sexta-feira, 28 de março de 2008

He-Man responde! #11

PRESIDENTE E SUA ESPOSA GARÇONETE PERGUNTAM:

Tenho uma dúvida, mas não sei quem poderá tirar, se é o Papai Smurf, se é o He-Man... é um caso para "as questões desafiadoras". Vamos lá: por que nos Smurfs, as únicas personagens femininas são a Smurfette e a Sassette??? Eles são seres assexuados??? Ou então... que merda de aldeia era essa que só tinha duas mulheres??? Seriam eles eunucos??? Quem poderá responder essa?



HE-MAN RESPONDE!
Querido Presidente, antes de responder sua interessante questão smurfiniana, tenho uma novidade. Em sua vila mimosa (sem duplos sentidos), os Smurfs abrigavam três fêmeas.

Smurfette entrou na comunidade como a maioria das mulheres: criando uma quizumba. A loira de pele azul foi criada por Gargamel para se infiltrar e destruir a harmonia smurfística. Veja como o velho feiticeiro tinha a manha: lançar uma garota no ambiente para desfraldar o caos. Mas os planos foram interrompidos pelo sábio Papai Smurf, que ofereceu um maroto chá de cogumelo à guria e a libertou da sua missão maligna. Desde então, Smurfette se tornou a pioneira de vestido entre os smurfs de calças.

A segunda foi a Sassette, a smurf morena foi criada pelos próprios membros da vila para variar um pouco. A loirice da Smurfette estava cansando o visual. Além dos cabelos castanhos, Sassette usava um macacão rosa.

A última fêmea foi a Vovó Smurf, antigo caso do Vovô Smurf. A gnoma anciã havia sido presa em um castelo por muito tempo e foi libertada pela Tropa de Elite azulada. Para reacender a velha chama e dar conta do recado, Vovô Smurf inventou o Viagra (sacou a coloração azul da pílula? Agora você sabe que foi um dos Smurfs que desenvolveu a fórmula).

Como você pôde perceber, os Smurfs tinham sexualidade, mas apenas o veterano da vila dava no couro. Enquanto Smurfette e Sassette eram irmãzinhas e cultivavam uma amizade azulada (não podia ser colorida porque lá predominava uma única cor), Vovó Smurf entrou na roda para fazer alguém feliz. Como a série acabou antes do desenvolvimento da trama, nunca ficamos sabendo se o exemplo de virilidade do Vovô foi seguido pelos demais ou se ele era realmente a última coca-cola do deserto.

Complementando a informação, esse anos será lançado um filme inédito dos Smurfs e já foi adiantado que a vila contará com uma penca de smurfas. Sinal dos tempos.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Esperteza de criança

Depois de muito analisar minha própria vida, cheguei à conclusão que sou pára-raio de bêbado e criança. Bebuns desconhecidos eu não gosto, mas a molecada me faz feliz. Dos mais pequenos aos pré-adolescentes "homenzinhos", a garotada sempre cola em mim. Eu nunca reclamei.

Bom, de tanto ler as aventuras da Ruiva Infinita com seus alunos de língua afiada e amor incondicional, me inspirei a escrever sobre os pequenos. Na verdade, é a curta história de Elizabeth, amiga minha que não é mais pequenininha, mas teve seus anos de calças curtas.

Elizabeth era a mais travessa de três irmãos (ela, a irmã e o irmão caçula). Em Aracaju, capital de Sergipe, a psicologia infantil era (acho que ainda o é) baseada na vara de marmelo nas pernas dos meninos levados. De tanto aprontar, a guria fez por merecer o mesmo tratamento masculino. Sempre que se comportava mal, suas perninhas brancas ganhavam um ou dois riscos vermelhos.

Elizabeth era miúda, mas não era trouxa. Rapidamente decidiu dar um fim à temida vara. Descobriu que o instrumento de punição era guardado sobre a geladeira. Pegou uma cadeira e alcançou a maldita, que se tornou vários pedaços. Na primeira malcriação, sua mãe correu para a geladeira e encontrou a varinha devastada. A guria escapou do corretivo.

