terça-feira, 22 de setembro de 2009

Armani Code

Há algum tempo, eu escrevi sobre a coisa mais legal que um homem poderia ouvir de uma mulher. Na ocasião, muita gente perguntou sobre o que eu ouvi, que declaração me deixou completamente balançado. Eu preferi não contar. Hoje, mudei de ideia.

Ah, mais um momento nostálgico deste blog.

Léia não chegou a ser namorada, mas foi uma mulher extremamente especial. Tive um relacionamento intenso com ela e curti cada momento. Por alguma razão que não se explica, o caso nunca se consolidou. Então, podemos concluir que Léia não chegou a ser uma "ex" no sentido clássico da palavra, mas ocupou um lugar importante em meu coração.

Certo dia, encontrei Léia em um daqueles encontros casuais. A gente conversou e tentou manter a compostura, a maturidade de um casal que se reencontra após um bom tempo.

Aliás, essa é uma lenda. Como é possível ficar indiferente à presença de uma pessoa que foi especial? Que teve toda uma intimidade com você? Papinho para boi dormir.

- Me dá uma carona? - Léia pediu ao final da noite.

- Claro.

Ai, ai, ai...

No caminho, ela comentou que havia se envolvido com um cara bacana. Eles viajavam muito e o sujeito era divertido e tals. Eu me resumia a concordar.

O que eu diriar em uma hora dessas?

Parei o carro em frente à portaria dela. Da mesma forma que parei tantas vezes antes. O perfume dela continua o mesmo: Armani. Foi ela que me ensinou a identificar certas fragâncias femininas.

Maluco, mulher cheirosa me tira do sério! Quando o perfume tem o tom certo chega a ser sádico. Mulher de vestido e com o perfume correto me derruba. Periga até me levaro ao altar.

Ficamos em silêncio durante algum tempo. Léia sorriu, me deu um abraço, os dois beijinhos protocolares e abriu a porta do carro. Antes de sair, olhou sobre o ombro e disse:

- Depois de você, eu segui a vida. Eu realmente me envolvi com outro cara. Foi legal. Quando ele me abraçava ou íamos para a cama, eu ficava muito irritada, porque ele não era você.

Assim. Seco. Sem rodeios e sem esperar uma resposta. Léia mandou esse míssil e saiu à francesa. Levou consigo o Armani e os cabelos esvoaçantes. Voltei para casa desnorteado, atordoado.

A declaração de Léia foi atordoante porque ela foi (é) especial. Porque foi um desabafo corajoso, direto, explícito e generoso. Não ficaram dúvidas no ar. Eu me senti um cara muito importante diante dela. Se fosse qualquer outra pessoa em outra circunstância, a tal frase seria banal. Vindo de quem veio, o impacto foi arrasador.

PS. Princesa Léia, demorou um pouco, mas você virou musa.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, que fofo, que meigo! As meninas especiais sabem usar as palavras com maestria. Veja como Léia teve a sensibilidade de lançar a bomba no momento exato em que você estava relembrando os amassos no carro. Ela sabia. As mulheres sempre sabem, mesmo quando acham que não sabem. Vai por mim, amiguinho. Você foi presa fácil. Anote uma dica poderosa: guarde mais esta lembrança como se fosse um Picasso, um Dali. Sacou a metáfora para algo inestimável, né? Ah, bom. Amiguinho, seja objetivo ao telefone. Nem todo mundo tem a sua vida mansa e pode ficar de conversa mole. Até a próxima!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O cavalheiro exagerado e a mulher desafiada

Sou um defensor ferrenho do cavalheirismo. Assim como o Roberto já cantou, "eu sou (quase) aquele amante à moda antiga, do tipo que ainda manda flores". Desde pequeno, eu descobri a importância de certas gentilezas, como abrir a porta do carro, puxar a cadeira, ficar de pé diante de uma mulher e essas coisas. E sabe o mais engraçado? Sempre funcionou.

É um tipo de diferencial competitivo.

Mas há uma tênue linha que divide o cavalheiro do pastel.

Quando eu tinha 14 anos, as meninas chamavam os garotos mais bobocas de pastéis. Fiquei com esse troço na cabeça e morro de medo. Pastel é um insulto desclassificante.

O homem gentil deve conhecer a fronteira entre a doçura e o instinto predador. Aquele olhar furioso do Dirty Harry que traduz um pensamento singular:

Se eu te pego agora, você vai ficar sem fôlego, guria.

Nesse ponto, começamos a história de Bernardete. Nossa heróina conheceu Agripino em uma festa estranha com gente esquisita. O garoto era bonitinho e despertou sem interesse. Depois de um punhado de charme, ele mordeu a isca e foi cair nos braços da moçoila.

É sempre assim. Por mais velozes e furiosos que sejamos, por mais que tenhamos o olhar facínora do Dirty Harry, são elas que decidem. São as regras do jogo.

Seguindo o protocolo, eles trocaram telefones e se reencontraram. Agripino era tudo que ela queria: gatinho, divertido, levemente alternativo, inteligente etc etc. Além disso, ele era gentil como poucos. Fazia todas aquelas coisas que descrevi no primeiro parágrafo. O problema é que o sujeito era fofo demais da conta. Sendo bem transparente, Agripino não tentava bolinar o corpinho da Bernardete.

