quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A aldeia global do Papai Smurf #11

Papai Smurf está feliz da vida. Em uma semana, viu quatro filmes legais e ouviu um disco inédito muito bom. Curiosamente, foram histórias de espionagem (um personagem clássico e um novo que, tenho certeza, entrará para a antologia do cinema de ação) e um CD de uma banda veterana. Nada mais justo que fazer recomendações aos amáveis leitores do Surfista. Espero que gostem.


NA TELONA: A avaliação sobre o novo 007 rendeu um texto lá no Caixa Preta, site no qual costumo mandar umas linhas, de vez em quando. Caso você não tenha lido, o resumo da ópera é que o James Bond encarnado pelo Daniel Craig reflete um desejo da mulher moderna pelo homem mais bruto, mais rústico. A mulherada está de saco cheio dos Beckhams da vida. Enfim, em "Quantum of Solace", os roteiristas continuam em busca da humanidade perdida do agente 007. Pela primeira vez, um filme da série continua a história anterior (exatamente do ponto em que parou "Casino Royale"). Isso já seria uma grande novidade, mas "Quantum" ainda tem três características próprias que valorizam sua cotação: Craig não diz "meu nome é Bond, James Bond", a bondgirl não vai para a cama dele e o termo "007" é usado apenas uma vez. Ao longo da história, o agente é chamado de Bond, ou, simplesmente, James. A trama segue os moldes de sempre, ou seja, 007-percorre-os-continentes-para-salvar-o-mundo-de-um-vilão-nefasto. Nada de mais. O que se sobressai é a forma insensível como ele se porta. James Bond encontra na sua nova missão uma forma de se punir e punir todos que o fizeram sofrer no passado. A "M" de Judi Dench está brilhante e confirma o ar maternal da comandante. Smurf Robusto afirma que vale o ingresso. Smurfette acha que é movimentado até demais.

NA TELINHA: Na onda do 007, não há como não falar do agente que realmente revolucionou o cinema de ação dos anos 2000. A trilogia de Jason Bourne (reparou nas iniciais?) ganhou uma caixa com os três filmes e uma cacetada de extras. Aliás, são títulos como estes que dão alguma dignidade ao cinema de correria. Bom, caso você não conheça a trama, os três longas contam a história do desmemoriado Jason Bourne, que é resgatado no meio do Mar Mediterrâneo e se vê perseguido por uma horda de assassinos profissionais. De rato sem lembranças, ele se torna o gato e passa a caçar os crápulas que querem vê-lo comendo grama pela raiz. Além de carismático, Matt Damon é um ator competente e dá credibilidade ao personagem. O roteiro é inteligente e amarradinho com a direção sempre coerente e sem presepadas. As cenas de perseguição são alucinantes e extremamente divertidas. Veja e depois me diga se você também não acha que o sucesso de Jason Bourne criaram a essência do novo James Bond. Smurf Gênio curte filmes de espionagem, mas prefere "O Falcão Maltês" ou o 007 dos tempos da Guerra Fria.

NA VITROLA: Sempre tenho medo dos novos discos das minhas bandas favoritas. Sinto uma apreensão danada, pois acho que podem jogar uma história de bons álbuns pela janela. O AC/DC não lançava um CD há anos e o tal do "Black Ice" chegou cercado de expectativas. Até aí, nada de surpreendente, pois até o Roupa Nova tem um séquito. Com um pé atrás, comprei o disco (sim, sou antiquado e ainda compro discos. Gosto da embalagem, da bolachinha original... essas babaquices, sabe?). Logo na primeira faixa, o alívio. "Rock'n'roll train" é sensacional. Brian Johson já não tem o vigor dos tempos de "Back in Black", mas manda bem. A guitarra incendiária de Angus Young não mudou absolutamente nada. O cara continua um monstro. "Black Ice" é um discaço!!! Rock sem firulas, sem nu-metals, sem tatuados de bonés, sem DJ, sem apelação... nada! Só cinco coroas descascando uma barulheira fenomenal. A aldeia toda curtiu e a só se ouve AC/DC na floresta. Smurf Poeta deixou de ouvir Chico Buarque e também entrou na onda!

domingo, 23 de novembro de 2008

Dr. Quarenta e seu plantão médico

Sempre desconfiei dos plantões médicos. Por mais que muitos levantem questões de ética, profissionalismo e até o Juramento de Hipócrates, ninguém me tirava da cabeça que aquele monte de gente reunida madrugada adentro dava um jeitinho para aprontar das suas. Não é que dão mesmo...

