quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Participação especial #9

Jogo rápido! Recuperando o tempo perdido, o Caixa Preta tem outro texto do Surfista. Natal? Não, não. O tema é a arte da cantada. Curioso? Então, clique aqui e divirta-se!
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E aliás. Feliz Natal a todos!!!

domingo, 21 de dezembro de 2008

O inimigo interior

Cassandra, a bela estagiária do meu departamento, começou a chegar ao trabalho sem o seu humor habitual. Ela costuma melhorar ao longo do dia, mas suas primeiras horas são sisudas. Como já somos amigos, certo dia, resolvi perguntar:

- O que houve, menina? Tem dormido mal?

- Doug, o anticristo veio morar na minha casa.

Parêntesis: Cassandra é universitária e mora em uma república, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. No seu apartamento, moravam outras duas garotas, que tinham uma relação muito boa com a minha amiga. Uma delas se mudou e abriu uma vaga para outra menina. É aí que começa a ficar legal...

Filomena surgiu dos confins do universo para dividir o apartamento com Cassandra e a outra guria, que não sei o nome. Bastaram dois dias para a mocinha mostrar as garras.

Sem ordem cronológica, pincei algumas pérolas de Filomena, relatadas diariamente por Cassandra. Cada observação forma o perfil multifacetado da nova companheira de quarto:

Filomena, a comentarista de cinema

Cassandra, Filomena e a terceira universitária, que não sei o nome, estavam vendo "Rei Arthur", na TV. Dar pitacos durante um filme é direito de todos, mas dar uma contribuição a cada 5 minutos é um abuso.

- Ih, maluco. Agora a casa caiu para o Arthur.

- Olha lá, mané! Ó o tamanho da espada do malandro.

- Cumpádi, olha o bonde dos invasores; Tudo alemão, aí!

Filomena, a respeitadora

Cassandra chegou em casa lá pelas 10 horas da noite. Estava exausta e se jogou no sofá. Era a primeira vez que conseguia relaxar. Fechou os olhos e quase dormiu ali mesmo. Foi arrancada de seus belos e pacíficos pensamentos por uma cantoria. Abriu os olhos com dificuldade e viu Filomena passando pela sala. A moçoila estava coberta apenas por uma micro-toalha. Atrás dela, um rastro de água e um aroma de desodorante Nívea.

- Ih, tu já chegou? Acabei de sair do banho. Olha, estou de toalha em respeito a vocês, pois na antiga casa eu costumava andar pelada mesmo. Tu se importa?

Cassandra cobriu a cabeça com uma almofada do sofá e preferiu não responder coisa alguma.

Filomena, a devoradora de homens

Em uma conversa informal, casos e namoros entraram na pauta da Filomena, da Cassandra e da guria que não sei o nome.

- Tu tem namorado? - perguntou Filomena.

- Tenho - respondeu Cassandra morrendo de medo pelo que poderia vir em seguida.

- E ele é de onde?

- Madureira.

- É mesmo? Conheço vários gateeeeeeeenhos lá de Madureira.

O "gateeeeeeeeeenho" doeu na alma da Cassandra como se fosse uma faca cega riscando um quadro negro.

Filomena, a sonâmbula


Cassandra e a outra garota, que não sei o nome, acreditavam que a madrugada era o único momento de paz entre elas e Filomena. Até que uma noite...

- Zzzz... vem, meu nego.... zzzz... vem com tudo.... zzzzzzzz... isso, amorzinho... zzzz.

A garota, que não sei o nome, escancarou os olhos, tomada pelo pavor.

- Cassandra, acorda. Cassandra, pelamordedeus, acorda.

- Zzzzz... assim, gostosinho.... vem... zzzzz...

- O que foi, meu Deus do céu? – Cassandra acordou sobressaltada.

- É a Filomena. Ela está sonhando alto.

- E o que você tem com isso?

- Zzzz...ai, ai, ai... ui... dozinho, coisa louca... zzzz...

Cassandra pulou da cama e foi dormir no sofá.

E para encerrar... o grande final!

Filomena, a Adriane Galisteu da UFF

Era uma tarde tranquilíssima. Cassandra chegou em casa mais cedo e jogou a bolsa sobre o sofá. Bebeu um copo d'água e, pelo silêncio, constatou que nenhuma companheira de quarta havia chegado. Tirou o casaco e caminhou de blusinha até o quarto, onde dormem as três universitárias. Passou pela porta do banheiro e sentiu o sangue gelar. Trincou os dentes e arregalou os olhinhos negros tanto quanto pôde. Voltou e olhou petrificada.

Filomena estava sentada em um banquinho e ouvindo música pelo Ipod. Cantarolava baixinho, enquanto se depilava sossegadamente, com a porta do banheiro aberta. A gilete subia e descia em movimentos uniformes.

- Argghhh.... estou cega! Estou cega! Arggggh!


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinha Cassandra, a lição do dia vai especialmente para você. Querida, lidar com figurinhas sem a menor noção tem reflexos espirituais importantíssimos. Através da penitência do convívio diário, você extirpará seus pecados, queimará karma e pavimentará sua estradinha rumo ao Paraíso. Você terá sua casinha própria no Éden com vista para o mar e duas vagas na garagem. Quanto à nossa amiga Filomena, bem, um dia você irá rir disto e contará aos amigos com uma pitada de saudade. Bom, talvez não com tanta saudade assim e nem rindo tanto, mas será uma lembrança curiosa. Amiguinhos, nunca misturem tequila, vinho tinto, whisky 12 anos e cerveja Itaipava. Essa alquimia toda vai depredar o seu dia seguinte. He-Man sabe disso por a+b. Até a próxima!

Esclarecimentos e o copycat

Não fechei a lojinha! Não morri! Não estou fazendo bico como Papai Noel no shopping. Passei por semanas de muito trabalho e não tive tempo para escrever. O máximo que consegui foi aproveitar os intervalos para responder aos gentis comentários que eram deixados por aqui. As coisas estão entrando nos eixos e poderei voltar a escrever com regularidade.

Aliás, vou aproveitar o embalo para buscar tirar uma dúvida que tem me deixado muito curioso. Algum leitor do Surfista Platinado costuma pegar alguns textos "emprestados" e publicá-los no Brasil Wiki. Não acho que seja um plágio ou uso de má fé, pois os textos são devidamente creditados ao blog. Acredito ser uma homenagem legítima.