Durante semanas, Elizabeth se tornou a inimiga número 1 das varas de marmelo. Todas que surgiam na casa eram devidamente destruídas. Certo dia, a mãe escondeu a arma tão bem que não houve São Longuinho que ajudasse. Como um vaso de cristal havia sido vítima das suas correrias pela casa, a garotinha sabia que suas perninhas tinham um encontro marcado com a vara escondida. Dito e feito. Quando a mãe descobriu a arte da filha, sacou a tal vareta. Desesperada, a guria driblou a algoz e fugiu para fora da casa. Como galinha de casa não se corre atrás, a mãe ficou na porta de braços cruzados (sem largar a vara).

- Volta aqui, menina.

- Não volto.

- Volta. Estou mandando.

- Não volto.

- Você vai ter que voltar uma hora,

- Mas aí a sua raiva já vai ter passado.


QUAL A MORA DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, He-Man não aprova corretivos físicos nas crianças. Tá certo que uma palmada ou outra acaba sendo inevitável, mas para tudo há diálogo. Na pior das hipóteses, é possível ligar para a Supernanny ou apelar para dos DVDs da Xuxa. Enfim, os pais devem estar atentos aos corretivos que passam nos filhos. O "remédio" pode ter efeito inverso e causar ainda mais rebeldia. Amiguinho, ajude a prevenir a dengue. Não deixe que se formem poças ou locais de água parada perto da sua casa. Até a próxima.

domingo, 23 de março de 2008

O caso da vítima inconformada - Parte II

Voltamos à aventura (verídica, vale ressaltar) de Sofia, bela mulher da Barra da Tijuca que teve seu carro roubado e estava diante do provável ladrão. Era mais emoção do que já tivera a vida inteira.

- Dona, avisa para eles que eu só levei o carro e não lhe machuquei. Avisa que eu não levei a bolsa, por favor.

Bingo!

Sofia e o bandido conversaram por quase uma hora. Ela propôs testemunhar positivamente em troca de todas as informações possíveis. Aparentemente novato na vida do crime, Vitorino abriu o bico e revelou o esquema dos carros.

Por um número de celular pré-pago ele recebia informações sobre uma lista de carros que estavam "sob encomenda". Vitorino confirmava o interesse e assumia o trabalho. Para localizar os carros pedidos, passeava por Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra. Agia como um observador e fazia o roubo em poucos segundos. Como era branco e bonito, não despertava suspeitas depois.

Assim que estava com a encomenda nas mãos, recebia uma ligação do seu contratante e deixava o carro em um condomínio qualquer da Barra da Tijuca. As chaves ficavam atrás de um dos pneus. Em momento algum, ele via seu "patrão". Nos dias seguintes, ele recebia um depósito em sua conta corrente. Tudo limpo e profissional.

- Vitorino, eu quero meu carro. Dá teu jeito.

- Dona, eu não tenho a menor idéia de onde pode estar o seu carro. Juro por Deus.

A polícia decretou que iniciaria uma nova investigação, mas qualquer promessa de sucesso seria leviana. O delegado adiantou que talvez fosse necessário "comprar" o carro dos bandidos. Para sua surpresa, também adiantou que seria interessante se ela deixasse um "estímulo financeiro" para motivar a equipe. Sofia ficou indignada, mas topou para ganhar tempo. Dias depois, decidiu investigar por contra própria.
.
- Vou recuperar meu carro. Escreve o que estou te dizendo - avisou ao marido incrédulo.

Durante as semanas posteriores, Sofia passou a ser figurinha fácil na delegacia. Já era até conhecida do carcereiro e tinha sempre acesso livre ao Vitorino. Os policiais achavam engaçado a dondoca rica brincando de detetive. Basicamente, o ladrão dava informações e ela apurava pela cidade.

Daí por diant, foram visitas a ferros-velhos, conversas com líderes de comunidade, telefonemas a seguradoras, contatos com firmas de segurança e por aí vai. Sem qualquer treinamento de criminalista, as investigaçãoes de Sofia conduziam para onde ela não esperava: a própria polícia. Tiras corruptos estavam envolvidos no esquema, mas cadê provas? Tudo era informal e sem fontes que se dispusessem a depor.

Três meses depois do roubo, Sofia recebeu uma ligação de um número secreto.

- Dona Sofia? - perguntou a voz.

- Sou eu. Quem é?

- A senhora está mexendo com um vespeiro. Pode ficar ruim para o seu lado.

Sofia sentiu um pavor que nunca havia experimentado na vida.

- Quem é?

- Olha, se a senhora continuar fuçando vai acabar perturbando gente perigosa que não pensaria duas vezes em meter uma bala na sua cabeça. Pense nos seus filhos. Sabemos tudo sobre sua família.

