terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que aconteceria se...

Um início bem nerd...

Aprendi a ler folheando revistas em quadrinhos. Comecei com a Disney, pulei para a Turma da Mônica e me encantei pelos heróis da Marvel (antes mesmo da DC). Os personagens de collants coloridos me acompanham desde a pré-adolescência e foram importantes na formação da minha cultura pop. Entre as sagas épicas, havia uma série que eu gostava muito: "What If" (segundo a tradução "O que Aconteceria se..."). Estas aventuras contavam histórias em um universo paralelo, a partir da mudança de um único evento na vida de alguém. Basicamente, eram abordagens do tipo "O que Aconteceria se Wolverine tivesse matado o Hulk?", "O que Aconteceria se Homem-Aranha não tivesse se casado com Mary Jane?" ou "O que Aconteceria se os X-Men tivessem morrido na 1ª missão?".

De certa forma, era uma perspectiva superficial da Teoria do Caos ou do Efeito Borboleta. OK, fim do prólogo nerd...

Onde quero chegar é que instantes da sua vida se tornaram cruciais para o momento que você vive hoje?

Eu tenho alguns momentos que julgo fundamentais:

:: O dia em que perdi a entrevista de estágio em uma empresa de TV a cabo.
:: O dia em que quebrei um dente jogando futebol.
:: O dia em que fui demitido de uma grande empresa.
:: O dia em que abri uma empresa.
:: O dia em que comprei a passagem para a Irlanda.
:: O dia em que terminei um namoro antes do Natal de 2006.
:: O dia em que passei uma cantada na menina loira que ajudava na festa junina.

Claro que os momentos podem ser menos evidentes, como o ônibus que você perdeu ou a semana em que você pegou dengue e ficou sem sair de casa por alguns dias.

Toco neste assunto porque um evento em particular tem reflexos muito claros na minha saúde hoje.

:: Certa noite, em julho de 2009, eu fui jogar bola com os amigos do trabalho. A partida estava quase acabando. Era o último lance e eu tentei defender uma jogada adversária com a perna esquerda. Naquela fração de segundos, eu rompi os ligamentos do joelho. De lá para cá, passei por uma cirurgia delicada, nunca mais joguei futebol, minha paixão pelo jiu-jitsu está limitada e sinto gotas de suor frio a cada estalo que ouço na perna esquerda. Enfim, meu tesão esportivo nunca mais foi o mesmo desde aquela noite. Se eu pudesse escolher um instante para mudar em minha vida, eu optaria por aquela noite, por aquela jogada no último minuto. Eu tiraria a perna e evitaria o choque.

Hoje, moro na Irlanda e meu joelho parecia estar recuperado. Até ao jiu-jitsu eu voltei (mesmo com restrições), mas uma inocente brincadeira na neve me jogou na realidade dos meus limites. Meu joelho está enfaixado e estou rezando todo dia para que a médica irlandesa que me atendeu esteja certa: "aparentemente, não foi nada. Vamos aguardar uma semana para a dor diminuir".

Eu estou no aguardo, mas sei que é um aviso superior. "Game over para as suas brincadeiras, rapazinho!"

E você? Repito a pergunta: que instantes da sua vida se tornaram cruciais para o momento que você vive hoje?

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, será que He-Man terá que abrir os ensinamentos do dia com um clichê do tipo "há gente em condições muito piores e você reclama da vida?". Faça-me o favor, né? Uma amiga japa disse que tudo acontece quando deve acontecer. Claro que He-Man sabe que esta é uma forma conformista de verificar o caso, mas e daí? Somos seres pensantes (uns menos, certamente), e uma das formas de exercitar o pensamento é buscar consolo religioso, filosófico ou afetivo. Seja lá o que for, pense sempre no lado bom. Cientificamente, pensar positivo ajuda. O sapiente (não saliente) He-Man sabe disso bem antes de "O Segredo" virar bestseller. Ah, lembre-se que as conclusões de "O Que Aconteceria se..." eram quase sempre trágicas. Amiguinho, honre seus compromissos e não se atrase. Até a próxima!!!

4 comentários:

Sandro Ataliba disse...

Em minha vida, eu citaria:
- o dia em que decidi ir trabalhar no banco, como menor estagiário, abandonando minha promissora carreira no futebol.
- o dia em que decidi dar aula de informática ao invés de continuar como webdesigner, para escapar dos efeitos do apagão.
- O dia em que fui confundido com um policial, e quase fui assassinado.
- O dia em que decidi ir embora do Rio, atrás de uma vida mais tranquila.

Excelente post.

Abraço!

Casa de Mariah disse...

Absolutamente todos.
Mesmo que a gente, muitas vezes, não se dê conta disso.
Assitiu "EFeito Borboleta"? Pois é!

Melhoras amiguinho!

Thaís Alves disse...

Acho que os maiores acontecimentos da nossa vida são justamente aqueles que não podemos fazer uma escolha. Eles sim causam um impacto grande, porque é sempre inevitável.

Gostei muito do tema! Bjs

Surfista disse...

O tema é vasto e profundo. Às vezes, você não pensa em como alguns acontecimentos tiveram tanta influência no seu momento atual.

Concordo com a MARIAH. Todos os eventos influenciam, mas alguns mais que outros.

Beijos