Só lamento porque lá eu não posso responder aos comentários dos leitores, mas o ibope tem sido legal. Para visitar, clique aqui!

Em todo caso, gostaria de saber quem é o leitor (ou leitora) que leva minhas palavras a rumos distantes. Por favor, identifique-se para receber meus agradecimentos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Complicada e perfeitinha

WILL: Eu tive um encontro outro dia. Ela é linda, inteligente, divertida. Ela é diferente das outras.

SEAN: Então, ligue para ela, Romeu.

WILL: Por que? Para descobrir que ela não é tão inteligente, que é chata? Ela é perfeita agora. Eu não estragaria isso.

SEAN: Talvez esteja perfeito para você e não queira estragar isso. Isto é super-filosofia. Você poderia viver a vida toda sem se relacionar com ninguém.

(...)

SEAN:
Nós escolhemos quem deixamos entrar nas nossas vidas. Você não é perfeito, amigo. E quer saber mais? Nem essa garota que conheceu. A questão é se são perfeitos um para o outro. Esse é o segredo. Isto é intimidade. Você pode saber muita coisa, mas só vai descobrir tentando. Não vai aprender com um velho como eu. E mesmo que eu soubesse, eu não diria a você.

WILL: Por que não? Já disse o resto, ora. Você fala mais que todos os outros analistas.

SEAN: Eu ensino, mas não disse que sabia fazer.

Você reconhece este diálogo? É um trechinho de "Gênio Indomável", aquele filme com o Matt Damon (Will) e o Robin Williams (Sean). Eis um filme simples, mas legal à beça. Cada vez que o revejo, alguma parte me desperta alguma reflexão. Na última vez que o revi, esta foi a cena que me acertou em cheio.

Fico imaginando quantas vezes encontramos pessoas lindas, inteligentes e divertidas, mas acabamos nos afastando. Eu já fiz isso e aposto que você também já o fez em algum momento de sua existência. É uma questão de idiotice coletiva inconsciente, sei lá.

As pessoas queridas têm defeitos, por mais que transpareçam tanta perfeição. Essa é a harmonia que o Sean mencionou. O que fortalece uma vida a dois é justamente a sintonia, a complementaridade, entre os defeitos e virtudes.

E aí você me pergunta: Surfista, seu pastel, isso não é óbvio?

E eu lhe respondo: sim, evidente. É tão óbvio quanto andar de bicicleta, mas você já viu algum manual para ensinar a andar de bicicleta? Você simplesmente encara a magrela, tenta pedalar, cai, levanta e tenta de novo. Em um belo momento, você consegue. Tudo extremamente espontâneo e inequívoco.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, ai, ai, ai... você anda muito reflexivo ultimamente. Deve ser a proximidade do Natal. Reparou que, neste época do ano, as pessoas se dividem entre a alegria natalina e a melancolia? Pelo que te conheço, você se enquadra no segundo grupo. Bom, Surfista meloso, você está aprendendo comigo. Seu último parágrafo adiantou o meu trabalho de explicar o bagulho e me fez começar a conclusão mais "enche-lingüiça" da história deste blog. Você não é tão estúpido. Parabéns! Porém, tenho algo para completar o seu raciocínio. Saca só: pessoas legais conhecem pessoas legais, mas o tempo e a convivência são os maiores mestres e juízes. Somente ele, o tempo, pode indicar se toda a perfeição se encaixa na sua desordem ou vice-versa. Para fechar a conta, vou citar outro Will cinematográfico bem maneiro, o Will Freeman, de "Um Grande Garoto". Presta atenção: "todo homem é uma ilha, mas algumas podem viver em arquipélagos". Amiguinho, cuidado com a postura. Ficar esparramado na cadeira pode lhe dar dores nas costas e torcicolos. Até a próxima!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A aldeia global do Papai Smurf #11

Papai Smurf está feliz da vida. Em uma semana, viu quatro filmes legais e ouviu um disco inédito muito bom. Curiosamente, foram histórias de espionagem (um personagem clássico e um novo que, tenho certeza, entrará para a antologia do cinema de ação) e um CD de uma banda veterana. Nada mais justo que fazer recomendações aos amáveis leitores do Surfista. Espero que gostem.


NA TELONA: A avaliação sobre o novo 007 rendeu um texto lá no Caixa Preta, site no qual costumo mandar umas linhas, de vez em quando. Caso você não tenha lido, o resumo da ópera é que o James Bond encarnado pelo Daniel Craig reflete um desejo da mulher moderna pelo homem mais bruto, mais rústico. A mulherada está de saco cheio dos Beckhams da vida. Enfim, em "Quantum of Solace", os roteiristas continuam em busca da humanidade perdida do agente 007. Pela primeira vez, um filme da série continua a história anterior (exatamente do ponto em que parou "Casino Royale"). Isso já seria uma grande novidade, mas "Quantum" ainda tem três características próprias que valorizam sua cotação: Craig não diz "meu nome é Bond, James Bond", a bondgirl não vai para a cama dele e o termo "007" é usado apenas uma vez. Ao longo da história, o agente é chamado de Bond, ou, simplesmente, James. A trama segue os moldes de sempre, ou seja, 007-percorre-os-continentes-para-salvar-o-mundo-de-um-vilão-nefasto. Nada de mais. O que se sobressai é a forma insensível como ele se porta. James Bond encontra na sua nova missão uma forma de se punir e punir todos que o fizeram sofrer no passado. A "M" de Judi Dench está brilhante e confirma o ar maternal da comandante. Smurf Robusto afirma que vale o ingresso. Smurfette acha que é movimentado até demais.

NA TELINHA: Na onda do 007, não há como não falar do agente que realmente revolucionou o cinema de ação dos anos 2000. A trilogia de Jason Bourne (reparou nas iniciais?) ganhou uma caixa com os três filmes e uma cacetada de extras. Aliás, são títulos como estes que dão alguma dignidade ao cinema de correria. Bom, caso você não conheça a trama, os três longas contam a história do desmemoriado Jason Bourne, que é resgatado no meio do Mar Mediterrâneo e se vê perseguido por uma horda de assassinos profissionais. De rato sem lembranças, ele se torna o gato e passa a caçar os crápulas que querem vê-lo comendo grama pela raiz. Além de carismático, Matt Damon é um ator competente e dá credibilidade ao personagem. O roteiro é inteligente e amarradinho com a direção sempre coerente e sem presepadas. As cenas de perseguição são alucinantes e extremamente divertidas. Veja e depois me diga se você também não acha que o sucesso de Jason Bourne criaram a essência do novo James Bond. Smurf Gênio curte filmes de espionagem, mas prefere "O Falcão Maltês" ou o 007 dos tempos da Guerra Fria.