- Eu quero o meu carro de volta.

- Eu sei, eu sei. Como acho que a senhora não vai parar com essa história, só tenho duas opções: calar sua boca permanentemente ou cortar o mal pela raiz.

- Como assim? Não quero prejudicar ninguém.

- Escuta, admiro a sua persistência. Vamos encerrar esse papo de detetive. Seu carro está na Cidade de Deus - ele deu o endereço. - A chave está escondida embaixo de um dos pneus. Agora, não quero mais ouvir falar da senhora.

Desligou.

A Cherokee estava no local indicado. Estava empoeirada, mas sem arranhões ou depredação. Até o velocímetro indicava o pouco uso. Sofia cumprira sua promessa, mas decidiu vender o carro e comprar um modelo menos chamativo.
.
- Chega de emoções - ela me disse.




QUAL A MORA DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinha Sofia, você tem uma perseverança digna dos aplausos do He-Man. Sua vontade e indiferença às críticas alheias devem ser exemplo para todos que tremem diante da primeira adversidade. Riscos existem em qualquer situação, mas esses perrengues enaltecem as conquistas e as vitórias. Nossa, estou tão Lair Ribeiro, tã Max Gehringer hoje. Amiguinho, cuidado com o volume do seu aparelho de som. Preocupe-se em não perturbar outras pessoas.

Participação especial #6

Você já se sentiu atraído pela sua melhor amiga? Já pensou em dar um traçado forte naquela mulher que sempre foi sua camarada? Se essa idéia já lhe passou pela cabeça, voa para o Caixa Preta. O tema da semana é esse: amizade colorida.

quinta-feira, 20 de março de 2008

O caso da vítima inconformada - Parte I

Finalizando a série de Casos de Polícia, chegou a vez da história de Sofia. Como essa aventura é mais longa do que o normal publicado por aqui, eu vou dividi-la em duas partes. Coisa inédita nesse blog.

Bom, a odisséia começa em frente a uma agência bancária na Barra da Tijuca, outro bairro que costuma aparecer sempre nas novelas da Globo.

Sofia ligou o sinal de alerta da sua Cherokee novinha para aguardar a irmã efetuar alguns pagamentos no caixa-eletrônico. Enquanto esperava, percebeu a aproximação de um rapaz bonito e bem vestido. Ele usava uma jaqueta de couro, tinha olhos penetrantes e um ar de Antonio Banderas - segundo sua descrição.

- Que gato - pensou Sofia. O homem encostou na sua janela e sacou uma pistola prateada.

- Sai do carro agora. Pode ficar com a bolsa, celular e o que mais quiser, mas sai do carro rápido e sem dar um pio.

- Que filho de uma puta - repensou Sofia.

Ela lembrou que o carro ainda não estava no seguro. Tentou encontrar uma forma de fugir, mas pensou na irmã que poderia voltar a qualquer momento. Com os olhos cheios de água, a nossa heroína saiu do veículo.

Como procedimento normal, ela deu queixa à polícia e tornou-se mais uma entre tantas vítimas de roubo de carro no Rio de Janeiro. Mas sua história seria diferente, pois ela encasquetou que iria recuperar a Cherokee.

Algumas semanas depois, recebeu um telefonema de um policial da delegacia onde prestara queixa. Ele precisava da sua presença urgente, pois um ladrão de carros com a descrição prestada havia sido preso em Ipanema. Caso a identificação fosse positiva, as chances de rastrear sua Cherokee aumentariam.

- A senhora tem muita sorte. Vitorino foi preso em Ipanema, mas não havia escrivão da DP da região. Ele foi removido aqui para a Barra e bateu com o seu caso. Muita sorte mesmo - contou o policial.

Sofia e o marido observaram o bandido através de um espelho.

- Dona Sofia, observe com muita atenção. Leve o tempo que precisar - orientou o tira.

Ela hesitou. Não estava confiante e o marido percebeu.

- Você não tem certeza, né? Não acusa o cara se não tiver certeza.

- Daqui fica difícil. Preciso vê-lo de perto. Detetive, deixa eu entrar na salinha com ele - o pedido de Sofia surpreendeu a todos.

- Madame, acho que a senhora não está compreendendo a situação. Aquele homem é um bandido perigoso e ele pode ser vingativo. Aqui ele não te vê. Isso é importante para a sua segurança - alertou o policial.