Eliseu era um médico mineiro que decidiu fazer carreira em São Paulo. Deixou família e uma noiva em Uberlândia para ganhar dinheiro em Sampa. O doutor estudava, participava de seminários, trabalhava em clínicas e curtia madrugadas nos plantões de um hospital público. Lá, ele era subordinado à Dra. Ryuu, médica responsável, descendente de japoneses e fonte deste causo.

- Doutora, preciso de um tempinho para descansar. A senhora me arruma uns quarenta minutos? – pedia Eliseu.

Quase sempre, Eliseu pedia quarenta minutos para o relax. Sumia e voltava com um sorriso nos lábios.

Aos poucos, a amizade entre a médica e o mineiro foi crescendo. Quando eles já estavam íntimos (no bom sentido), Eliseu resolveu revelar a natureza dos seus "intervalos relaxantes".

- Ryuu, tenho que te contar. Eu estou tendo um caso no hospital.

- Eliseu, menino, você é noivo.

- Uai, minha noiva é para casar. O caso é para aliviar a tensão.

- Ai, meu Deus. Não me vá arranjar problemas. É alguém da enfermagem?

- Sim.

- Quem?

- Todas.

Dra. Ryuu quase engasgou com o café.

- Como assim???

- Pois é, elas dão mole e, às vezes, estou sem fazer nada. Aí, já viu...

Fazendo justiça à fama mineira de comedores-silenciosos, Dr. Eliseu era um terror. Em todo hospital, não havia uma enfermeira, técnica ou assistente de enfermagem que não tivesse passado pelos seus "quarenta minutos".

Num desses intervalos, a noiva mineira de Eliseu ligou. Dra. Ryuu atendeu e ficou com a batata quente nas mãos.

- Eliseu taí, doutora? Queria falar com ele só um bocadim!

Dedurar o amigo ou acobertar uma traição? Dra. Ryuu decidiu dizer a verdade... mas ao seu modo.

- Olha, ele está fazendo um exame ginecológico, mas já volta. Eu deixo o seu recado.

Com o álbum completo e repetindo várias figurinhas, Eliseu decidiu focar em Georgina, a enfermeira nova. A mulher era um cavala daquelas que só aparecem em filmes de saliência. Vestindo a roupinha branca, ela era uma fantasia sexual ambulante. O pior é que tinha fama de certinha e não aturava as gracinhas de ninguém do hospital. Alguns médicos tentaram a sorte, mas nenhum se deu bem.

- Vou pegar essa mulher, sô! Anotem aí o que eu estou dizendo - decretou Eliseu. Há quem conte que rolou até bolão de apostas.

Assim que teve uma oportunidade, Eliseu armou o bote e... corte seco. Tentou de novo, e tomou outro corte-seco. Insistiu, insistiu e nada. Dr. Quarenta tinha achado uma rival à altura das suas habilidades.

Certa noite, Dra. Ryuu viu Eliseu chegar com uma mochila. Ele sorriu e abriu um pedacinho do zíper da bolsa para revelar sua nova arma: uma garrafa de vinho francês.

- Vou pegar essa danada e é hoje, sô. Por favor, programa uma folguinha de trinta minutos para as duas horas da madrugada. Não atenderei nem o Presidente da República.

Na noite seguinte, Georgina foi ao gabinete de Ryuu. Pediu licença e adiantou logo o serviço.

- Doutora, a senhora é amiga do Dr. Eliseu, né?

"Ai, ai, ai... vai processar o Eliseu por assédio sexual", pensou a médica.

- Então, eu queria saber se ele é solteiro, se me acha bonita. Acho que estou gostando dele...

Estarrecida, Ryuu prometeu checar e convocou a presença de Eliseu imediatamente.

- Estou impressionada contigo, Eliseu. Não é que a enfermeira nova está gamadinha? Agora me conta, o que foi que você fez para quebrar a resistência?

Dr. Quarenta sorriu com ar de poder, respirou fundo e...

