sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sebastiana, a mulher-fera

Onofre e um grupo de camaradas decidiram conhecer os encantos de Florianópolis no verão. Como bons turistas, visitaram as praias famosas, fizeram passeios e foram caçar na lendária noite catarinense.

Sim, caçar também é um programa turístico. O checklist de viagem de homens jovens é: 1) tem atrações diversificadas?; 2) tem hospedagem barata?; 3) tem programação noturna com nativas tchutchucas e facinhas? Claro que a última questão tem peso maior na avaliação.

Bom, após visitar algumas das praias mais famosas da ilha, Onofre e seus comparsas foram se esbaldar em algum ambiente com som alto, birita e gente querendo ser feliz. Na primeira noite, ele conheceu Sebastiana, garota de ar angelical, 22 aninhos e olhos verdes faiscantes. Chope para cá, chope para lá, papo vem, papo vai... e os dois findaram a noite se atracando loucamente.

A química rolou e os dois trocaram telefones. Ela deu o número do celular e ele deu o número da pousada. Em vez de ocupar a função de uma arma de destruição em massa, Onofre contrariou a lógica e ficou "namoradinho" da nativa.

Após algumas noites de passeios de mãos dadas, chegou a hora de voltar para a dura realidade do Rio de Janeiro.

- Volto para casa amanhã.

- Vou sentir a sua falta, Onofre.

- Eu também.

- Vou te mostrar um lugar especial para você levar como lembrança.

No banco do carona da "namoradinha", Onofre pensou logo: "ih, me dei bem". E se deu mesmo. Segundo ele, ela dirigiu até um canto isolado com um visual deslumbrante de uma das praias de Floripa, Uma região que só os moradores conhecem. Mal chegaram e a Sebastiana se jogou em cima dele, arrancando sutiã, camisa, saia rodada e o que mais estivesse no caminho.

- Você me quer? – Sebastiana perguntou com aqueles olhos verdes incendiários. A resposta foi óbvia:

- Quero.

- Então mete esssa $%¨$#@# na minha &*$@!#%*, seu filho da $%*(!!!.

Misericórdia, que é isso? Onofre mal controlou o susto.

- Hã, como assim?

- Vai logo, seu Җ฿∞≈≠!!!

- Calma, querida.

- Calma é o $@*≠¥₩♪!!! Anda logo, seu !&*$ Җ∞≈!!!

Em questão de segundos, a loirinha fofa e dócil se tornou a caminhoneira mais desbocada de Santa Catarina.

- Amorzinho, preciso me concentrar.

- Que $*¨@!# Җ฿ de se concentrar! Vem, gostoso!

Ai, ai, ai...

Durante o ato, Onofre ouviu todos os termos chulos, palavrões e perversões conhecidos pela civilização ocidental. Na instante do orgasmo, Sebastiana encontrou também alguns xingamentos em polonês e tupi-guarani. Parecia um filme nacional dos anos 70 estrelado pela Matilde Mastrangi e pelo David Cardoso.

Não sabe quem é Matilde Mastrangi e David Cardoso? Coloca no Google e você também encontrará detalhes sobre filmes como "As Cangaceiras Eróticas", "Bacalhau", "A Noite das Taras" e "Tudo na Cama", dentre outras produções furrecas que dispensavam muitos figurinos e depilações. Relíquias trash da nossa história cinematográfica.

Sem disfarçar o terror, Onofre acompanhou a nova transformação de Konga, a mulher-gorila, em Poliana, a doce filhotinha que é o orgulho do papai. Voltou para o Rio e ainda tem pesadelos com Sebastiana e sua estranha forma de demonstrar chamego.

- Vem, seu %&*$ Җ∞≈!!!

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, He-Man se amarra em uma safadeza ao pé do ouvido. Aliás, o Todo Power He-Man se amarra em qualquer tipo de safadeza e está sempre com a sua espada justiceira pronta para qualquer serviço. Voltando ao nosso tema, sapequices no ouvidinho esquentam o momento e deixam bem claro que o lance está fluindo. Mas, assim como tudo na vida, tudo precisa ter a sua dose certa. Sair vomitando obscenidades ensandecidamente não aumenta o tesão de ninguém. Bom, pelo menos ninguém normal da cachola. Amiguinha, por mais tarada que você seja, não caia no erro de Sebastiana. Seja econômica com as suas expressões serelepes. No caso do amiguinho Onofre, a dica valiosa é desconfiar sempre: loirinha, olhos verdes, tchutchuca e solteira? Querendo dar? Tem algum caroço nesse angu. Amiguinhos, nesse verão bizarro, prefira os banhos frios com duchas fortes. Até a próxima!!!

