sábado, 31 de outubro de 2009

Além do horizonte, existe um lugar...

Você tem um recanto? Um esconderijo qualquer para recarregar as suas baterias? Olha, acho que deveria ser direito de todo cidadão o acesso a um canto sem cobertura de celular, telefonia móvel, internet (mesmo a discada) e rede wifi. Um lugarejo como o Crasto, entre o rio e o mar de Sergipe.

Aposto que você nunca ouviu falar do Crasto, um povoado de pescadores com menos de 100 habitantes. O lugar é tão micro que não existe no mapa. Até o acesso é difícil, bicho. Depois de sair da rodovia (perto da cidade de Santa Luzia, se não me engano), o aventureiro encara uma estrada de terra batida sem qualquer sinalização. Após dividir uma pista de rally com cavalos, vaquinhas e carroças, você chega a uma vila silenciosa, cercada por barcos pesqueiros e pela água perolada do litoral.

Visitei o Crasto à noite, em companhia de alguns amigos boêmios, que queriam me fazer um agrado. Como qualquer fim de mundo que se preze, não havia viv'alma na única rua do local. Mas como tenho amigos influentes (e queridos), um dos restaurantes do local reabriu o expediente só para nos atender.

Sentiu a moral? O Surfista Platinado tem as costas quentes em qualquer lugar do Brasil.

O programinha simples ganhou contornos bacanas por ser isso mesmo: simples. A gente comeu uma moqueca de peixe deliciosa em uma mesinha rústica fincada na areia da praia. Para hidratar, várias cervejas no melhor estilo "canela de pedreiro".

Glossário do Surfista: diz-se no Rio de Janeiro, que a legítima cerveja estupidamente gelada é aquela que vem com a camada esbranquiçada de gelo sobre o vidro. A aparência da garrafa fica como uma canela coberta por cal, que nem a dos nossos amigos da construção civil.

Sob os nossos pés descalços, a areia fininha. Ao nosso redor, o cheio da água doce do rio que se encontrava com a água salgada do mar. Sobre nós, um teto de estrelas e a lua crescente. Às vezes, eu ficava com o nariz apontado para o céu. Meus amigos, acostumados com aquilo tudo, riam. Eles achavam que o rapaz da cidade grande não aguentava o tranco da birita nordestina. Mal sabiam eles que eu estava guardando cada detalhe daquele momento. Para variar, eu não estava com a câmera. Tudo que vi e senti ficou guardado aqui ó, na memória.

PS. Crasto também é o nome de uma região portuguesa famosa por seus vinhos.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho viajante, você está sem assunto? Seu simpático pardieiro deixou de ser o seu diário sórdido para ganhar ares de Guia 4 Rodas ou você pensa em abrir uma franquia da CVC Turismo? Você não precisa picar a mula para o agradável estado de Sergipe, apesar de ser um bom programa. O país está repleto de fins de mundo isolados e acolhedores. Levante suas nádegas sedentárias do sofá e procure. Às vezes, nem é necessário sair da sua cidade. Faça o teste! Amiguinho, desligue os aparelhos elétricos quando eles não estiverem em uso. Até a próxima

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A loira perdida na guerra do Oriente Médio

Podemos até discutir sobre a intensidade e o modus operandi, mas as mulheres têm um talento ímpar para fazer gato e sapato dos homens. Voluntariamente ou não, elas sabem usar aquela carinha de cachorro que caiu da mudança que nos torna completos vassalos. Eu faço esta afimação com conhecimento de causa.

No penúltimo período da faculdade de comunicação, eu conheci a formanda Cleonice, loiraça belzebú com corpaço de tirar a paz de espírito do mais pacato dos homens. A mulher era um espetáculo de arquitetura e aerodinâmica, mas era inteligente como uma samambaia.

Está é a lei da compensação. Nada vem em excesso sem que algo seja deficiente no mesmo pacote. Presta atenção ao seu redor e veja se eu estou mentindo.

Cleonice fazia uma aula comigo e costumava puxar conversa. Ficar de papinho com aquele monumento era deveras divertido e encorajador. Em uma dessas conversas, ela comentou que estava com dificuldades em finalizar a sua monografia. O tema era sobre a influência da imprensa ocidental nas guerras do Oriente Médio.

Vamos combinar que o assunto era vasto em possibilidades. Daria para redigir umas 200 monografias sobre esta pauta.

- Quer uma ajudinha, Cleonice? Eu sei um pouco sobre o seu tema e posso te dar umas dicas.

Mentira nº1: eu não sabia absolutamente nada sobre a influência da imprensa ocidental nas guerras do Oriente Médio.

- Não vai te incomodar?

- De jeito nenhum. Somos amigos, né? Traz um disquete com o arquivo.