Em um primeiro momento, foi simpático, mas essa simpatia toda passou logo. Eles iam ao cinema, se atracavam no carro e... só. O infeliz não tentava qualquer sarrinho. Nada de apertos nos peitinhos ou mão boba na coxa. Nada, nada, nada. Obviamente, Bernardete ficou grilada.

Será que ele não se interessa por mim? Será que estou... gorda? Argghhhhh!

Várias dúvidas percorreram sua cabecinha morena. Em uma tarde de sábado, Bernadete resolveu testar os hormônios do bom Agripino com um convite para um DVDzinho em seu apartamento. Claro que ele topou, mas seria melhor que ele tivesse furado. Durante duas horas e sete minutos, o cara se limitou a ficar de mãos dadas. Não houve qualquer movimento brusco ou intimidante. Absolutamente nada!

O namorico do Chico Bento e da Rosinha era mais picante que a experiência de Bernardete.

Nos dias seguintes, a batalha se intensificou. Bernardete usava saias curtas, blusas decotadas, batom vermelho, unhas postiças e o escambau. Porém, o rapaz continuava sem esboçar nada. Naturalmente, sua masculinidade foi questionada.

Após algumas semanas de insistência, Bernardete tinha duas escolhas: partir para o ataque soviético ou tirar o seu time de campo. Ela lembrou de suas ancestrais caçadoras e as recentes incendiárias de lingeries e partiu para o ataque desesperado. Quando o rapaz menos esperava, ela voou no seu pescoço e colocou um ponto final em seu drama. No fim das contas, Agripino não era gay. Era apenas gentil demais.

E como cantou o Rei: "apesar do velho tênis e da calça desbotada, ainda chamo de querida a namorada".

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, a doce história de Bernardete e Agripino é bastante reveladora. Por mais que sejam senhoras da situação, as mulheres entram em cuto-circuito se o modus operandi de um cara vai contra a lógica. Se o mimoso Agripino tivesse voado no sutiã da nossa heroína logo no segundo encontro, ele seria mais um e só. Sua resistência colocou a em xeque o orgulho feminino. Ah, as mulheres desafiadas são implacáveis. A lição, amiguinho, é simples: seja gentil, mas seja agressivo também. Nem todas têm a perseverança da Bernadete. Na verdade, a maioria vai optar por te mandar para escanteio e partir para outro jogo. Amiguinho, respeite as filas. Até a próxima!!!

sábado, 5 de setembro de 2009

Surfista Platinado: 2ª Temporada

Caramba! O blog completou seu segundo aniversário e eu não percebi. Que furo!

Bom, mas ainda há tempo para agradecer aos olhos atentos da moçada que chega aqui sem querer e, principalmente, àqueles que voltam sempre para saber o que tenho para contar. Moçada, eu escrevo para vocês. Não tem essa de guardar histórias embaixo do colchão. Eu digito essas presepadas todas porque descobri que posso levar alguns minutos bacanas para uma porção de gente. Obrigado pela atenção, pelos e-mails, pelas confissões, pelos elogios, pelas críticas e por manterem a lojinha aberta!

Putz, como estou meloso...

Ah, como não poderia ser diferente, segue a lista dos meus textos favoritos da Segunda Temporada:


:: O rapaz só sentado na última fileira do cinema


Por quê? Porque foi um momento de desabafo de um solteirão e ficou bonitinho.


:: A espantosa história da menina sozinha na night carioca


Por quê? Porque histórias com reviravoltas sempre me interessam. Essa foi tão surreal que merece um lugar no hall da fama.


:: A estranha noite de Cassandra e suas amigas


Por quê? Pela mesma justifica acima: o inusitado e o surpreendente. E porque marcou a Estagiária Cassandra como uma das personagens mais queridas desse pardieiro.

:: As aventuras de Anette e o namorado-corrimão
Por quê? Porque é um conto de amor e tolerância dos tempos mordernos. Quer coisa mais contemporânea que namorar um stripper?



:: A menina que queria ser musa


Por quê? Por que foi trágico e ficou cômico. O maior bolo que tomei na vida foi justamente por intermédio deste blog.


:: Peter Pan e a busca pela eterna lua de mel


Por quê? Porque se tornou uma homenagem a um casal de amigos queridos e se ganhou eco nos pensamentos de muitos leitores. O bom é ser feliz e mais nada!


:: O amor e outros desastres


Por quê? Porque o Surfista Platinado tem seus momentos de bom moço e essa é uma história de amor do jeito que eu gosto.


:: Favor não mexer com o porco


Por quê? Porque é um conto tipicamente carioca, mas que poderia virar um filme do Guy Ritchie.


:: Mulheres em chamas


Por quê? Porque fala de sacanagem e sempre é bom tocar neste assunto - ainda mais com embasamento técnico e estatístico.


Já agradeci a todos pela atenção e pelo carinho? Já, né? Mas eu agradeço de novo! OBRIGADO!!!