terça-feira, 21 de abril de 2009

A aldeia global do Papai Smurf #12


Papai Smurf andou meio sumido, mas ainda bate ponto por aqui. Dessa vez, as dicas são de filmes que valem uma conferida no cinema ou no DVD. Saca só:
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NA TELONA 1: Durante anos, Clint Eastwood foi um dos maiores brucutus do cinema. O cara foi o pistoleiro nº 1 de Sergio Leone, fez escola com o policial durão Dirty Harry e barbarizou meliantes de todos os tipos. O lance é que em sua maturidade, o sujeito se revelou um diretor de rara sensibilidade. É como se o Van Damme virasse o Walter Salles Jr. Até a sua interpretação (sempre com ar de bronco) se adaptou à nova fase, quase sempre com homens com passados violentos (um ex-cowboy bêbado, um ex-boxeador, um ex-soldado etc). Em "Gran Torino", Clint esfrega na cara do americano médio algumas características que estão escondidas debaixo do tapete da american way of life: xenofobia, intolerância, racismo e ignorância. No filme, o viúvo e descendente de poloneses Walter não atura a sua vizinhança repleta de imigrantes orientais, os negros do bairro ao lado, o padre novato, suas netas adolescentes e quem mais estiver fora dos seus padrões de normalidade. Uma tentativa de roubo do seu maior tesouro, um Gran Torino conservadíssimo, vai obrigar com que ele se envolva com todos aqueles que despreza. Entre clichês e sacadas geniais, Clint é sutil em todas as lições e cria um soldado veterano cheio de manias e ideias preconceituosas, mas também ensina que sempre há tempo para aprender. Smurf Prático se amarrou. Smurfette chorou no final.

NA TELONA 2: "Watchmen" está na linha dos quadrinhos cults com temáticas adultas (como "V de Vingança", "Sin City", "Do Inferno", "300", "Hellblazer" e "Sandman", dentre outros). Seguindo a onda das adaptações, a história de Allan Moore ganhou as telas com a direção do Zack Snyder (que já havia mandado bem em "300"). Em uma versão dos anos 80 em que os Estados Unidos estão à beira de uma guerra contra a União Soviética, heróis aposentados precisam tirar o collant do baú para investigar uma conspiração que envolve presidentes, ataques nucleares, traições e um genocídio. Os personagens são interessantes, a história é inteligente, mas o filme é longo demais. Cada herói tem uma penca de conflitos e o roteiro tenta amarrar tudo em quase três horas de exibição. O andamento da trama sofre um pouco com o passar do tempo e o filme não é essa revolução toda que se canta. É um cinema cabeçudo, intrigante, que se disfarçou de blockbuster. Smurfette dormiu em alguns momentos, Smurf Robusto dormiu em outros. Cada um teve uma interpretação diferente. Confira e tenha a sua.

NA TELINHA: Quando o assunto é futebol, Papai Smurf gosta muito dos ingleses. Na Europa, poucos povos conseguem transmitir tanta paixão quanto eles. Esse fanatismo saiu do controle quando torcer por um time passou a significar o ódio pelos adversários e a agressividade. "Hooligans", da diretora alemã Lexi Alexander, mostra esse universo de violência feroz através dos olhos de um americano (o Frodo Bolseiro, vulgo Elijah Wood) que vai à Inglaterra após ser expulso de Harvard. Esse distaciamento cultural fica interessante logo no começo, quando o "soccer" vira "football". O filme não vai mudar a sua vida, mas, para quem vive em um país onde o futebol está encruado na cultura, é um divertimento.

4 comentários:

Marcia disse...

Como Papai Smurf arranja tanto tempo pra ir ao cinema??

Surfista disse...

MARICA, Papai Smurf é patrão. Tem tempo de sobra.

Camille disse...

Sabe...Também me cansei no Watchmen Papai Smurf...rs!

Renata disse...

Tenho de confessar que também chorei no final de Gran Torino.
Ótimo filme!