- Olha, Ryuu, contar eu não posso, sô. Mas, se você quiser mesmo saber, eu mostro.

Ryuu jura de pés juntos que nunca caiu nos encantos do mineiro, mas admite que essa resposta extraordinária justificou cada intervalo concedido.

Epílogo:

Eliseu casou com a noiva de Uberlândia, ainda mora em São Paulo e não faz mais plantões. Tornou-se um grande cirurgião e seu hobby atual, segundo informações, é correr maratonas.

Obrigado pelo causo, doutora.



QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, do alto de sua sabedoria milenar e anabolizada, He-Man sabe que este tipo de tema despertará dois tipos de manifestações: pessoas que condenarão o comportamento promíscuo do Eliseu e mulheres que vão pedir o endereço do consultório. Daí, você pode ver como há pesos e medidas para a traição. He-Man, sarado e fabuloso, não pratica o concubinato, mas também não condena quem goste de uma pulada de cerca. Se não me engano, apenas os golfinhos são fiéis às suas companheiras. Todo o restante dos representantes masculinos do reino animal atendem um penca de fêmeas ao mesmo tempo. E nunca tive notícias de uma leoa que deu uma surra de toalha molhada no leão ou uma macaca que tenha contratado um detetive para investigar a vida do macaco. Machos são naturalmente safados. Fazer o quê? Amiguinho, tente dormir pelo menos oito horas por dia. Até a próxima!!!

Participação especial #8

Demorei, mas voltei a fazer expediente no blog dos outros. Voltando a discutir a relação no nosso querido Caixa Preta, o tema é a saga da guerra dos sexos ao longo do tempo. Profundo, né? Também acho. Então dá um pulinho lá e confira. Clica aqui e divirta-se!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O amor e outros desastres


Matilde é uma das mulheres mais bonitas que já conheci. Tem traços finos de mulher francesa, pele branquinha de boneca de porcelana e cabelos amarelos que nem um pôr-do-sol na serra. Esses atributos são a parte light da moça. O que derruba, desarma e constrange é o seu sorriso de teclas de piano. Quando ela sorri, você fica sem saber para onde olhar. Chega a ser embaraçoso.

Não, não quero pegar a Matilde. Mulheres casadas estão fora da minha alçada e minha querida colega de trabalho é uma respeitável mãe de família. O que me leva a escrever sobre Matilde (além de sua beleza monstruosa) é uma história despretensiosa, contada durante um almoço igualmente despretensioso.

Tenho uma baita cara de bom moço, ou sou um imã para confissões. Só pode ser. Por essas e outras, este blog safado segue firme e forte no universo virtual. Que bom!

Durante a sobremesa, ela me contou uma história que começou há dez anos atrás e teve mais um capítulo há dois meses. Sendo bem direto, o caso começou quando Matilde ainda não usava aliança na mão esquerda.

Era uma vez...

Em 1998, Matilde namorava Stanislaw, um sujeito rebelde, aventureiro, maluco, descompromissado e completamente irresistível aos seus olhos. Nossa heroína, toda poliana, sempre teve uma queda por rapazes desajustados, mas já estava ficando de saco cheio de tanto rock'n'roll.

Numa bela manhã, Matilde viu que todo o seu amor não mudaria o Lobão-way-of-life do namorado. Eles já estavam crescidinhos, e ela tinha ambições, enquanto que ele queria seguir vivendo la vida loca. Com os corações partidos por três anos de paixão e guitarras distorcidas, eles se separaram.

Um pouco depois, Matilde conheceu um cara legal, com boas piadas, pegada firme, estabilidade emocional e uma perspectiva de vida bacana. Eles namoraram, noivaram, casaram e tiveram uma filhinha linda - como a mãe.

Em outubro de 2008, Ary, amigo de Matilde, faleceu. Ela não pôde ir ao velório, mas foi à missa de sétimo dia. Foi sozinha, pois o marido tinha outro compromisso. Ela preferiu assim, pois sabia que havia uma chance razoável de reencontrar o melhor amigo do falecido.

Quem? Quem? Stanislaw, o próprio!