NA VITROLA: Sempre tenho medo dos novos discos das minhas bandas favoritas. Sinto uma apreensão danada, pois acho que podem jogar uma história de bons álbuns pela janela. O AC/DC não lançava um CD há anos e o tal do "Black Ice" chegou cercado de expectativas. Até aí, nada de surpreendente, pois até o Roupa Nova tem um séquito. Com um pé atrás, comprei o disco (sim, sou antiquado e ainda compro discos. Gosto da embalagem, da bolachinha original... essas babaquices, sabe?). Logo na primeira faixa, o alívio. "Rock'n'roll train" é sensacional. Brian Johson já não tem o vigor dos tempos de "Back in Black", mas manda bem. A guitarra incendiária de Angus Young não mudou absolutamente nada. O cara continua um monstro. "Black Ice" é um discaço!!! Rock sem firulas, sem nu-metals, sem tatuados de bonés, sem DJ, sem apelação... nada! Só cinco coroas descascando uma barulheira fenomenal. A aldeia toda curtiu e a só se ouve AC/DC na floresta. Smurf Poeta deixou de ouvir Chico Buarque e também entrou na onda!

domingo, 23 de novembro de 2008

Dr. Quarenta e seu plantão médico

Sempre desconfiei dos plantões médicos. Por mais que muitos levantem questões de ética, profissionalismo e até o Juramento de Hipócrates, ninguém me tirava da cabeça que aquele monte de gente reunida madrugada adentro dava um jeitinho para aprontar das suas. Não é que dão mesmo...

Eliseu era um médico mineiro que decidiu fazer carreira em São Paulo. Deixou família e uma noiva em Uberlândia para ganhar dinheiro em Sampa. O doutor estudava, participava de seminários, trabalhava em clínicas e curtia madrugadas nos plantões de um hospital público. Lá, ele era subordinado à Dra. Ryuu, médica responsável, descendente de japoneses e fonte deste causo.

- Doutora, preciso de um tempinho para descansar. A senhora me arruma uns quarenta minutos? – pedia Eliseu.

Quase sempre, Eliseu pedia quarenta minutos para o relax. Sumia e voltava com um sorriso nos lábios.

Aos poucos, a amizade entre a médica e o mineiro foi crescendo. Quando eles já estavam íntimos (no bom sentido), Eliseu resolveu revelar a natureza dos seus "intervalos relaxantes".

- Ryuu, tenho que te contar. Eu estou tendo um caso no hospital.

- Eliseu, menino, você é noivo.

- Uai, minha noiva é para casar. O caso é para aliviar a tensão.

- Ai, meu Deus. Não me vá arranjar problemas. É alguém da enfermagem?

- Sim.

- Quem?

- Todas.

Dra. Ryuu quase engasgou com o café.

- Como assim???

- Pois é, elas dão mole e, às vezes, estou sem fazer nada. Aí, já viu...

Fazendo justiça à fama mineira de comedores-silenciosos, Dr. Eliseu era um terror. Em todo hospital, não havia uma enfermeira, técnica ou assistente de enfermagem que não tivesse passado pelos seus "quarenta minutos".

Num desses intervalos, a noiva mineira de Eliseu ligou. Dra. Ryuu atendeu e ficou com a batata quente nas mãos.

- Eliseu taí, doutora? Queria falar com ele só um bocadim!

Dedurar o amigo ou acobertar uma traição? Dra. Ryuu decidiu dizer a verdade... mas ao seu modo.

- Olha, ele está fazendo um exame ginecológico, mas já volta. Eu deixo o seu recado.

Com o álbum completo e repetindo várias figurinhas, Eliseu decidiu focar em Georgina, a enfermeira nova. A mulher era um cavala daquelas que só aparecem em filmes de saliência. Vestindo a roupinha branca, ela era uma fantasia sexual ambulante. O pior é que tinha fama de certinha e não aturava as gracinhas de ninguém do hospital. Alguns médicos tentaram a sorte, mas nenhum se deu bem.

- Vou pegar essa mulher, sô! Anotem aí o que eu estou dizendo - decretou Eliseu. Há quem conte que rolou até bolão de apostas.

Assim que teve uma oportunidade, Eliseu armou o bote e... corte seco. Tentou de novo, e tomou outro corte-seco. Insistiu, insistiu e nada. Dr. Quarenta tinha achado uma rival à altura das suas habilidades.

Certa noite, Dra. Ryuu viu Eliseu chegar com uma mochila. Ele sorriu e abriu um pedacinho do zíper da bolsa para revelar sua nova arma: uma garrafa de vinho francês.

- Vou pegar essa danada e é hoje, sô. Por favor, programa uma folguinha de trinta minutos para as duas horas da madrugada. Não atenderei nem o Presidente da República.

Na noite seguinte, Georgina foi ao gabinete de Ryuu. Pediu licença e adiantou logo o serviço.

- Doutora, a senhora é amiga do Dr. Eliseu, né?

"Ai, ai, ai... vai processar o Eliseu por assédio sexual", pensou a médica.

- Então, eu queria saber se ele é solteiro, se me acha bonita. Acho que estou gostando dele...

Estarrecida, Ryuu prometeu checar e convocou a presença de Eliseu imediatamente.

- Estou impressionada contigo, Eliseu. Não é que a enfermeira nova está gamadinha? Agora me conta, o que foi que você fez para quebrar a resistência?

Dr. Quarenta sorriu com ar de poder, respirou fundo e...

- Olha, Ryuu, contar eu não posso, sô. Mas, se você quiser mesmo saber, eu mostro.

Ryuu jura de pés juntos que nunca caiu nos encantos do mineiro, mas admite que essa resposta extraordinária justificou cada intervalo concedido.

Epílogo:

Eliseu casou com a noiva de Uberlândia, ainda mora em São Paulo e não faz mais plantões. Tornou-se um grande cirurgião e seu hobby atual, segundo informações, é correr maratonas.

