quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O conto da fada verde


O Carnaval passa. As histórias ficam. E uma ocorrência que merece nota é o encontro (verídico) entre o Professor Honório e uma das suas pupilas.

Era um vez...

Honório estava curtindo a passagem de um bloco na praia da Barra. Com o calor dos infernos, a pouca roupa era predominante nas alegres foliãs. Tranquilamente, o nobre professor acompanhava o vaivém das beldades com admiração quase penitente.

- Professor! Professor!

Honório ouviu o chamado e percebeu uma fadinha acenando ao longe. Ele correspondeu o cumprimento e, para a sua surpresa, reconheceu uma das suas alunas da PUC, que logo veio ao seu encontro. Segundo ele, a guria estava um espetáculo, como a maioria das estudantes de comunicação da memorável Pontifícia Universidade Católica. Papo vai, papo vem, o bloco passava e a fadinha de asas verdes continua empolgada com a conversa.

Essa fada. Essa fadinha. Cacófatos oportunos!

- Vamos sentar ali no quiosque e tomar uma água de coco.

- Claro.

Honório analisava friamente a situação e vivia o dilema da ética segundo a perspectiva poética do Seu Jorge: “pego. Não pego. Pego. Não pego. Pego. Não pego”.

Mais papo vai. Mais papo vem. O último fiapo de ética e escrúpulo que restavam na consciência de Honório era justamente a idade da fadinha verde.

- Qual a sua idade mesmo?

Deus, faça com que ela seja maior de idade!

- 18, professor.

- Pode me chamar de Honório. Esquece esse lance de professor.

- Qual a sua idade, professor? Quer dizer, Honório.

- 19 anos – respondeu sem pestanejar.

- Ah, professor, você tá brincando.

- Tô não.

- Tá sim. Fala a verdade, professor.

- Tenho 19 anos.

- Ah, seu bobo.

- Verdade. Tenho 19 anos a mais que você.

Silêncio.

- Errrr... professor, vou ali com as minhas amigas e volto já.

- Claro, querida.

Honório ficou no quiosque rindo consigo mesmo. Bebeu a água de coco às gargalhadas. Perde-se a conquista, mas não se perde a piada jamais.

QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, você sabia que a maioria dos professores detesta ser chamado de professor quando estão à paisana? E faz sentido. Se você encontra o seu encanador na rua, você sai gritando “Ei, encanador. Tudo beleza?”. Soa estranho, não? A lição principal é não chamar o professor de professor quando ele não está dentro da escola ou universidade. A exceção é se ele for o Professor Xavier. Péssima piada final. Boto a culpa na ressaca da folia. Amiguinho, cuidado com as dores musculares crônicas. Busque tratamento adequado e evite perrengues posteriores. Até a próxima!!!

Um comentário:

Sandro Ataliba disse...

Eu não me incomodo de ser chamado de professor na rua, também não me incomodo de ser cumprimentado - coisa que muito professor não gosta. E essa situação é uma das maiores armadilhas éticas de uma sala de aula. Muitos caem nela e jamais voltam. rs