Mesmo avesso a igrejas, Stanislaw estava lá. Ele veio cumprimentar Matilde com uma educação londrina. Ela percebeu que o ex não mudou nada depois de dez anos. Ele continuava com a mesmíssima aura de garoto, com os cabelos desarrumados e um jeans carcomido. Claro que tinha o mesmo ar encantador de outros tempos. O bad boy não envelheceu um dia sequer.

Ao fim da missa e dos cumprimentos aos parentes do finado, Stanislaw acompanhou a moça até a calçada.

- Você casou, né? – ele perguntou.

- Casei.

- Fiquei sabendo. Olha, estou muito feliz por você estar bem.

- Que bom, Stanislaw. Também torço muito por você.

- Só quero que você saiba uma coisa que está engasgada aqui há anos.

Matilde segurou a respiração. Eu segurei a respiração, enquanto ouvia. Se eu fosse você, faria o mesmo.

- Tive muitas namoradas, tenho uma agora, e, provavelmente, terei outras. Mas, nunca amei ou amarei uma mulher com a intensidade que te amei. Nunca. Ainda hoje, guardo uma foto sua na minha gaveta. Ninguém se atreve a perguntar quem é. A mulherada vem e vai, mas você será eterna. Realmente, fico muito feliz por você estar realizada na vida.

Matilde não conseguiu falar nada. Ficou em silêncio enquanto Stanislaw ensaiou um sorriso tímido, virou-se e sumiu sem se despedir. Não esperou resposta. Disse o que queria e desapareceu no tempo e no espaço.

Matilde ficou sem reação. Misturou raiva, tristeza e estranhamento, bateu tudo no liquidicador e bebeu um suco da mais pura felicidade feminina, aquela que vem da certeza de ser alvo do amor legítimo, sincero e atemporal.

- Doug, eu jamais trocaria a minha vida de agora pelo que tive com o Stanislaw, mas as palavras dele foram lindas e ficarão comigo para sempre.

Fiquei matutando sobre a experiência cinematográfica de Matilde e as palavras que me atropelaram meses atrás:

"Não casei com a mulher que mais amei. Casei com a que me dava melhor".

Isso rendeu um texto, mas, sobretudo, rendeu pensamentos que me assombram, que me rasgam por dentro. Será que casarei com a mulher que mais amei? Será que terei a oportunidade de me confessar, do mesmo jeito que o Stanislaw?

Para a primeira pergunta, eu não sei a resposta. Para a segunda, eu sei.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, estes seus pensamentos melosos estão dando no saco do Homem Mais Forte do Universo. O que lhe salva de um sonoro esporro por retornar à mesma ladainha do "a pessoa mais amada e a pessoa que mais lhe completa" é a história da Matilde. Como você mesmo disse, em um raro momento de sensatez, entre o furacão de sensações, ficou a felicidade de saber que em algum lugar do universo, um ser humano lhe ama incontrolavelmente. Como disse o carinha, mulheres podem vir e podem ir, mas a referência do verdadeiro sentimento que inspira as canções bregas fica. Carajo! Você viu o que eu disse? Eu fui contaminado pela sua maldita visão melosa do mundo! Argh! Amiguinho, não faça bolinhas de meleca e arremesse no coleguinha. Isso é nojento pra cacete e dá uma raiva dos diabos! Até a próxima!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

Os 10 vilões mais sinistros

Mais uma lista irresistível surge. Dessa vez, não fui oficialmente convidado, mas tomei a licença de selecionar os 10 vilões mais casca-grossas do cinema. Bom, não rolou de selecionar 10, então escolhi logo uma cacetada de maus elementos - com exceção dos óbvios e magistrais Darth Vader e Hannibal Lechter. São eles:

Mola Ram (de "Indiana Jones e o Templo da Perdição")
Só pela foto, você entende a razão dele estar nesta lista. Além de escravizar criancinhas, esse pústula ainda arrancava o coração dos inimigos com as unhas.





Chong Li (de "O Grande Dragão Branco")
Invicto e cheio de frases feitas, Chong Li causou uma fratura exposta no adversário, quase matou o amigão do Frank Dux com um pisão no crânio e ainda trapaceou com aquela história do pó de aspirina nos olhos do Jean-Claude. Entre suas melhores tiradas estão: "você quebrou meu recorde. Agora, eu vou quebrar você".

