domingo, 27 de janeiro de 2013

As cinco teorias do pôr-do-sol


Há muito, muito tempo atrás, em uma galáxia distante, eu já fui um frequentador assíduo da noite carioca. Dos muquifos rock'n'roll aos viveiros de playboys e patricinhas, eu já bati ponto. Tive a minha fase notívaga, mas passou. Cansei. Deu no saco. Há poucos dias, uma amiga decidiu ir morar na Itália e organizou uma despedida justamente em uma boite da Zona Sul. Topei e voltei à "night" após um logo período de afastamento.

Nota do tradutor: night = balada = rock = festa.

Curiosamente, nada ou pouca coisa mudou. Música da moda. Meninas de vestidinho. Caras com roupas de marca. Bebidas coloridas. Olhares esquivos. Hormônios fervendo. Tudo by the book. A diferença foi presença de Henrieta, bailarina e amiga da minha namorada.

Henrieta se diverte observando a fauna local e desenvolvendo teorias divertidíssimas. Então, deixemos de rodeios e vamos ao que interessa:

1. A Teoria das Meninas em Grupos
Muitas meninas dançando em um grupo estritamente feminino representa grande probabilidade de ser um bando de encalhadas. Elas dançam felizes e sensualizam umas para as outras.

2. A Teoria da Garota de Laranja
A moça que sai à noite com um macacão laranja ou de qualquer outra cor berrante quer desesperadamente ser notada.

3. A Teoria do Salto Alto
A autoestima de uma mulher está diretamente ligada ao seu salto. A garota que vai à boite com rasteirinha  está de mal com a vida.

4. A Teoria da Pirâmide
O homem tem que começar o assédio pela mulher mais bonita e interessante do local – segundo o seu critério e a sua preferência. Se não rolar, a próxima vítima deve ser a 2ª mais bacana e a assim por diante. Se ele inicia as atividades pela mais sem-sal e for bem-sucedido, perdeu as chances de uma conquista mais significativa. O mesmo vale para as meninas: os olhares maliciosos devem ser lançados para o melhor cara. O contrário é desperdício de charme.

5. A Teoria da Boa Fonte
A garota que quer encontrar um cara legal pode até garimpar nas boites da vida, mas a sua melhor fonte é a amiga comprometida. Casais conhecem bons partidos e estão loucos para vê-los na mesma condição. Lembremos do dito popular: namoro/casamento é que nem piscina fria, quem está dentro diz para quem está fora "vem, que tá uma delícia".

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, Henrieta tem pontos de vista polêmicos, porém curiosos. Na categoria de homem mais poderoso do universos, não posso opinar ou aconselhar com justiça, pois onde eu passo, a comoção é quase uma beatlemania. Segundo a teoria número 4, eu estou no topo da pirâmide, sacou? Enfim, o que posso dizer sobre estes ambientes é que o que vale são as experiências, isto é, as posibilidades de desenvolver cantadas legais, assédios divertidos e até aprender a coreografia do "Gagnam Style". That's all. Amiguinho, cuidado com os locais onde você come. Fique atento às condições de higiene do estabelecimento. Até a próxima!!!




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Casimiro revelado


Você já parou para pensar a quantidade de números que somos obrigados a decorar? Tem CPF, RG, conta bancária, telefone de casa, telefone do trabalho, celular, CEP. Peraí, celular é um caso a parte. Os números ficam cada vez maiores. Não vou ficar espantado se um simples telefone celular ganhar mais dígitos que um CNPJ daqui a alguns anos. E as senhas? Senha dos vários emails pessoais, do  computador de casa, do computador do trabalho, do tablet, do celular (de novo, o celular. Praga!), da loja virtual, do caixa eletrônico...

Cacete, é muita senha e muito número!

Para facilitar a vida, Casimiro usava senhas relacionadas ao seu respectivo ambiente. Por exemplo, a senha do email tinha algo a ver com internet. Os números do banco tinham alguma coisa a ver com as suas finanças. Até que tem lógica e agiliza a vida. É aí que começa a nossa breve história – verídica, diga-se de passagem.

Triiimmmm...

CASIMIRO: Alô.

NÚBIA: Casimiro, é a Núbia. Você pode falar?

CASIMIRO: Claro, chefa. O que vocâ manda?

NÚBIA: Você fechou aquela planilha com os orçamentos? Já me mandou por email?

CASIMIRO: Fechei, mas não te enviei. Fiquei de revisar depois do almoço, mas acho que está 100%.