Obrigado pelo causo, doutora.



QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, do alto de sua sabedoria milenar e anabolizada, He-Man sabe que este tipo de tema despertará dois tipos de manifestações: pessoas que condenarão o comportamento promíscuo do Eliseu e mulheres que vão pedir o endereço do consultório. Daí, você pode ver como há pesos e medidas para a traição. He-Man, sarado e fabuloso, não pratica o concubinato, mas também não condena quem goste de uma pulada de cerca. Se não me engano, apenas os golfinhos são fiéis às suas companheiras. Todo o restante dos representantes masculinos do reino animal atendem um penca de fêmeas ao mesmo tempo. E nunca tive notícias de uma leoa que deu uma surra de toalha molhada no leão ou uma macaca que tenha contratado um detetive para investigar a vida do macaco. Machos são naturalmente safados. Fazer o quê? Amiguinho, tente dormir pelo menos oito horas por dia. Até a próxima!!!

Participação especial #8

Demorei, mas voltei a fazer expediente no blog dos outros. Voltando a discutir a relação no nosso querido Caixa Preta, o tema é a saga da guerra dos sexos ao longo do tempo. Profundo, né? Também acho. Então dá um pulinho lá e confira. Clica aqui e divirta-se!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O amor e outros desastres


Matilde é uma das mulheres mais bonitas que já conheci. Tem traços finos de mulher francesa, pele branquinha de boneca de porcelana e cabelos amarelos que nem um pôr-do-sol na serra. Esses atributos são a parte light da moça. O que derruba, desarma e constrange é o seu sorriso de teclas de piano. Quando ela sorri, você fica sem saber para onde olhar. Chega a ser embaraçoso.

Não, não quero pegar a Matilde. Mulheres casadas estão fora da minha alçada e minha querida colega de trabalho é uma respeitável mãe de família. O que me leva a escrever sobre Matilde (além de sua beleza monstruosa) é uma história despretensiosa, contada durante um almoço igualmente despretensioso.

Tenho uma baita cara de bom moço, ou sou um imã para confissões. Só pode ser. Por essas e outras, este blog safado segue firme e forte no universo virtual. Que bom!

Durante a sobremesa, ela me contou uma história que começou há dez anos atrás e teve mais um capítulo há dois meses. Sendo bem direto, o caso começou quando Matilde ainda não usava aliança na mão esquerda.

Era uma vez...

Em 1998, Matilde namorava Stanislaw, um sujeito rebelde, aventureiro, maluco, descompromissado e completamente irresistível aos seus olhos. Nossa heroína, toda poliana, sempre teve uma queda por rapazes desajustados, mas já estava ficando de saco cheio de tanto rock'n'roll.

Numa bela manhã, Matilde viu que todo o seu amor não mudaria o Lobão-way-of-life do namorado. Eles já estavam crescidinhos, e ela tinha ambições, enquanto que ele queria seguir vivendo la vida loca. Com os corações partidos por três anos de paixão e guitarras distorcidas, eles se separaram.

Um pouco depois, Matilde conheceu um cara legal, com boas piadas, pegada firme, estabilidade emocional e uma perspectiva de vida bacana. Eles namoraram, noivaram, casaram e tiveram uma filhinha linda - como a mãe.

Em outubro de 2008, Ary, amigo de Matilde, faleceu. Ela não pôde ir ao velório, mas foi à missa de sétimo dia. Foi sozinha, pois o marido tinha outro compromisso. Ela preferiu assim, pois sabia que havia uma chance razoável de reencontrar o melhor amigo do falecido.

Quem? Quem? Stanislaw, o próprio!

Mesmo avesso a igrejas, Stanislaw estava lá. Ele veio cumprimentar Matilde com uma educação londrina. Ela percebeu que o ex não mudou nada depois de dez anos. Ele continuava com a mesmíssima aura de garoto, com os cabelos desarrumados e um jeans carcomido. Claro que tinha o mesmo ar encantador de outros tempos. O bad boy não envelheceu um dia sequer.

Ao fim da missa e dos cumprimentos aos parentes do finado, Stanislaw acompanhou a moça até a calçada.

- Você casou, né? – ele perguntou.

- Casei.

- Fiquei sabendo. Olha, estou muito feliz por você estar bem.

- Que bom, Stanislaw. Também torço muito por você.

- Só quero que você saiba uma coisa que está engasgada aqui há anos.

Matilde segurou a respiração. Eu segurei a respiração, enquanto ouvia. Se eu fosse você, faria o mesmo.

- Tive muitas namoradas, tenho uma agora, e, provavelmente, terei outras. Mas, nunca amei ou amarei uma mulher com a intensidade que te amei. Nunca. Ainda hoje, guardo uma foto sua na minha gaveta. Ninguém se atreve a perguntar quem é. A mulherada vem e vai, mas você será eterna. Realmente, fico muito feliz por você estar realizada na vida.

Matilde não conseguiu falar nada. Ficou em silêncio enquanto Stanislaw ensaiou um sorriso tímido, virou-se e sumiu sem se despedir. Não esperou resposta. Disse o que queria e desapareceu no tempo e no espaço.

Matilde ficou sem reação. Misturou raiva, tristeza e estranhamento, bateu tudo no liquidicador e bebeu um suco da mais pura felicidade feminina, aquela que vem da certeza de ser alvo do amor legítimo, sincero e atemporal.

- Doug, eu jamais trocaria a minha vida de agora pelo que tive com o Stanislaw, mas as palavras dele foram lindas e ficarão comigo para sempre.

Fiquei matutando sobre a experiência cinematográfica de Matilde e as palavras que me atropelaram meses atrás:

"Não casei com a mulher que mais amei. Casei com a que me dava melhor".

Isso rendeu um texto, mas, sobretudo, rendeu pensamentos que me assombram, que me rasgam por dentro. Será que casarei com a mulher que mais amei? Será que terei a oportunidade de me confessar, do mesmo jeito que o Stanislaw?