Pinehead (da série "Hellraiser – Renascido do Inferno")
O sadomasoquista do quinto dos infernos! Com sua tropa de cenobitas, sua voz gutural e suas milhares de agulhas cravadas na cabeça, Pinhehead era o pesadelo em pessoa. Um dos monstros mais doentios já criados pela mente humana.




Bill The Butcher (de "Gangues de Nova York")
Dono da favela que viria a ser Nova York, Bill resolvia suas divergências no fio da peixeira. Durante seu reinado de terror, o bandido assassinou, depredou, torturou, ameaçou, roubou e desfigurou a carinha bonita do Leonardo Di Caprio. Tudo isso sem tirar o gumex do cabelo ou desfazer o bigodinho Salvador Dali.






General Zod (de "Superman II")
"Ajoelhe-se perante Zod", impunha o vilão mais casca-grossa que já cruzou o caminho do Super-Homem. Vindo de Krypton, Zod também tinha os poderes do Homem de Aço, mas não foi criado na fazendinha do Kansas com todos os princípios cristãos. Zod queria dominar o mundo, detonar os Estados Unidos e sapatear no túmulo do filho de Jor-El.





T-800 (de "Exterminador do Futuro")
Pela lógica, este filme deveria projetar a Sarah Connor e o Kyle Reese como astros de Hollywood. Bobagem! Quem viu "Exterminador do Futuro" ficou estarrecido com o T-800, o robô assassino vindo do futuro apocalíptico para matar a mãe do líder rebelde. Sem um pingo de emoção ou remorso, T-800 chacinou, praticamente, todos os figurantes e alguns personagens principais do filme.



Thulsa Doom (de "Conan, o Bárbaro")
Só pela sua voz trovejante, Thulsa Doom já deveria ser temido. Mas além disso, o cidadão brutalizava aldeias, saqueava, virava cobra, matava com uma simples ordem e ainda tinha uma legião de seguidores – todos vestidos como se fossem da KKK.




Coringa (de "Batman – O Cavaleiro das Trevas")
Antes de ir para a "cidade do pé junto", Heath Ledger construiu o Coringa mais perturbador de todos os tempos. Sua interpretação alucinada, amoral e violenta será lembrada por gerações. Mais do que barbarizar Gotham City e assassinar o Homem Morcego, o Palhaço Louco do Crime queria provar que o ser humano não vale nada. Aí, eu te pergunto "why are you so serious?".





Johnny Lawrence (de "Karate Kid – A Hora da Verdade")
Protótipo de pitboy, Johnny e seus comparsas fizeram Daniel-san comer o pão que o diabo amassou - sem desfazer o penteado parafinado. Chegou a fazer moda com seu kimono preto da Cobra-Kai.





Humungus (de "Mad Max 2"): Se você achou Toecutter, de de "Mad Max" mau, você não prestou atenção neste vilão. Humungus era cruel, desumano e sádico. Para ilustrar tanta perversidade, usava a máscara do Jason, roupinha de couro e tanguinha sapeca. Na época podia até ser bad boy pra cacete, mas hoje em dia seria muso de boate gay.



Jerry Dandrige (de "A Hora do Espanto")
Um dos bebedores de sangue mais maneiros do cinema. Ele fazia o estilo charmosão, mas rasgava pescoços com toda a tranquilidade do mundo. Para Jerry, adolescentes gostosinhas não passavam de um lanchinho da madrugada - literalmente.





Demônio da Floresta (de "Evil Dead - A Morte do Demônio")
Não sei o nome dele. Na verdade, ele nem aparece, mas suas possessões deixam "Evil Dead" realmente alucinante. A maquiagem clonada de "O Exorcista" e a câmera frenética tornaram esse filme um cult.





Bispo de Áquila (de "O Feitiço de Áquila")
Dissimulado, cruel, traiçoeiro e canalha, o Bispo de "O Feitiço de Áquila" fazia macumbas e ainda ministrava a missa do fim da tarde. Sua maior perversidade foi cobiçar a mulher do próximo (o cavaleiro Navarre) e fazer um feitiço para mantê-los longe por toda a eternidade.



David (de "Os Garotos Perdidos"): Líder da gangue de "Os Garotos Perdidos", David era uma vitrine da moda 80. Tinha mullets loiraços, cabelo espetado, pilotava uma moto Agrale e saia com uma vampira que parecia a Sonia Braga, em "Gabriela".