Mentira nº 2: que papo sem-vergonha esse de amigo, hein? A única amizade que eu queria com a Cleonice era a colorida – em tons pastéis.

Dito e feito, ela trouxe um disquinho com a monografia. Para a minha surpresa, ela apareceu também uns três ou quatro livros e um vídeo com um documentário sobre a Guerra do Golfo. Estranhei, mas aceitei. A surpresa maior ainda estava a caminho.

Ao chegar em casa, abri o disco e percebi que eu estava entrando na conversa da loira gostosa. Contando com a capa, a danada tinha redigido cinco páginas. E o conteúdo era ruim de doer.

Você lembra que ela disse que só precisava de uma ajuda para finalizar a monografia? Pois é, só se fosse para encerrar a introdução.

- E aí? O que você achou do texto?

Um lixo, mas como você é deliciosa e quero te dar uns pegas, vou lançar a mentira nº 3.

- Tá legal, mas podemos melhorar algumas partes. Só acho o conteúdo está pequeno. Você não disse que só faltavam alguns ajustes para finalizar?

- Me enganei, mas você escreve tão bem, é tão inteligente. Vamos conversar e matamos essa monografia em dois tempos.

Miserável esperta! Foi direto na minha vaidade: elogiou minha forma de escrever. Claro que eu mordi a isca.

Nas semanas seguintes, aconteceu o óbvio. Eu fiz todo o trabalho da Cleonice e ela passou com uma nota boa. O período acabou, ela se formou e pergunta se eu peguei?

Vou dar quatro opções:

a) Não
b) Nunca
c) Só em sonhos eróticos
e) Todas as respostas acima

Nunca mais tive notícias da loiraça, mas aprendi horrores sobre a influência da imprensa ocidental nas guerras do Oriente Médio. No fim das contas, ela não era tão burrinha assim.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, vamos começar com uma correção importante: Cleonice até podia ser gostosa, mas "espetáculo de arquitetura e aerodinâmica" sãopredicados que só cabem à minha pessoa musculosa. Enfim, você está perdoado. Além de se tornar um especialista sobre o Irã, Iraque, CNN, Saddam Hussein e George Bush Sr., espero que você tenha aprendido uma segunda lição importantíssima: as fêmeas (especialmente as deliciosas e estúpidas) são como anacondas (ou a nossa popular jiboia). Elas são lerdas, mas vão te enrolando, enrolando, enrolando e quando você percebe, tchau! Já era. Você foi esmagado e devorado. Essas tapadas são as mais perigosas. Amiguinho, a menos que você tenha 12 anos de idade, não faça guerra de pipoca no cinema. Até a próxima!!!

domingo, 18 de outubro de 2009

O meu primeiro dia de férias - Parte II

Lá pelas 5h da manhã, o voo extra da Gol decolou para Salvador deixando cerca de 80 passageiros furiosos. Eu estava exausto, tenso e achando que a minha viagem de férias corria sério risco.

Depois de esbravejar contra a negligência da companhia aérea, minha válvula de escape foi observar os novos personagens que surgiam na sala de embarque.

O guerrilheiro.

O clima foi ficando cada vez mais pesado. As pessoas estavam enclausuradas na sala de embarque há uma eternidade. Quando o meu relógio marcou 7h, eu estava que nem Jack Bauer: 24 horas ligadão. Por alguma razão, as pessoas conversavam comigo. Num desses papos, surgiu o Guerrilheiro.

Acho que fui um psiquiatra em outra vida. É impressionante como as pessoas curtem desabafar nos meus ouvidinhos.

- A gente tem que fazer alguma coisa. Vamos quebrar as vidraças e invadir o próximo avião. Nós temos prioridade, cacete! – propôs o Guerrilheiro.

- Calma. Não vai adiantar, cara. Como a gente vai invadir um avião? – argumentei.

- Então, vamos bloquear a porta de embarque. O avião tem que levar a gente para Salvador de qualquer maneira.

O Guerrilheiro era um forte candidato a tomar gás de pimenta nos olhos. Depois de alguns planos, ele se acalmou.

A gaúcha e o cachorro perdido

Na multidão, as exigências eram várias. Tinha gente que exigia as malas, tinha gente que demandava uma vaga, mas uma gaúcha estava desesperada por uma razão que latia.

- Bah, eu quero saber onde está o meu cachorro. Eu despachei o meu cão em Porto Alegre há doze horas e ele pode estar morto em algum lugar. Eu quero o meu cachorro!

Como tudo era motivo para iniciar um gritaria, os outros passageiros compraram a briga.

- Cadê o cachorro da mulher?

- Processa a Gol!

Mas havia a turma do farinha-pouca-meu-pirão-primeiro.

- Que se dane o cachorro. Eu quero embarcar!!!