- Não se preocupa. Eu quero entrar lá.

Sob protestos do detetive, do marido e dos amigos presentes, Sofia entrou na sala do suspeito. Ele se levantou no susto assim que a viu.

To be continued...





QUAL A MORA DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Vou esperar para ver qual é a da parada antes de tecer maiores considerações. E feliz Páscoa para todos! Que o coelhinho visite suas casas e traga muito chocolate (light).

sexta-feira, 14 de março de 2008

Aquele sentimento que inspira as canções bregas

Você lembra da primeira vez confessou amar alguém? Declarar-se não está diretamente ligado ao amor real. Às vezes, você ama, mas não revela. Em outros casos, não ama, mas tenta se enganar. Eu lembro da primeira vez que disse "eu te amo" para alguém. Foi inesquecível.

- Ei, chega aqui. Preciso falar com você. Jogo rápido. Olha só, acho que eu amo você.

Ela olhou para mim com a testa franzida.

- Dane-se, sapo murcho.

Cacete, que raio de insulto foi esse?

Criança é um bicho muito cruel. A gente ficou de mal, fez as pazes no dia seguinte e foi comemorar a reconciliação jogando vôlei. Aprendi naquele momento que esse verbo nunca pode ser conjugado sem mais nem menos. Nos anos que vieram, tomei umas bordoadas para fixar a lição. Fui instruído a ferro e fogo.

Quase aos vinte anos, voltei a amar alguém. Dessa vez eu sabia que era de verdade verdadeira. Ela era antropóloga e louca. Bom, ser louca deve ser pré-requisito para cursar antropologia. Com ela conheci o amor que maltrata. Sofri, perdi noites de sono, chorei litros sem ninguém ver, gravei dúzias de fitas (eu não tinha gravador de CD no fim dos anos 1990), escrevi centenas de poesias, sofri mais um pouco e superei. Eu a reencontrei quando já estávamos crescidinhos.

- Sabe, acho que eu sempre te amei. Na verdade, ainda amo - ela me disse. Mesmo com tantas recordações penosas, nunca cultivei o rancor. No entanto, eu já estava escaldado o suficiente para não cair no mesmo truque.

Bola pra frente!

Com a jornalista paulista de olhos ardósia, eu fui apresentado ao amor silencioso. Nunca disse que a amava, apesar de saber disso. Ela também nunca me disse. Apenas sabíamos dos sentimentos um do outro. Eu lamento muito, pois ela se foi sem ouvir isso dos meus lábios. Ela merecia mais do que um "eu te amo" nunca verbalizado. Fiquei devendo.

Eis que veio a primeira namorada. Sim, comecei a namorar tarde. Estávamos andando no calçadão de Ipanema e ventava forte. Ela me abraçou e eu disse "eu te amo" sem planejar nada. Simples assim.

- É a primeira vez que você me diz isso. Eu também te amo - ela compreendeu a importância daquilo para mim.

A segunda namorada ouviu minha confissão nas areias do Leblon em uma noite estrelada de verão. Estávamos sentados e...

- Eu te amo - ela não respondeu. Nunca respondeu. Ela me ensinou a amar sem esperar absolutamente nada em retorno.
Segue o jogo.

Descobri que amava a terceira namorada no segundo dia da lua de mel. Na verdade, eu percebi que a amava antes mesmo de conhecê-la. Foi no carro, em frente ao portão da sua casa.

- Olha, não quero saber se estou adiantando as coisas, mas eu te amo muito. Mais do que eu posso entender. Não me importa se você ainda não me ama - nunca me declarei com tantas defesas..

- Eu também te amo muito e estou morrendo de medo - amor com medo é amor do mesmo jeito. Nunca amei com tanta intensidade, tanta força. Confirmei as palavras do poeta que imortalizou "quem não ama demais não ama o bastante".

Para a quarta namorada, eu confessei em Ilha Grande. Falei baixinho, voz tímida. Eu estava seguro, mas sussurrei pela primeira vez na vida. Ela não disse nada. Sorriu sem palavras. Meses depois, ela fez o Maracanã e o Police ficarem caladinhos.

- Eu te amo, meu lindo.

Tudo ficou sem som. Só ouvi a sua voz ecoando.

Passou. Ficou para trás. Agora, resta apenas essa estranha nostalgia e sentimento de saudade. Delas? Não necessariamente. Sinto falta desse sentimento diferenciado. Esse tipo de amor que inspira canções bregas.

