quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Terceira Temporada!

Quem diria, não? Três anos de aventuras do Surfista Platinado. Confesso que estou muito orgulhoso dos rumos que o blog tomou. Através dele, fiz amigo, babei por musas e levei alguns momentos de diversão para algumas pessoas. Até entrevista em rádio eu dei. Enfim, aumentei a minha paixão por escrever. Tudo graças à você, aí do outro lado da telinha. Tu mesmo!

Enquanto sopro as três velinhas, aproveito para informar que logo não estarei mais entre vós. Em breve, partirei para a maior aventura (ou loucura) da minha vida. Vou deixar o sol tropical, os botecos da Lapa, as areias da Barra da Tijuca e os grandes amigos presepeiros. O céu estrelado será o mesmo, mas visto pelo hemisfério norte, lá do norte da Europa. Até logo, calor do Rio. Olá, frio irlandês!

Bomba, hein?

Pois é, o Surfista Platinado será internacional por tempo indeterminado. Serei um gringo na terra dos leprechauns e dos trevos. A razão? Uma musa, claro. O que mais me faria atravessar o Atlântico e abandonar uma vida. Chame de insanidade, chame de destino, predestinação, condenação... chame do que quiser. Eu fico com os versos da Maria Gadu: "Todos caminhos trilham pra a gente se ver / Todas as trilhas caminham pra gente se achar, viu / Eu ligo no sentido de meia verdade / Metade inteira chora de felicidade".

Nos próximos dias, eu conto tudo que me levou à esta decisão. Adianto que nunca vivenciei seis meses tão intensos.

Slainte!

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, parabéns para você e blablablá. A modéstia eterniana me impede de comentar que você deve grande parte da sua longevidade bloguiana ao bom e velho He-Man. Seus textinhos são ok e, de vez em quando (eu disse "de vez em quando"), você tem uns brilharecos. Nada comparado às magníficas intervenções deste que vos escreve. Então, sorte a sua que eu possuo passaporte internacional e posso entrar em qualquer país! Vamos invadir a Irlanda, coleguinha platinado! Ih, a modéstia passou. Amiguinho, limpe os pezinhos antes de entrar na casa dos outros (e na sua também). Até a próxima!!!

TOP 10 - Temporada 2009/2010

Ah, quase esqueci do tradicional top 10. Eis o que mais curti na temporada 2009/2010.

:: O que fazer quando se sofre por amor?
Por quê?
Porque é uma questão universal e a bola foi levantada por um leitor que caiu de paraquedas por estas bandas. Acho que foi um dos meus textos mais comentados.

:: A vida em reprise
Por quê? Ainda numa onda de refletir sobre o sentido das coisas, escrevi esse depoimento sobre o medo lascado que tenho da rotina.

:: A fina arte da revanche
Por quê? Ah, histórias de vingança sempre atraem a nossa atenção. Ainda mais quando ela fica estampada na pele do vilão.

::A história de Adélia e o folião duplo
Por quê? Porque é uma divertidíssima presepada carnavalesca de uma amiga querida.

::A missão de Zé Américo e a mulher de fogo
Por quê? Presepadas e estripulias fazem parte deste blog, mas nunca soube de uma aventura que acabasse com incêndio e calote.

:: Diários de bicicleta
Por quê?
Depois desta aventura, eu entendi a razão do ciclismo ser um dos esportes mais perigosos do mundo.

:: O meu sangue ferve por você
Por quê? Ora, um texto em homenagem ao grande mestre Sidney Magal não carece de explicações.

:: O primeiro encontro em 10 dicas
Por quê? Em uma bateria de listinhas, este foi um dos meus favoritos por tratar de um assunto delicadíssimo.

:: Armani Code
Por quê?
Porque tem uma musa e uma história bonita. Quer coisa melhor?

:: A capa da Playboy
Por quê?
Você deixaria a sua amada posar pelada? Questão sinistra, hein?