Para a primeira pergunta, eu não sei a resposta. Para a segunda, eu sei.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, estes seus pensamentos melosos estão dando no saco do Homem Mais Forte do Universo. O que lhe salva de um sonoro esporro por retornar à mesma ladainha do "a pessoa mais amada e a pessoa que mais lhe completa" é a história da Matilde. Como você mesmo disse, em um raro momento de sensatez, entre o furacão de sensações, ficou a felicidade de saber que em algum lugar do universo, um ser humano lhe ama incontrolavelmente. Como disse o carinha, mulheres podem vir e podem ir, mas a referência do verdadeiro sentimento que inspira as canções bregas fica. Carajo! Você viu o que eu disse? Eu fui contaminado pela sua maldita visão melosa do mundo! Argh! Amiguinho, não faça bolinhas de meleca e arremesse no coleguinha. Isso é nojento pra cacete e dá uma raiva dos diabos! Até a próxima!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

Os 10 vilões mais sinistros

Mais uma lista irresistível surge. Dessa vez, não fui oficialmente convidado, mas tomei a licença de selecionar os 10 vilões mais casca-grossas do cinema. Bom, não rolou de selecionar 10, então escolhi logo uma cacetada de maus elementos - com exceção dos óbvios e magistrais Darth Vader e Hannibal Lechter. São eles:

Mola Ram (de "Indiana Jones e o Templo da Perdição")
Só pela foto, você entende a razão dele estar nesta lista. Além de escravizar criancinhas, esse pústula ainda arrancava o coração dos inimigos com as unhas.





Chong Li (de "O Grande Dragão Branco")
Invicto e cheio de frases feitas, Chong Li causou uma fratura exposta no adversário, quase matou o amigão do Frank Dux com um pisão no crânio e ainda trapaceou com aquela história do pó de aspirina nos olhos do Jean-Claude. Entre suas melhores tiradas estão: "você quebrou meu recorde. Agora, eu vou quebrar você".

Pinehead (da série "Hellraiser – Renascido do Inferno")
O sadomasoquista do quinto dos infernos! Com sua tropa de cenobitas, sua voz gutural e suas milhares de agulhas cravadas na cabeça, Pinhehead era o pesadelo em pessoa. Um dos monstros mais doentios já criados pela mente humana.




Bill The Butcher (de "Gangues de Nova York")
Dono da favela que viria a ser Nova York, Bill resolvia suas divergências no fio da peixeira. Durante seu reinado de terror, o bandido assassinou, depredou, torturou, ameaçou, roubou e desfigurou a carinha bonita do Leonardo Di Caprio. Tudo isso sem tirar o gumex do cabelo ou desfazer o bigodinho Salvador Dali.






General Zod (de "Superman II")
"Ajoelhe-se perante Zod", impunha o vilão mais casca-grossa que já cruzou o caminho do Super-Homem. Vindo de Krypton, Zod também tinha os poderes do Homem de Aço, mas não foi criado na fazendinha do Kansas com todos os princípios cristãos. Zod queria dominar o mundo, detonar os Estados Unidos e sapatear no túmulo do filho de Jor-El.





T-800 (de "Exterminador do Futuro")
Pela lógica, este filme deveria projetar a Sarah Connor e o Kyle Reese como astros de Hollywood. Bobagem! Quem viu "Exterminador do Futuro" ficou estarrecido com o T-800, o robô assassino vindo do futuro apocalíptico para matar a mãe do líder rebelde. Sem um pingo de emoção ou remorso, T-800 chacinou, praticamente, todos os figurantes e alguns personagens principais do filme.



Thulsa Doom (de "Conan, o Bárbaro")
Só pela sua voz trovejante, Thulsa Doom já deveria ser temido. Mas além disso, o cidadão brutalizava aldeias, saqueava, virava cobra, matava com uma simples ordem e ainda tinha uma legião de seguidores – todos vestidos como se fossem da KKK.




Coringa (de "Batman – O Cavaleiro das Trevas")
Antes de ir para a "cidade do pé junto", Heath Ledger construiu o Coringa mais perturbador de todos os tempos. Sua interpretação alucinada, amoral e violenta será lembrada por gerações. Mais do que barbarizar Gotham City e assassinar o Homem Morcego, o Palhaço Louco do Crime queria provar que o ser humano não vale nada. Aí, eu te pergunto "why are you so serious?".





Johnny Lawrence (de "Karate Kid – A Hora da Verdade")
Protótipo de pitboy, Johnny e seus comparsas fizeram Daniel-san comer o pão que o diabo amassou - sem desfazer o penteado parafinado. Chegou a fazer moda com seu kimono preto da Cobra-Kai.





Humungus (de "Mad Max 2"): Se você achou Toecutter, de de "Mad Max" mau, você não prestou atenção neste vilão. Humungus era cruel, desumano e sádico. Para ilustrar tanta perversidade, usava a máscara do Jason, roupinha de couro e tanguinha sapeca. Na época podia até ser bad boy pra cacete, mas hoje em dia seria muso de boate gay.



Jerry Dandrige (de "A Hora do Espanto")
Um dos bebedores de sangue mais maneiros do cinema. Ele fazia o estilo charmosão, mas rasgava pescoços com toda a tranquilidade do mundo. Para Jerry, adolescentes gostosinhas não passavam de um lanchinho da madrugada - literalmente.





Demônio da Floresta (de "Evil Dead - A Morte do Demônio")
Não sei o nome dele. Na verdade, ele nem aparece, mas suas possessões deixam "Evil Dead" realmente alucinante. A maquiagem clonada de "O Exorcista" e a câmera frenética tornaram esse filme um cult.





Bispo de Áquila (de "O Feitiço de Áquila")
Dissimulado, cruel, traiçoeiro e canalha, o Bispo de "O Feitiço de Áquila" fazia macumbas e ainda ministrava a missa do fim da tarde. Sua maior perversidade foi cobiçar a mulher do próximo (o cavaleiro Navarre) e fazer um feitiço para mantê-los longe por toda a eternidade.



David (de "Os Garotos Perdidos"): Líder da gangue de "Os Garotos Perdidos", David era uma vitrine da moda 80. Tinha mullets loiraços, cabelo espetado, pilotava uma moto Agrale e saia com uma vampira que parecia a Sonia Braga, em "Gabriela".

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Atos absurdos que fazemos por um rabo-de-saia...


Um hábito intrigante de certas mulheres é o de freqüentar boites gays – mesmo sendo heterossexuais. Segundo algumas, essa escolha se deve pelo simples prazer de dançar sem nenhum Zé Mané para importuná-las.