Ah, He-Man também é cultura: falar palavrões compulsivamente é uma vertente da Síndrome de Tourette chamada coprolalia.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O começo, o fim e o meio

Fui ao cinema ver "Ninja Assassino" e fiquei bolado. Não exatamente com o filme, mas com um programa que vi logo em seguida e o conjunto que se formou. Na TV, a atração não tinha uma ligação óbvia com a história do guerreiro e a sua saga de vingança contra o clã que o tornou uma máquina de matar. Era um documentário apresentado pelo Pedro Bial sobre a morte. Melhor dizendo: sobre o eterno temor do homem pelo seu inexorável fim.

O ninja amargurado esquarteja dezenas de inimigos. Bem longe do Big Brother, Bial divaga sobre a busca pela juventude infinita. Um protagonista procura a redenção através da morte por atacado. O outro conversa com estudiosos, artistas e filósofos sobre a vida.

Parêntesis: gosto muito dos textos do Bial. O cara é um artesão das palavras. Veja como ele transforma os dilemas do Big Brother em tramas quase shakesperianas. Admiro o cara. Confessei.

Tanto já se escreveu sobre a morte com humor. Evandro Mesquita e a Blitz disseram: "todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer". Uns poucos três mil anos antes, a grega Safo de Lesbos (sim, lá da ilha do velcro) cutucou as divindades dizendo "se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais". Jim Morrison, do Doors, nunca bateu bem da cachola, e teorizou sobre o dia de bater as botas: "quero uma morte lenta, para aproveitar cada segundo". Sei, sei... e morreu doidaraço em uma banheira em Paris.

E também lembro que o Caetano Veloso já comentou sobre o tema. Se não me engano, ele disse: "vida eterna? Ser eu mesmo pela eternidade é uma ideia desesperadora".

Putz, imagina ser o Caetano por todo o sempre. Caceta!

Sabe, cada um teoriza como quiser, mas eu não tenho medo da morte, mas tenho pavor dos anos anteriores. O estado de dependência, a perda da lucidez, o esquecimento... isso sim é desagradável – usando um grande eufemismo. Quero ser um velhote esperto, como os coroas joviais de "Cocoon". Quero chegar aos 90 com o pique do mestre Hélio Gracie. Quero contar minhas presepadas aos meus bisnetos sempre aumentando um tantinho.

O biso era sinistro, moleque. Aliás, ainda é.

Aubrey de Gray, um cientista cabeçudo com jeitão que mistura um rabino e o ZZ Top, declarou com bases científicas que em 30 anos será descoberto o elixir da vida eterna. O homem só perecerá se topar com um ninja fulo da vida ou com um trem desgovernado. Será o infinito ao alcance de todos.

Quando eu era pequeno, uma cigana leu a minha mão e disse que a minha linha da vida é muito longa. Que bom! Ah, a vida é tão legal. No carnaval a gente olha para a folia e até se irrita com a alegria quase obrigatória dos trios elétricos ou das passistas. No Natal, a gente fica boboca com a filha ou sobrinha que abre aquele sorrisão com o presente do Papai Noel. No dia a dia, a gente olha para a pessoa amada e pensa "quero te amar para sempre". Ou até morrer. Seja lá o que vier primeiro. Tanto faz.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, tá certo que o seu momento de pensamento íntimo nem foi depressivo, mas, taquelpariu, hein? Você não tinha outro tema para abordar nem plena semana pré-carnavalesca? Enfim, já que você está cheio de frases dos outros, anota uma do Homer Simpson: "viva cada dia como se fosse o último. Um dia, você acerta". Ah, outra parada importante. Saca as palavras soberanas do He-man: viva da forma como você deseja ser lembrado. Já é um bom começo. Amiguinho, puxar a cadeira para uma dama nunca será brega. Até a próxima!!!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Batendo ponto no blog dos outros

Branca de Neve administra o Textos de Merda, e fez o gentil convite para uma participação afetiva por lá. Aceitei. Tá certo que demorei um bocadinho, mas aceitei. O tema escolhido foi a a minha primeira experiência com um filme de vuco-vuco.

Quer ver que bicho deu? Visita os Textos de Merda e confere.

Amanhã ou depois, eu coloco um texto novo por aqui.

Ah, obrigado pelo convite, Branca. Fiquei lisonjeado.