segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Corpo (da Madonna) em evidência

Minha admiração pela série "Sex and the City" é pública e notória. E olha que é preciso ser bem macho para admitir um negócio desse abertamente. Já manifestei tal simpatia por Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda em um post anterior. Resumindo o que foi dito, acho que as aventuras retratadas no programa serviram como um marco no feminismo do século XXI. Só que eu esqueci de uma figura que foi crucial no pensamento-calcinha de dar para quem quiser. Uma figura que soube se reciclar com o tempo e inserir ingredientes eróticos no mainstream. Uma figura que foi uma mãe para meninas e meninos gays. Uma figura chamada Madonna.

Caceta! Madonna e "Sex and the City" no mesmo parágrafo? Provavelmente, esta é a introdução mais gay da história deste blog. Será que ainda dá tempo de dizer que não sou uma tiete alucinada da Madonna? Até gosto dela, mas nada de exageros.

Enfim, eu e você, leitor heterossexual, devemos muito à nossa querida Madonna. Quando sua carreira caminhava para torná-la mais uma Cindi Lauper ou Paula Abdul da vida, a jovem cantora enfiou o pé na jaca e percebeu que poderia ser a porta-voz de muitas outras meninas cansadas da caretice vigente nos anos 1980. E assim foi...

A história você conhece: Madonna arrumou confusão com a Igreja Católica, brincou com a bissexualidade, publicou um livro com fotos eróticas, gravou um disco sapeca, fez uma turnê recheada de fetiches sexuais, gravou clipes salientes, inventou moda e mudou o penteado dezenas de vezes. A cada presepada, ela angariava mais fãs e recriava o termo popstar – sendo que, ao contrário do finado Michael Jackson, a cantora não se autodestruía. Era tudo pop! Para desespero das mamães pudicas, o pôster da Madonna estava nos quartos das suas filhotas (e filhotes).

Madonna é tão cult que até o Quentin Tarantino dedicou um memorável diálogo de "Cães de Aluguel" às interpretações dos versos de "Like a Virgin"...

Na virada dos anos 1980 para os 1990, nossa heroína sacudiu o establishment e plantou ideias reacionárias em cabecinhas acostumadas com desenhos animados e filmes da Disney. Madonna ajudou a sedimentar a liberdade feminina de namorar e sussurrar safadezas nos ouvidos dos amantes incrédulos.

Say my name, bitch!

Confesso que depois da fase safada, Madonna perdeu um pouco da graça. A onda macrobiótica, o caso com DJ brasileiro, o beijo na Britney Spears e a kaballah não me soam mais tão interessantes. Parece que são movimentos automáticos para continuar sob os holofotes. Sei lá, soa meio artificial. Prefiro os tempos das roupas de couro ou do refrão "like a virgin, touched for the very first time".



QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, este texto está meio esquisitão. O que os seus coleguinhas do jiu-jitsu vão pensar. Sei lá, hein? Bom, mas já que está aí, vamos ao trabalho. Madonna foi importante no movimento que você descreveu, mas ela foi uma causa ou consequência? Explico: ela desencadeou essa afliceta (google it!) toda ou pegou carona no rabo (ops!) do cometa? Seja lá o que tenha acontecido, reconheço que ela teve o mérito de ter a visão e mexido os pauzinhos (ui!) corretamente. Ela soube analisar o cenário e personificar a imagem que estava em falta. Enfim, mérito dela. Amiguinho, bons contatos são sempre importantes na sua vida profissioanal. Mantenha bons contatos. Até a próxima!!!

3 comentários:

Sandro Ataliba disse...

O fato dessa fase citada ter coincidido com minha adolescência me faz acreditar ter supervalorizado todo o erotismo exposto por esta senhora.
Quando à fase atual, tirando o beijo na Britney, concordo contigo.
E, por fim, acho que falar de mulheres que gostam de sexo, o praticam sem preconceitos e outras que declaram sua auto-satisfação e beijam outras mulheres just for the fun of it não seja algo "machamente" condenável. Junte isto a imagens e sons e terá um bom programa de TV de fim de noite. rs
Abraço!

Thaís Alves disse...

Na fase de ouro da Madonna eu ainda era mto novinha para entender ou valorizar algo que ela fizesse. Apenas adorava assistir seus filmes de sessão da tarde. rs Hoje eu curto algumas músicas, mas não sou nenhuma fã. Respeito e muito o fato de saber que ela contribuiu para a liberdade sexual da qual eu posso desfrutar hoje. Embora ache que ainda precisamos de muitas Madonnas para vencer alguns preconceitos, especialmente no Brasil. Existe um discurso liberal, mas a maioria dos homens continua machista e não sabem como lidar com uma mulher que sabe o que quer na cama. Bom tema! Beijos

Surfista disse...

THAIS, poi saiba que Madonna foi de suma importância para a as fêmeas. Mesmo que muitas das suas conquistas não sejam aplicadas inteiramente na prática, ela ainda é um referência.

Sobr o seu tema sugerido, rende pauta! Vou pensar no assunto e tentar escrecer algo.

SANDRO, Madonna e Bono em suas fases politicamente corretas demais são chatinhos. Os apectos que você citou como "não machamente condenáveis" se devem muito às saliências de Madonna.

Abração,