Alguns leitores passam por aqui e deixam uma sementinha em forma de recado. Muitas vezes, o indivíduo nem sabe que o fez. Manel Cruz apareceu aqui sabe-se lá como e largou uma poesia e um questionamento. Pulemos os versinhos e vamos ao seu dilema:
Caro blogueiro, cai aqui por acaso. O que fazer quando se sofre por amor?
Caiu de pára-quedas como tantos outros. Se voltou, não sei. Mas a pergunta ficou me martelando. Lembrei de Doralice, mulher que raptou o meu coração por alguns meses.
Você sabe a diferença entre sequestro e rapto?
Eu estava caidinho pela Doralice. Para descrevê-la, peço licença aos versos do Seu Jorge: seu cabelo me alucinava. sua boca me devorava, sua voz me iluminava e seu olhar me apavorava. Mas o carinho seguia uma via de mão única. Eu a adorava sem qualquer retorno.
Eu me acostumei a amar sem qualquer retorno. E sempre que saíamos, a hora mais triste era a que eu parava em frente à sua casa, no Recreio dos Bandeirantes. Ela saia do carro e deixava um vazio tremendo. No dia seguinte, o ciclo se repetia e a mesma sensação de tristeza me invadia. Sempre no momento dos dois beijinhos e do tchau.
Doralice, que não era besta, percebeu que algo mudava nos segundos antes de fechar a porta e sair.
- O que você tem?
- Nada. Bobagem.
- Conta.
Não cou contar. Não vou contar. Não vou contar.
- É que... eu... é que...
Raios! Por que eu não me seguro???
- Doralice, eu sou alucinado por você, mas sei que o sentimento não é recíproco. Não tenho esperanças. Esperanças se foram faz tempo. Não tenho fé. A fé se foi também. Eu só tenho o presente, que são esses momentos em que estamos juntos. E toda vez que você sai do carro, eu acho que pode ser a última.
Carajo! Essa veio lá das entranhas. Lá do pré-sal da alma.
Doralice esboçou um sorriso, mas desistiu. Ficou séria. Ela fez um leve carinho no meu rosto e saiu sem dizer uma palavra. De fato, eu não a vi muitas vezes depois. O presente se juntou à esperança e à fé e sumiu. Restou apenas a lembrança.
Então, meu caro Manel, eu não sei o que se faz quando o sofrimento vem do amor. Poucos sabem. Apenas sei que valorizar cada momento é um santo remédio contra um mal muito pior: o remorso.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, estava demorando para você resgatar essas histórias do limbo. Mas fico feliz que você não tenha uma memória do tamanho da saia da mocinha da Uniban. Sobre a pergunta do nosso caro Manel, atente à soberana letra do He-Man, aquele que só conhece os males da rejeição através das músicas do Wando e das novelas da Maria do Bairro: não há razão melhor para sofrer que por amor. Na verdade, é a única razão que vale a pena. Depois dessa, vou depenar a Feiticeira de Greyskull e já volto. Amiguinho, não aponte os defeitos das outras pessoas! Até a próxima!!!
Caro blogueiro, cai aqui por acaso. O que fazer quando se sofre por amor?
Caiu de pára-quedas como tantos outros. Se voltou, não sei. Mas a pergunta ficou me martelando. Lembrei de Doralice, mulher que raptou o meu coração por alguns meses.
Você sabe a diferença entre sequestro e rapto?
Eu estava caidinho pela Doralice. Para descrevê-la, peço licença aos versos do Seu Jorge: seu cabelo me alucinava. sua boca me devorava, sua voz me iluminava e seu olhar me apavorava. Mas o carinho seguia uma via de mão única. Eu a adorava sem qualquer retorno.
Eu me acostumei a amar sem qualquer retorno. E sempre que saíamos, a hora mais triste era a que eu parava em frente à sua casa, no Recreio dos Bandeirantes. Ela saia do carro e deixava um vazio tremendo. No dia seguinte, o ciclo se repetia e a mesma sensação de tristeza me invadia. Sempre no momento dos dois beijinhos e do tchau.
Doralice, que não era besta, percebeu que algo mudava nos segundos antes de fechar a porta e sair.
- O que você tem?
- Nada. Bobagem.
- Conta.
Não cou contar. Não vou contar. Não vou contar.
- É que... eu... é que...
Raios! Por que eu não me seguro???
- Doralice, eu sou alucinado por você, mas sei que o sentimento não é recíproco. Não tenho esperanças. Esperanças se foram faz tempo. Não tenho fé. A fé se foi também. Eu só tenho o presente, que são esses momentos em que estamos juntos. E toda vez que você sai do carro, eu acho que pode ser a última.
Carajo! Essa veio lá das entranhas. Lá do pré-sal da alma.
Doralice esboçou um sorriso, mas desistiu. Ficou séria. Ela fez um leve carinho no meu rosto e saiu sem dizer uma palavra. De fato, eu não a vi muitas vezes depois. O presente se juntou à esperança e à fé e sumiu. Restou apenas a lembrança.
Então, meu caro Manel, eu não sei o que se faz quando o sofrimento vem do amor. Poucos sabem. Apenas sei que valorizar cada momento é um santo remédio contra um mal muito pior: o remorso.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, estava demorando para você resgatar essas histórias do limbo. Mas fico feliz que você não tenha uma memória do tamanho da saia da mocinha da Uniban. Sobre a pergunta do nosso caro Manel, atente à soberana letra do He-Man, aquele que só conhece os males da rejeição através das músicas do Wando e das novelas da Maria do Bairro: não há razão melhor para sofrer que por amor. Na verdade, é a única razão que vale a pena. Depois dessa, vou depenar a Feiticeira de Greyskull e já volto. Amiguinho, não aponte os defeitos das outras pessoas! Até a próxima!!!