Hmmm... mas, se elas forem a qualquer boite e saírem sem nenhuma cantadinha, onde vai parar a auto-estima??? E desde quando mulheres não são experts em cortar qualquer investida inconveniente??? Às vezes, acho que essa presepada é uma fuga da responsabilidade de atrair os olhares maliciosos.

Outra corrente de fêmeas declara que esse tipo de ambiente reserva alguns homens interessantes, desencanados, inteligentes e refinados. Juro que não duvido, mas a probabilidade desse tipo de cara não curtir um rabo-de-saia é imenso. Além da chance clara dele ser do tipo que coloca a mão dentro da calça alheia e fica feliz seja lá com o que encontrar.

Berenice se enquadra na primeira descrição: ela curte boites homos pelo prazer de dançar sem se preocupar com conversas moles no meio da pista. Ela tem amigos gays e, vez ou outra, aceita um convite para requebrar o esqueleto nessas danceterias que contrariam a máxima do Tim Maia: só não vale dançar homem com homem nem mulher com mulher. Lá no escurinho do salão, vale tudo!

Bom, seria uma noite como outra qualquer, na qual Berenice dançaria até suar a blusinha, tomaria uns gorós e voltaria para casa intacta. Lá pelas duas da matina, uma surpresa. A moça apertou os olhinhos para ver melhor no escuro, e...

- Peraí, Leonel? Leonel, é você?

O cara escancarou o queixo. Ficou com a cara de menino que foi pego pela mãe fazendo justiça com as próprias mãos, quero dizer, prestando uma homenagem solene à Playboy do mês, isto é, na covardia do cinco contra um, ou seja, praticando o sexo seguro... bem, você entendeu.

- Leonel, que surpresa!

- Berenice, chega aqui para eu te falar uma coisinha. Não é nada do que você está pensando.

Olha, o cara é pego com a boca na botija em plena boite gay e vem com essa onda de "não é nada do que você está pensando"? Seria mais digno assumir sua condição, mas...

- Cara, não tem problema nenhum. Você pode ser boiola o quanto quiser. Ninguém vai te censurar.

- Mas, eu não sou gay!

Você não lembrou do quadro do "Casseta & Planeta" com Wanderley na sauna gay? Eu lembrei.

- Então, você entrou aqui por engano. Achou que era a Nuth Lounge, mas só desconfiou depois que viu um marinheiro fortão dançando no palco.

- Não, Berenice. Droga, vou ter que te contar. Você tá vendo aquela mulher ali? Aquela de vestidinho verde? – apontou para uma moça que acompanhava a conversa de longe. Ela também estava com a fisionomia tensa.

- O que tem ela?

- Ela está comigo.

- Aqui? Por quê logo aqui? Você nunca foi um cara interessante, desencanado, inteligente e refinado.

Leonel respirou fundo.

- Porque ela é casada. Aqui é o lugar em que podemos sair para dançar com um risco menor de esbarrar com o marido dela ou com os amigos dele.

Berenice arregalou os olhos e não conteve a gargalhada. Leonel voltou para o lado da "namoradinha". Ficaram se amando e chamando a atenção por serem o único casal heterossexual do recinto.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, uma característica que configura o perfil do homo sapiens sapiens é a habilidade inigualável de ter idéias diferenciadas para aprontar das suas. Tamanha criatividade para fazer caquinha sem chamar a atenção se reflete no plano infalível de Leonel e da moça casada para curtirem a noite sem correr tantos riscos. Ela dança à vontade e ele pode beliscar a patroa alheia sem medo de virar pauta do "Linha Direta". Pelo lado romântico da parada, Leonel merece reverências. Quantos homens colocariam suas masculinidades e machezas à prova pelo amor de uma mulher (mesmo uma comprometida)? Amiguinho, evite tomar choques. Não brinque com tomadas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Mulheres em chamas



Bom, depois deste título, aposto que já consegui a sua atenção.

Um empresa de TV paga realizou uma pesquisa para definir o perfil do assinante dos canais de sacanagem. O resultado indicou que os telespectadores são homens e mulheres das classes A e B, com idade entre 25 e 45 anos, com curso superior completo e culturalmente ativos.

Sacou o detalhe-chave? Vou repetir: "homens e MULHERES...". Então, entre os 200 mil assinantes dos ditos canais adultos, há uma cacetada de meninas (idade entre 25 e 45 anos, lembra?) que gosta muito de ver um vuco-vuco na telinha.

Seria mais ou menos assim: a guria chega do trabalho após um dia estressante, come um pratinho light para não sair da dieta e vai relaxar vendo o horário nobre da TV. Entre "Pantanal" e "A Favorita", a jovem moça pode optar por conferir um filminho básico com a Bruna Ferraz ou com a Jenna Jameson.

Se você é menino, sabe bem de quem estou falando. Não se faça de desentendido...

Esse ato inocente derruba uma porrada de paradigmas relacionados ao voyeurismo feminino. Rapidinho, olha só essas cinco conclusões que tive:

1. Mulheres gostam de ver.
2. Mulheres consomem produtos da indústria do sexo.
3. Mulheres curtem uma sacanagem explícita.
4. Mulheres não acham esse tipo de entretenimento o fim do mundo.

E a mais desesperadora:

5. Se necessário, mulheres se viram bem sem a presença masculina.

Como não tenho acesso imediato ao IBOPE, minha pesquisa são as pessoas que me cercam. Então, com muito óleo de peroba na face, fui perguntando para as minhas amigas se elas se amarram num filme de saliência.

- Eu a-do-ro! - revelou uma ex-namorada.

Putz, como eu não percebi isso antes?

- Olha, ver nem me apetece. Mas, ser filmada é uma idéia interessante - essa foi genial. Fantasias sexuais com câmeras despertam minha criatividade e o diretor de cinema que existe em mim. Nunca havia pensado nisso.

- Já vi alguns. Eles não me excitam, mas acho muito curioso. Acho tudo tão artificial que beira o bizarro, e como tudo que é bizarro, prende a atenção - pondera Camille, mocinha culta pra caramba.

Ilka, blogueira e leitora gente fina, teve diversas experiências com o tema:

- Sozinha, eu já vi filme erótico, mas sem sexo explícito, só insinuação. Acompanhada, já vi vários. Filme erótico é legal. Instiga. Eu curto, e acho fresca a mulher que diz que é nojento e tals.