Glossário do Surfista: esta expressão tipicamente carioca significa que se há pouca oferta no mercado, cada um que se vire para levar a sua parte. É uma filosofia egoísta mesmo.

O baiano bom de briga

Após uma madrugada de cárcere no Galeão, as pessoas ficavam agressivas. Um baiano provou que o povo da boa terra não é tão manso quanto se pensa. O sujeito foi ao balcão da Gol e berrou para o aeroporto todo ouvir.

- Rapaz, você está brincando com um homem de 53 anos. Se esse avião não decolar, você vai se ver comigo. Só tem gente com superior completo neste voo. Posso lhe adiantar que porrada na cara de vagabundo não dá cadeia. Eu pago uma cesta básica e saio pela porta de frente da delegacia, viu?

Blefe ou não, o baiano animou os outros pasageiros. O voo atrasou pela milésima vez, mas o moço não enfiou a mão na cara de ninguém. Para cumprir parte da promessa, sobrou um soco no computador da Gol. Voaram as teclas ESC, Caps Lock e o ABC inteiro para todos os lados.

Às 9h30, embarcamos para Salvador. Murphy estava acompanhando a aventura de pertinho e três pessoas não couberam no avião. Para eles, a aventura ainda renderia muito. A aeronave decolou sob aplausos.

Cara, cadê as minhas malas?

Ainda no Rio, fiz amizade com uma menina que iria a um casamento em Aracaju. Com a sequência de atrasos, ela perdeu a festa. Só lhe restaria o passeio mesmo.

Ela me fez companhia no avião e participaria da reta final da viagem. Ao chegar a Salvador, começou a caça pela minha bagagem. Enquanto a menina que perdeu o casamento foi checar como seguiríamos para Aracaju, eu fui conduzido a uma sala com malas perdidas. Será que as minhas coisas estavam lá? Claaaaaro que não.

Taquelpariu, eu estava acordado há 29 horas, sujo, suado, fedido e sem malas.

Outros dois passageiros perderam as suas malas. Parecia que eu teria o mesmo destino.

- Caso as suas malas sejam localizadas, a companhia lhe enviará pelo correio entre dois e trinta dias.

Não sei o que me desesperou mais: a palavra “caso” ou a frase “a companhia lhe enviará pelo correio entre dois e trinta dias”.

Uma outra funcionária da Gol lembrou que duas malas ainda estavam guardadas num buraco qualquer do aeroporto.

Aimeudeusdocéu, com a minha tradicional sorte, qual seria a chance de que essas duas míseras malas sejam as minhas?

Quando o carinha surgiu pelas portas da esperança, reconheci as minhas malas.

Iiiiiiiiiiuuuuuuuuupiiiiiiiiii!Aleeeeeluia!

Esse “iupi” foi meio esquisitão, mas juro que foi o que pensei.

Resumindo o que rolou depois, não havia mais voo para Aracaju no mesmo dia e negociei um táxi para a capital de Sergipe (pago pela Gol, é claro). Eu e a menina que perdeu o casamento embarcamos por via terrestre mesmo. Tirei um cochilo durante a viagem, mas quando abri os olhos, percebi que o motorista estava trafegando a cândidos 180km/h pela belíssima Linha Verde, a rodovia que liga Salvador a Aracaju. Desisti de dormir e preferi rezar para chegar inteiro. Às 17h45 do sábado, mandei um torpedo para o Rio de Janeiro avisando que cheguei.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, como sua história foi imensa, quase do tamanho da carta de Pero Vaz de Caminha, o todo-poderoso He-Man será objetivo: processa a Gol! Amiguinho, cuidado com as tesouras ao cortar as unhas. Até a próxima!!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O meu primeiro dia de férias - Parte I

Nos idos tempos do colégio, a Tia Teteca cobrava dos alunos do primário uma redação sobre as férias. 99,9% redigiam suas crônicas sob o singelo título de “Minhas Férias”. Pois é, agora eu estou de férias no ensolarado estado de Sergipe. Porém, para chegar até aqui, o drama foi de lascar. Vou compartilhar com você a odisseia que foi a viagem Rio-Aracaju.

Minhas férias...

Cerca de 13 quilômetros separam o lugar onde trabalho do aeroporto do Galeão. Nas condições normais de temperatura e pressão, eu faço esse trajeto em 15 minutos. Na sexta-feira, dia 9 de outubro, o céu desabou em forma de tempestade sobre o Rio de Janeiro. Com isso, a Cidade Maravilhosa (e Olímpica) encarou um dos piores engarrafamentos de sua história e os 15 minutos se tornaram 3 horas de trânsito.