PS. Sapo murcho. Taquelpariu! Cada uma que eu já ouvi.



QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, amiguinho, você anda tão esquisitão ultimamente. Se você fosse menina, diria que está com TPM. Mas eu lhe compreendo. He-Man é repleto de compreensão, sabedoria e palavras carinhosas para seus pupilos. Sendo assim, deixa de ser mané e vamos parar com essa idéia de ficar se remoendo pelos cantos. Todos passam por momentos de nostalgia afetiva, e isso é saudável. Mas, se você ficar com olhos de peixe morto e cara de Tonho da Lua, vou te dar um corretivo tal que o Esqueleto ficaria assustado. Vai caçar uma mulher, pô! Amiguinho, controle o tempo que você dedica ao videogame. Experimente fazer esportes ou brincadeiras ao ar livre. Até a próxima!



domingo, 9 de março de 2008

He-Man responde! #10

ISO9002 PERGUNTA:
Para o He-man: os homens realmente se apaixonam pelas mulheres más? Ou isso é lenda?


HE-MAN RESPONDE!
Querida Iso9002, essa teoria é tão consistente quanto a lenda do monstro de Loch Ness. Minha amiga, se mulheres malvadas fizessem esse sucesso todo, a penitenciária feminina estaria lotada de bons partidos. Esqueça.

Homens se apaixonam por mulheres que os complementam. Fique tranqüila.

Essa foi molezinha.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Participação especial #5

Hoje é dia de bater cartão no blog dos amigos. O tema escolhido é musical - com pitadas de safadeza para dar Ibope.

Você tem bom senso para escolher a música certa para criar um clima caliente? Tendo ou não, visite o Caixa Preta e confira algumas dicas de trilha sonora para aqueles momentos a dois... ou a três ou até a quatro. Vai do gosto e disposição do indivíduo.

PS. São apenas sugestões musicais. Quem é o especialista em dar conselhos por aqui é o He-Man!

terça-feira, 4 de março de 2008

O caso do passeio em Estocolmo

A segunda parte da trilogia Casos de Polícia conta o drama de Rocha e um inesquecível passeio noturno. A história é um pouco longa, mas vale a pena.

Rocha e sua então namorada tinham acabado de sair de uma cerimônia de casamento e rumavam para a festa em um hotel em Copacabana. Como sempre, ele queixava-se da fome. Ela queria um prosseco. Subitamente, foram bloqueados por um Santana e rapidamente cercados por quatro homens armados.

- Abre o carro! - Rocha travou as mãos no volante e pensou em arrancar com o carro. Olhou para a namorada e desistiu. Abriu a porta e sentiu o cano gelado do revólver na sua cabeça.

- Pode levar o que quiser. Deixa a gente aqui.

- Nada disso, a gente quer levar vocês para dar uma voltinha.

- Então deixa que eu vou sozinho. Ela é nervosa e pode atrapalhar o trabalho de vocês.

O bandido da porta observou a moça aos prantos e acatou a dica.

- Beleza, ela fica aqui. A bolsa e o celular são nossos. Você, garotão, pula para o banco do carona.

Assim foi feito.

- Menina, pensa bem no que você vai fazer. Estamos com o seu homem.

Rocha ficou no banco do carona e um segundo assaltante armado no banco de trás. O Santana com os outros dois seguiam logo atrás.

- Garotão, você lê jornal? - perguntou o motorista.

- Leio.

- Então você sabe que nesses casos sempre sobra para o refém. Fica na sua.

Mensagem captada.

O passeio passou por alguns caixas eletrônicos. Rocha e o motorista ficavam no carro e o homem do banco de trás ia ao terminal sacar o que pudesse. O seqüestrado imaginava que logo seria liberado, afinal, eles já tinham dinheiro e o carro. Ledo engano. Ficaram rodando pela cidade madrugada adentro, passando por bairros distantes e várias viaturas da polícia. Lá pelas tantas, Rocha começou a sentir os efeitos da Síndrome de Estocolmo.

- Posso ligar um CD? - perguntou Rocha.

- Por que? - questionou o raptor de trás.

- Porque o clima está muito tenso.

- Você tem Roberto Carlos? - interessou-se o motorista.

- Não tenho. Serve Djavan?