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Atos absurdos que fazemos por um rabo-de-saia...


Um hábito intrigante de certas mulheres é o de freqüentar boites gays – mesmo sendo heterossexuais. Segundo algumas, essa escolha se deve pelo simples prazer de dançar sem nenhum Zé Mané para importuná-las.

Hmmm... mas, se elas forem a qualquer boite e saírem sem nenhuma cantadinha, onde vai parar a auto-estima??? E desde quando mulheres não são experts em cortar qualquer investida inconveniente??? Às vezes, acho que essa presepada é uma fuga da responsabilidade de atrair os olhares maliciosos.

Outra corrente de fêmeas declara que esse tipo de ambiente reserva alguns homens interessantes, desencanados, inteligentes e refinados. Juro que não duvido, mas a probabilidade desse tipo de cara não curtir um rabo-de-saia é imenso. Além da chance clara dele ser do tipo que coloca a mão dentro da calça alheia e fica feliz seja lá com o que encontrar.

Berenice se enquadra na primeira descrição: ela curte boites homos pelo prazer de dançar sem se preocupar com conversas moles no meio da pista. Ela tem amigos gays e, vez ou outra, aceita um convite para requebrar o esqueleto nessas danceterias que contrariam a máxima do Tim Maia: só não vale dançar homem com homem nem mulher com mulher. Lá no escurinho do salão, vale tudo!

Bom, seria uma noite como outra qualquer, na qual Berenice dançaria até suar a blusinha, tomaria uns gorós e voltaria para casa intacta. Lá pelas duas da matina, uma surpresa. A moça apertou os olhinhos para ver melhor no escuro, e...

- Peraí, Leonel? Leonel, é você?

O cara escancarou o queixo. Ficou com a cara de menino que foi pego pela mãe fazendo justiça com as próprias mãos, quero dizer, prestando uma homenagem solene à Playboy do mês, isto é, na covardia do cinco contra um, ou seja, praticando o sexo seguro... bem, você entendeu.

- Leonel, que surpresa!

- Berenice, chega aqui para eu te falar uma coisinha. Não é nada do que você está pensando.

Olha, o cara é pego com a boca na botija em plena boite gay e vem com essa onda de "não é nada do que você está pensando"? Seria mais digno assumir sua condição, mas...

- Cara, não tem problema nenhum. Você pode ser boiola o quanto quiser. Ninguém vai te censurar.

- Mas, eu não sou gay!

Você não lembrou do quadro do "Casseta & Planeta" com Wanderley na sauna gay? Eu lembrei.

- Então, você entrou aqui por engano. Achou que era a Nuth Lounge, mas só desconfiou depois que viu um marinheiro fortão dançando no palco.

- Não, Berenice. Droga, vou ter que te contar. Você tá vendo aquela mulher ali? Aquela de vestidinho verde? – apontou para uma moça que acompanhava a conversa de longe. Ela também estava com a fisionomia tensa.

- O que tem ela?

- Ela está comigo.

- Aqui? Por quê logo aqui? Você nunca foi um cara interessante, desencanado, inteligente e refinado.

Leonel respirou fundo.

- Porque ela é casada. Aqui é o lugar em que podemos sair para dançar com um risco menor de esbarrar com o marido dela ou com os amigos dele.

Berenice arregalou os olhos e não conteve a gargalhada. Leonel voltou para o lado da "namoradinha". Ficaram se amando e chamando a atenção por serem o único casal heterossexual do recinto.


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, uma característica que configura o perfil do homo sapiens sapiens é a habilidade inigualável de ter idéias diferenciadas para aprontar das suas. Tamanha criatividade para fazer caquinha sem chamar a atenção se reflete no plano infalível de Leonel e da moça casada para curtirem a noite sem correr tantos riscos. Ela dança à vontade e ele pode beliscar a patroa alheia sem medo de virar pauta do "Linha Direta". Pelo lado romântico da parada, Leonel merece reverências. Quantos homens colocariam suas masculinidades e machezas à prova pelo amor de uma mulher (mesmo uma comprometida)? Amiguinho, evite tomar choques. Não brinque com tomadas.