Agora, para coroar a verdade visceral de Brigite:

- Olha... eu adoro um filminho. Vejo sozinha, acompanhada, e gosto tanto da putaria em si quanto da produção das meninas... make up, botas, calcinhas lindas e safadas. Gosto tanto de filmes héteros, gays, lésbicas e outros mais trash. Não gosto muito daqueles filmes brasileiros pobres, sabe? Pentelhos demais, caras e bocas bregas e atores brucutus. Ah... nem sou tão fã dos gemidos exagerados.

Como eu adoro a sinceridade das minhas amigas.

Aliás, só mesmo uma menina para ver um filme desse estilo e ficar reparando nos detalhes técnicos. Fotografia e maquiagem? É ruim, hein? Certas percepções são muito femininas mesmo. Esse paradigma não cairá jamais.



QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, depois de um texto sobre a ingenuidade infantil, você me aparece com uma dissertação sobre filmes de safadeza? Então, tá. Aprenda: uma das pragas do mundo moderno é a facilidade de isolamento. As pessoas têm Internet em alta velocidade, quinze mil canas de TV a cabo, comércio eletrônico, msn lotado, 500 amigos no Orkut etc etc. O que as impediria de ter sexo acessível a qualquer momento, mesmo sozinhas? Aí é que entra a praticidade da sacanagem via cabo (no sentido da TV, amiguinho tarado). Esse isolamento de todos dá nisso (dar, no bom sentido, amiguinho). O que antes era uma tara masculina, agora se abre democraticamente às mulheres. É a geração "Sex and the City", que pode ser romântica, profissional, pudica e companheira, mas também pode se divertir horrores com um rabbit (não, queridinhos, não se trata do coelhinho da Páscoa). É um mundo estranho mesmo. Por essas e outras, eu não arredo o pé de Etérnia. Amiguinho, não rabisque seus livros ou faça "orelhas". Isso é um sacrilégio. Até a próxima!!!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Esperteza de criança 2

Voltarei a um tema inocente, como já fiz antes. Não resisto. Histórias de crianças costumam me interessar, pois os pequenos são naturais e têm reações francas. Isso gera situações inusitadas, como a protagonizada por Darlene, Luisinho e Andrezinho.

Darlene estava grávida e Luisinho já dava sinais de que não estava com muito saco de esperar o nono mês. Sentindo que a família iria crescer a qualquer momento, ela começou a preparar Andrezinho, o primogênito, para a chegada do irmão. Aos três anos e alguns meses, o moleque queria saber de tudo.

- Mãe, como o Luisinho cabe aí na sua barriga?

- Mãe, o Luisinho vai morar com a gente?

- Mãe, o Luisinho parece com você ou com o papai?

- Mãe, ele será mais novo ou mais velho?

O moleque chegava a fazer até perguntas difíceis...

- Mãe, como o Luisinho entrou aí?

Darlene se virava como podia diante das questões do filho mais velho.

Mãe tem uma paciência de Jó...

Certa noite, Darlene resolveu sair para jantar com o marido. Andrezinho percebeu a movimentação e já foi metralhando suas perguntas:

- Mãe, você vai para onde?

- Mamãe vai sair com o papai, filhote.

- Oba, quero ir.

- Você não pode ir, querido. Só os adultos saem à noite.

- Mas, que quero ir.

- Não dá, filhote. A mamãe e o papai levam você para sair amanhã, tá? – Darlene tentou negociar diante do beiço do moleque.

- Eu quero ir... buááááááá...

- Filhote, só os adultos podem ir.

- Então, por que o Luisinho vai?

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinhos, as crianças de hoje em dia são absurdamente espertas. Deve ser culpa dos trangênicos, do buraco na camada de ozônio, da poluição, da TV a cabo, sei lá. Andrezinho deve ter sido amamentado com leite materno e Red Bull, mas esse é um caso à parte. Mas, crianças são crianças. Por mais malandras e salafrárias que sejam, todas ainda se rendem a um bom filme da Disney. Diante de moleques em prantos, só o Nemo salva! Amiguinho, procure enxugar entre os dedos após o banho. Até a próxima!




A aldeia global do Papai Smurf #10

Salve, salve! Papai Smurf está de volta com dicas de cinema, de ondas sonoras e de performances ao vivo, que estão por vir. Os shows que estão por vir valem à pena. Espero que você não tenha gastado mundos e fundos para ver a Madonna. Divirtam-se!





NA TELONA: Papai Smurf é macaco velho nas salas de cinema, mas não costuma ficar estarrecido com o que vê. Ao longo de suas aventuras na platéia escura, apenas dois filmes me causaram um desconforto. O primeiro foi "Dançando no Escuro", drama hardcore do Lars Von Trier com a Bjork no papel principal. O segundo petardo foi "Madrugada dos Mortos", terror absoluto dirigido pelo talentoso Zack Snyder. "Ensaio Sobre a Cegueira" conseguiu o feito de ser o terceiro elemento. Assim como os outros dois, "Ensaio" tem uma visão humanista (desumanista, melhor dizendo) e clima de pesadelo. A história sobre uma epidemia de cegueira que varre o mundo e poupa apenas uma mulher fica cada vez mais tensa e angustiante. A "cegueira branca" definida no filme vai conduzindo personagens ao fundo do poço. Danny Boyle tentou mostrar esse aspecto bárbaro do homem em "Extermínio" e "A Praia", mas não chegou nem perto. A solidão do legal "Eu Sou a Lenda" é alegoria perto do desespero imposto por Fernando Meirelles à excepcional Julianne Moore. Aliás, Julianne é um diamante. Eu já gostava dela em tempos de "Boogie Nights", mas ela se supera. No cast do filme, ainda estão Gael Garcia Bernal, Danny Glover, Mark Ruffalo, Alice Braga e um casal de japoneses que não sei o nome. O time globalizado, sob a batuta de um diretor brasileiro, em um filme baseado em um livro português dá o tom internacional à produção. E dá um orgulho danado ver um diretor latino mandando bem assim. Vá ver, mas não espere sair do cinema feliz e saltitante.