- Não, Djavan é pentelho. Você tem o que de música romântica? Gosto de música romântica - decretou o motorista.

- Tenho Zezé Di Camargo e Luciano?

- Legal! Bota aí.

E seguiram ouvindo Zezé Di Camargo e Luciano.

- A gente só está esperando um sinal. Seu carro foi encomendado e estamos fazendo o frete. Fica calminho que já está acabando.

- Não é meu. É do pai da minha namorada. Por quanto vão comprar o carro?

- Sei lá.

- Pago 500 para vocês deixarem comigo.

- Pra cada um?

- Estava pensando em 500 para todos. Estou baqueado depois do saque inesperado na minha conta. Considerem como um bônus.

- Vamos pensar no seu caso, mas sua proposta está baixa.

- Pensa com carinho.

Quase uma hora e meia depois, o cara do banco de trás informou que o sinal foi recebido. Nessa altura do campeonato, eles estavam na Vila da Penha, um bairro muito distante (tendo como parâmetro a Zona Sul do Rio). Pararam o carro na primeira esquina.

- Desce - ordenou o motorista. Rocha desceu.

- Aqui fica bom pra você? - perguntou o do banco de trás.

- Não, tô perdido aqui.

- Avenida Brasil melhora a sua vida?

- Melhora.

- Quer carona?

- Eu quero.

E foram os três até a Avenida Brasil ouvindo Zezé Di Camargo e Luciano.

- Melhorou? - quis saber o motorista ao chegarem na Avenida Brasil.

- Mais ou menos. Estou sem um centavo, né?

O cara do banco de trás abriu a carteira do Rocha e pegou vinte reais.

- Toma esse dinheiro para o seu táxi.

- Espera. Pega meu cartão. Vamos negociar o carro no futuro.

Os bandidos pegaram o cartão, deixaram a grana e ainda desejaram uma boa noite. Nas semanas seguintes, os malfeitores ligaram para Rocha e negociaram o carro. Segundo ele, foi um bom negócio.

Os Casos de Polícia continuam...

QUAL A MORA DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, a inquestionável lição foi dada pelo vilão: "sempre sobra para o refém". Entonces, nada de querer bancar o esperto ou o herói. Essa é a minha função e eu garanto que não é nada fácil. Tente manter-se calmo e obedeça as ordens dos sequestradores. Nesses momentos, o clima é muito tenso e qualquer atitude brusca virar uma tragédia. Amiguinho, ajude sempre a mamãe nas tarefas do lar.

domingo, 2 de março de 2008

A aldeia global do Papai Smurf #3

Papai Smurf tirou o fim de semana para ir ao cinema ver filmes sobre gente ruim.

NA TELONA 01: "Sangue Negro" é um filme violento e cruel. Não pelo sangue (por mais que haja muito nessa história), mas pela falta de escrúpulos do protagonista Daniel Plainview em sua busca por petróleo. Aliás, o Daniel Plainview de Daniel Day-Lewis é um espetáculo de brutalidade e amoralidade. Se não fosse por sua atuação visceral, "Sangue Negro" não seria tão impactante. Smurf Sonhador foi ao cinema comigo e saiu deprimido com a falta de humanidade do personagem principal.

NA TELONA 02: Respirei fundo, tomei coragem e fui ver "Rambo IV". Maluco, que sinistro! Longe do contexto da Guerra Fria dos anos 80, John Rambo (com uma cabeleira ao estilo Roberto Carlos) volta à cena no meio de uma guerra civil nos cafundós miseráveis da Ásia. Até cenas reais do conflito são mostradas em toda sua selvageria. Sob pretexto de um resgate de missionários, o veterano parte em uma odisséia regada a sangue aos litros, estupros, mutilações diversas, torturas abomináveis, cabeças estouradas, crianças barbarizadas, gargantas arrancadas com os dedos, corpos explodindo e uma chuva de chumbo. Como manda o figurino, não há nada de politicamente correto. Só resta a boa e velha violência descerebrada contra inimigos ainda mais pervertidos que o (???) herói. Se o Stallone/Rocky procurava se reencontrar com seu passado glorioso, Stallone/Rambo foge do seu passado sangrento como o diabo da cruz. Smurf Dorminhoco não conseguiu pregar os olhos, pois a barulheira era absurda. Papai Smurf adorou, mas não levaria a Smurfette!

Depois de tanta perversidade, Papai Smurf quer ver um filminho da Disney.