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, comentar listinhas particulares não faz parte do meu job description...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O oficial de pernas curtas

Começo usando logo um clichêzão: de médico e louco, todo mundo tem um pouco. Lupcínio não era médico. Era louco mesmo. Aos vinte-e-poucos anos, já era capitão da Aeronáutica e frequentava as aulas da PUC vestindo uniforme das forças armadas com divisas e o escambau. Era um militar típico, com barba e cabelos impecáveis, conservador, sério e origem de família extremamente católica. Enfim, era um milico nato.

Lupcínio começou a namorar Zulmira, que também estudava na PUC. O casal parecia ter tudo a ver, pois a família dela também tinha um pezinho no quartel. Em um dos almoços de domingo, a guria levou o seu amado para conhecer a parentada toda, inclusive o avô, Dr. Arquimedes.

- Então você é da Aeronáutica, meu filho? – puxou papo o ancião Dr. Arquimedes.

- Sim, senhor. Com muito orgulho.

- Eu tive uma passagem por lá também, meu filho. Foi coisa pequena, mas inesquecível.

Tal e qual o Vovô Simpson, Dr. Arquimedes desencavou histórias da sua juventude. Lupcínio ouvia tudo com atenção e pontuava os causos com as suas próprias experiências, incluindo a citação a nomes dos seus superiores.

Vovô Arquimedes se recolheu após o papo e deixou o garoto com os papos da família. No dia seguinte, o bicho pegou.

Vovô Arquimedes não era apenas um ex-soldadinho da Aeronáutica. Era um brigadeiro reformado com mais medalhas que o Michael Phelps em três olimpíadas. E os seus contatos com a corporação continuavam firmes e fortes, especialmente no que diz respeito aos nomes dos oficiais de altas patentes. Zeloso pela netinha, ele desconfiou das referências de Lupcínio, gente que nunca ouvira falar. Temendo pela própria memória, ele lançou os nomes citados em todas as bases do Brasil e exterior. Dias depois, descobriu que eram todos inexistentes.

A casa caiu...

Um belo dia, Lupcínio estava na PUC, curtindo a aula de O Homem e o Fenômeno Religioso, quando foi visitado por um advogado da Aeronáutica e um oficial de alta patente. Ambos queriam alguns esclarecimentos sobre a sua farda, suas divisas e a história de ser capitão aos vinte e poucos anos.

Lupcínio caiu em desgraça e quase foi preso. Sumiu da PUC, da vida de Zulmira e dos colegas que me brindaram com esta história. Aliás, não sumiu totalmente.

Epílogo...

Meses depois, uma ex-colega de Lupcínio estava em Niterói, simpática cidade do outro lado da Baía de Guanabara, e passou por uma igreja. Sua atenção foi fisgada por uma presença conhecida no altar. Ela parou, entrou e, boquiaberta, reconheceu o ex-milico-fajuto vestido de padre e rezando a missa.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, somos todos passíveis a uma mentirinha aqui ou ali. Até o He-Man, Master of Universe, por mais que isso não ocorra quase nunca. Mas quando as mentirinhas granham proporções astronômicas, a brincadeira vira aquela doença chamada mitomania, um distúrbio em que o cidadão inventa uma história absurda e passa a viver nela. É fogo, amiguinho! Como a mentira tem pernas curtas, o safado... quero dizer, o mitômano sempre corre o risco de ser apanhado dentro das suas próprias epopeias. Amiguinho, fuja das fofocas com o vampiro foge do alho. Quando tiver algo a dizer, não use intermediários. Até a próxima!!!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A maldição da calcinha bege

Mais um texto resgatado do período em que eu batia ponto no divertido Caixa Preta. O tema foi o efeito assombroso que as calcinhas beges causam na libido masculina. Pelo menos, a moral da história é inédita. Vamos ao que interessa:

Era uma vez...