NÚBIA: Maravilha. O arquivo está no seu computador ou na rede?

CASIMIRO: No meu computador.

NÚBIA: Então me passa a sua senha. Eu pego lá nas suas pastas.

Glup!

CASIMIRO: Não precisa. Já estou indo para o escritório. Me dá 10 minutos.

NÚBIA:  Termina o seu almoço. Passa a senha e eu resolvo rapidinho.

CASIMIRO: Já acabei. Chego aí em cinco minutos, chefa.

NÚBIA: É urgente. Me passa a senha, rapaz.

CASIMIRO: Tô saindo.

NÚBIA: Casimiro, a senha. Agora.

Nosso herói respirou fundo.

CASIMIRO: Nubiagostosa.

Silêncio.

NÚBIA: Hein? Como, Casimiro?

CASIMIRO: Tudo junto e sem acento.

Desligou.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, usar palavras ou números conhecidos para facilitar a senha é uma prática comum. É até mais seguro agregar números no conjunto final. Usar palavras que declarem os seus desejos mais primitivos é um risco absurdamente desnecessário. E o pior é ser desmascarado e não pegar a chefa gostosa. Amiguinho, quando for à praia, fique atento à sinalização e às orientações dos salva-vidas. Até a próxima!!!




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cheiro no cangote

Entre planilhas, gráficos, cabos de computador, biscoitos, caderninhos e chicletes, um item na minha gaveta do trabalho ainda causa certo estranhamento nas pessoas. Pertinho da escova de dente e da pasta, repousa um vidrinho de perfume. Fazer o quê? Mamãe criou seus filhotes para serem educados, independentes e cheirosos.

Vivo no ambiente machista onde a máxima é “perfume que mulher gosta é o cheiro de homem”. Concordo. Mas duvido que elas se incomodem com um Diesel Fuel for Life no cangote do sujeito.

Proponho uma inversão na situação. Imagine a Angelina Jolie (ah, Angelina...) com cheiro de ônibus lotado no verão carioca. Aposto que você comparece ao chamado do dever assim mesmo, mas é certo que vai rolar um leve desapontamento na missão. Aqueles olhos grandes e desconcertantes não combinam com a fragrância de suor coletivo temperado no Leite de Rosas. Guardadas as devidas proporções, a lógica funciona para os homens.

Claro que o indivíduo deve ter prudência. Perfume ruim é que nem passeio de barco: pode até agradar nos primeiros cinco minutos, mas depois causa enjoo. Em algumas pessoas, já incomoda logo nos primeiros segundos. Particularmente, fujo dos aromas adocicados demais. Meu olfato é diabético.

Claro que cada um tem as suas preferências, mas acho difícil errar em um perfume com tons amadeirados ou cítricos. Lembremos do bom Ralph Lauren, praticamente em todas as suas versões (verde, preto e azul). Também acho que o Jean-Gaultier Le Male é uma grata surpresa. Se você abstrair a embalagem feiosa em forma de corpo masculino, vai encontrar uma fragrância excelente. Outra pedida com pouca margem de erro é o Dolce & Gabbana Light Blue, com frescor e suavidade perfeitos para o dia. Nesta mesma linha, o Calvin Klein Infinity é classe A. No limite do limite da doçura, está o Tommy. Mais um pouquinho, e ele estaria na categoria dos aromas melados.

Para a noite, os meus favoritos incontestáveis são o Ralph Lauren Black e o tradicional (vulgo verde). Rapaz, é garantia de sucesso. Borrife gotinhas no pescoço e na barriga (tem que ser otimista, pequeno jedi) e vá para qualquer evento sem medo de ser feliz.

A cultura brasileira é ideal para bons perfumes. Cumprimentamos com dois beijinhos na face (menos em São Paulo) e é aí que você soma pontos importantes na primeira impressão. Se ela cumprimentar você, fechar os olhinhos e deixar escapar um “hmmm...”, a partida já está caminhando para o placar positivo.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, você está fazendo bico de consultor da Avon? Ou da Jequiti? De onde surgiu essa sua veia de entendedor de perfumes? O poderoso He-Man, que vos fala com inestimável sabedoria, é curto e grosso: de nada adianta o malandro estar irrigado no mel, mas com outros detalhes pendentes. Tem que estar no equilíbrio dos elementos, sacou? Amiguinho, organize suas anotações para que você não se perca em pilhas de papel. Até a próxima!!!