NO PALCO: Alegrai-vos, fãs do rock! R.E.M, Offspring e Maroon 5 (este, apenas no Rio) estão com shows agendados para terras brasileiras. Dias 4 e 6 de novembro, os californianos do Offspring estarão em Porto Alegre e Rio, respectivamente. O R.E.M. visitará os pampas, no dia 4, e a Cidade Maravilhosa, no dia 8. O Maroon 5 apresenta seu pop rock de FM em apenas um show nas terras cariocas, dia 7. Se você não esvaziou o cofrinho para ver a danada da Madonna, escolha um desses e aproveite. Se quiser uma dica, eu recomendo o trio liderado pelo Michael Stipe, que fez um show antológico no Rock in Rio 3.

NO RÁDIO: Não sei por que cargas d'água, fui ouvir rádio na noite de segunda-feira. Pois estava passando um programa esquisitíssimo chamado "Nômade". O DJ tinha um sotaque estranho e as músicas eram totalmente inusitadas. Durante minha trajetória, ouvi bandas da Espanha, da Índia, da Itália e até do Iraque. O tal DJ se chama Paco Pigalle. Claro que achei o tal programa muito legal. Vale uma visitinha ao site da Oi FM para mais informações: http://www.oifm.com.br/. Bons sons!



sexta-feira, 10 de outubro de 2008

As 10 mulheres mais belas do cinema

Mais um meme (seja lá o que isso signifique). Novamente, a iniciativa parte do Vulgo Dudu, o cara com as mais honestas dicas de cinema da blogosfera. Dessa vez, o tema é "As 10 mulheres mais belas do cinema". Convite feito, convite aceito.

Quem quiser seguir a brincadeira, fique à vontade. Não vou chamar ninguém em especial, pois sei que a galera vai entrar na dança espontaneamente. Só peço que me chamem para ler (e babar) nas suas indicações. Meninas, se vocês quiserem citar seus musos (eca!), o jogo é o mesmo.



Angelina Jolie
Colocar a patroa do Brad Pitt em uma lista de musas do cinema é tão óbvio quanto citar Pelé, Garrincha, Maradona e Obina no ranking dos melhores do futebol universal. Fazer o quê, né? Suas curvas e sua boquinha dengosa preenchem meus sonhos. O mais cativante dessa bela morena é que ela tem jeito de mulher de verdade. Daquelas que saem para comprar pão, ou que acordam cedo para levar as crianças ao colégio - só para ficar com a casa livre e praticar o bom sexo selvagem e desregrado. Amém, Angelina, amém!



Scarlett Johansson
Outra figurinha evidente em uma lista de beleza. Loira e gostosona, Scarlett tem olhos de malícia e carinha de dominadora. Ela exala sexo sem fazer esforço. Recentemente, ela gravou um disco. Deslumbrante como é, Scarlett pode cantar até "A Dança do Quadrado" que já agrada.




Sharon Stone
A loira! O que seria do cinema sem a sua cruzada de pernas fatal? Sem ela, "Instinto Selvagem" seria apenas mais um suspense com mulher pelada, daqueles que passavam na Sexta Sexy. Ouso dizer que Sharon sedimentou o movimento feminista. Ela provou que a mulher pode falar de sacanagem, dar, e não ligar no dia seguinte. Mulherada, rendam graças à Sharon!



Jessica Rabbit
Em pleno filme infantil que uniu a Disney e a Warner Bros, o decote delicioso de Jessica Rabbit atingiu adultos, adolescentes, idosos, vivos e mortos. Seu vestido vermelho, olhos cintilantes e curvas demoníacas a colocam em pé de igualdade com qualquer musa de carne e osso.







Sophia Loren
Nos tempos em que as musas do cinema tinha o ar blasé das divas loiras americanas, Sophia Loren enfiou o pé na jaca. Fora dos padrões magros e dos ângulos retos, a italiana era estupidamente gostosa e tinha ar de safadeza. Ela era uma fatura só: seus olhos faiscavam luxúria, seus lábios eram convidativos (antes mesmo da Angelina), suas pernas eram fartas e os seios eram volumosos (100% originais de fábrica). Enfim, as curvas da Sophia Loren vieram para quebrar a ditadura da beleza fininha.




Salma Hayek
"Um Drink no Inferno" é um filme trash divertidíssimo. Tem bandidos maus, vampiros malignos, sangue aos litros, tripas, diálogos sensacionais e Salma Hayek dançando de biquíni (e com uma anaconda no pescoço). Como assim, né? Latina e farta em gostosura, Salma é mulher por atacado.







Jessica Alba
Do mesmo jeito que Salma Hayek deu um tempero sexy a "Um Drink no Inferno", Jessica transcendeu em gostosura no violentíssimo "Sin City". Robert Rodriguez, que não é bobo nem nada, plagiou a si mesmo e repetiu a sua fórmula: botar uma delícia quase desconhecida dançando em algum traje esquisito. Bingo! Jessica requebrando com roupinha de vaqueira foi o momento tesudo do filme. Depois disso, o collant do Quarteto Fantástico também contribuiu para destacar sua forma impecável.



Liv Tyler
Certos títulos de filmes se explicam em uma única cena. Liv Tyler lavando um carro em "Que Mulher é Essa?" justifica tranquilamente o nome escolhido. Mas, a garota vai além. Sua beleza chega a ser um insulto. Seja no modelo gostosa-safada ou com pitadas de inocência ("Beleza Roubada", lembra?), ela abusa. Ouso dizer que ela tem o beicinho mais cativante da sétima arte. Outra característica que me chama atenção é a vasta cabeleira castanha, esvoaçante, inebriante. Ah, Liv... se você soubesse como eu sou facinho.



Charlize Theron
Eis o milagre da compensação: um nome feio desses para uma mulher estupidamente linda. E vou além: Charlize é belíssima e tem um dos sorrisos mais sinceros do cinema. Ela sorri e tudo ao redor se ilumina. Não sei se é percepção minha, mas também acho que ela é uma das raras atrizes loiras que não parecem ser feitas de porcelana.







Kim Novak
Conheci Kim em "Vertigo" e fiquei estarrecido com sua elegância, sua imponência. Claro que a fotografia magistral do filme do Hitchcock colaborou, mas seu rosto gelado e seu olhar de desdém me conquistaram. Adoro mulher marrenta. Kim Novak tem aquele jeitão de mulher madura, que discute política entre os amigos, mas que adora sussurrar saliências ao pé do ouvido.