Uma das mais preciosas lições que aprendi com as mulheres é: "elas sempre estão no comando". Anote isso, pequeno jedi, e guarde na carteira ou cole na porta do seu armário para que você nunca esqueça. Por mais que, vez ou outra, elas caiam de paixão por um homem, a vantagem é sempre feminina. Com toda essa dianteira, eu fico pasmo como elas ainda caem em armadilhas tão estúpidas. Detalhes insignificantes que apagam o fogo de qualquer garanhão e diminuem o maior dos tesões. Coisinhas mínimas. Coisinhas... beges.

Argh, bate na madeira! Como eu odeio o bege. Vade retro!

Pensa comigo, minha amiga leitora, você conhece um cara bacana. Ele consegue adjetivar substantivos compostos, opina bem na maioria dos assuntos, lhe dá atenção, é boa pinta, aparenta tomar banho com relativa frequência e demonstra desejo pelo sexo oposto. "Esse é meu número", pensa você. Eis que o galante pretendente chama você para um programa a dois. Você aceita e logo planeja a produção. Aí, eu me pergunto:

Na hora de montar o figurino, o que passa por sua cabecinha para escolher logo aquela maldita calcinha bege?

Minha querida, o sujeito pode lhe convidar para assistir a uma missa do Padre Marcelo Rossi, mas você tem que estar precavida. Seja lá qual for a hora do dia ou da noite, escolha aquela pecinha preta. Se você quiser fazer uma graça, escolha a vermelha. Se você estiver muito otimista, não escolha nada. Vai com uma folha de parreira. Mas jamais cogite uma lingerie bege.

Bate na madeira! Toc, toc, toc.

Vou tentar explicar a situação por analogia. Voltemos ao encontro com o galã citado. O programa é legal e o cara está jogando bem. Ele usa Polo Black, é gentil na medida certa, tem boas piadas e, melhor ainda, desperta os seus arrepios na nunca. "Vou dar pra ele", decide você. Nessa hora, o controle está na sua mão e ambos concordam em dar um pulinho no motel para analisarem a decoração medieval. Os beijos acalorados fazem o casal esquecer da arquitetura e roupas são arrancadas ferozmente. Nessa hora, você se depara com uma cueca do Ursinho Pooh. Aposto um jantar que você pára e pensa "mas que zorra é essa?".

Multiplique essa frustração por mil e você compreenderá o que um homem sente ao se deparar com um item bege debaixo da saia da mulher desejada. Entre ele e o objeto de desejo e volúpia, uma tenebrosa calcinha bege. Se for no modelo calçolão, aí é pedir o chapéu e ir para casa.

Amiga, leitora de Marie Claire ou admiradora da Marília Gabriela, seja uma revolucionária. Convoque amigas, vizinhas e até a sua mãe e faça como suas rebeldes antecessoras. Monte uma fogueira em tons beges e mande brasa. Se faltar querosene, pode me chamar que eu paro qualquer atividade para ajudar. Seria um ato para o bem da nação masculina.

Faça um favor para si e para seus namorados, peguetes, amantes, maridos ou frequentadores eventuais: não permita que nada na cor bege exista em seus guarda-roupas, especialmente nas gavetas. Garanto que novos horizontes se abrirão em sua vida sexual.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, você está muito relapso com o blog. Além de deixar este muquifo às moscas por um tempão, ainda tem a cara de pau de retornar com um "vale a pena ver de novo". Ah, qual é? O meu contrato não prevê que eu gaste a minha extraordinária sabedoria em republicações. Mas, como o seu público não tem nada a ver com isso, vamos à genial moral da história. Buenas, a calcinha bege é feiona? Sim. Mas e daí? O que interessa está além do bege, captou? Pronto. Rapidinho. Amiguinho, não fique aos berros no telefone, pois as outras pessoas não precisam participar da sua conversa. Até a próxima (que espero não demorar tanto)!!!