiu o coração apertar.
Pausa na cena. Trilha
sonora de “Kill Bill” quando a Noiva encara os inimigos. Segue a trama!
Perto da TV, Guadalupe identificou “Eclipse”, o terceiro
voluma da Saga Crepúsculo. O marcador de página no meio do livro revelava a
leitura em andamento.
- Taquelpariu... – sussurrou.
Quando Serafim voltou, a sala estava vazia. Guadalupe saiu à
francesa.
Dias depois, as razões da sua fuga ninja vieram à tona
em um jantar mexicano. Entre amigos, tacos,
nachos e algumas cervejas com limão, Guadalupe revelou a origem da sua frustração.
- Ah, não. Homem que lê livro romântico para chorar não é
para mim. Se tivesse lido o primeiro livro, eu perdoaria. Se tivesse lido Dan
Brown, eu perdoaria com ressalvas. Mas acompanhar a Saga Crepúsculo é demais! Ele já
estava no meio de “Eclipse”, terceiro livro da série. Não dava, não.
E não deu mesmo.
HE-MAN?
Amiguinho, ouça com atenção essa lição simples e dura: se
você é homem, tem mais de 30 anos e ainda lê histórias românticas melosas, fique
atento. Você corre o risco de não comer mais ninguém. Essa história de homem
sensível é bonitinha e tals, mas com moderação. Leia Bukowiski. Amiguinho, fique
atento à sua rua. Se você notar alguma criança perto de estranhos ou figuras
suspeitas, procure ajuda. Até a próxima!!!