Cheguei ao aeroporto 40 minutos antes do meu embarque. Pouco antes do meu check-in, a atendente da Gol informou que o meu voo foi cancelado, pois o aeroporto estava superlotado. Os passageiros deste avião seriam recolocados na aeronave das 4h20. Despachei a minha bagagem e olhei para o relógio: 22h13. Daí para frente, passei por situações que parecem até mentira. Saca só:

O xixi acompanhado

Fui passear pelo aeroporto para comer alguma coisa e matar o tempo. Tomei um café e fui ao banheiro fazer aquele xixi básico. Um sujeito parou no mictório ao lado e puxou assunto.

Se tem uma coisa que não rola de jeito nenhum é puxar conversa com um desconhecido que está urinando ao seu lado. Isso é inadmissível.

- Mijar é bom, né?

- Errr... pois é.

Decidi não dar muita trela para o cara.

- Dá o maior alívio, né?

- Dá.

- Tô com os olhos todos vermelhos. Até parece que fumei um baseado, mas eu não fumei.

Ah, tudo faz sentido.

- Sei.

Lavei as mãos e fui embora antes que o cara quisesse discutir a crise de Honduras durante o meu xixi.

A crise e os personagens: o careca que perdeu as malas.

Em frente ao balcão da Gol, se formou um tumulto. O tal voo das 4h20 estava lotado e todos os passageiros não caberiam no avião. Surgiu o primeiro personagem: um sujeito careca queria suas malas de volta, mas os atendentes estavam perdidos e não sabiam o paradeiro da bagagem. O sujeito careca explodiu em um esporro sem vírgulas:

- Seusfilhasdaputaeuqueroaminhabagagemagorapois-euvouprocessarvocêse...

Pausa para respirar...

- Euvouprocessarestacompanhiaetodosvocêsvãoparaoolhodaruaseus-filhosdaputaincompetentes.

A massa aplaudiu. Em poucos minutos, chegaram ao lobby a polícia federal, os seguranças do aeroporto e a TV Record. Pelo que vi, o grito deu certo e as malas do careca apareceram. As minhas sumiram.

A triste missão do angolano

Fiquei zanzando pelo aeroporto, torcendo para o tempo passar rápido. Fiz amizade com um grupo de Campinas e uma menina que também viajava para Aracaju. Às 4h15, fomos formalmente informados que o voo estava superlotado e a maioria dos passageiros não poderia embarcar. Rolaria uma peneira para decidir quem embarcaria. O pau quase quebrou (de novo) no Galeão.

Um negão de quase dois metros de altura estava com os olhos marejados. Ele puxou um dos funcionários da Gol e explicou a sua história.

- Eu vim de Angola para enterrar o meu filho que morreu em Salvador. Eu preciso chegar lá pela manhã.

Caraca, aquilo me partiu o coração. Tanto a história do sujeito quanto o tom de voz, quase soluçante. O pior é que o angolano quase ficou de fora do voo das 4 horas.

A menina sem malas

Como era de se esperar, o avião deixaria uma cacetada de gente furiosa no Galeão. Um moça alta gritou:

- Já que eu não vou embarcar, eu quero as minhas malas de volta. Este avião só decola quando eu tiver as minhas malas. Chama a polícia.

A polícia chegou, o avião decolou para Salvador levando as malas da menina, que ficou esbravejando na sala de embarque.

- Minhas malas! Minhas malas!

Seria cômico, se não fosse trágico. A garota xingou a Gol em todos os palavrões conhecidos pela língua portuguesa e voltou para casa. O careca teve sorte melhor.

Acabou? Não! Tem mais. No próximo capítulo, eu conto a histórias de outros personagens do meu voo, o que aconteceu com as minhas malas desaparecidas e como cheguei a Aracaju. He-Man, segura as pontas e guarda a moral para a Parte II.
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domingo, 4 de outubro de 2009

He-Man responde! #16

BLOGUEIRA MOJITO PERGUNTA:
Só tenho uma curiosidade, como o Surfista escolhe os codinomes que usa em seus textos? Com exceção da Inês, que já foi explicado num post anterior.

HE-MAN RESPONDE!
Querida Mojito, a sua dúvida é a mesma de muita gente que visita este humilde blog. Para batizar seus pitorescos personagens, o Surfista Platinado usa dois critérios:

1. A partir da inspiração na obra do Nelsão Rodrigues, o autor dá preferência a nomes polissílabos e do português mais antigo. O blogueiro acha que nomes incomuns (Bartolomeu, Agripino, Cassandra, Bernardete, Demétrio, Jandira etc) dão identidade aos personagens. Eles ganham uma personalidade mais forte.

2. As musas ganham referências particulares. Assim como Inês é inesquecível, Princesa Léia sempre será princesa e Amália será sempre a mocinha na chuva. As musas são batizadas com muita atenção.

Pronto! Tá explicado.