Fui ao cinema ver "Ninja Assassino" e fiquei bolado. Não exatamente com o filme, mas com um programa que vi logo em seguida e o conjunto que se formou. Na TV, a atração não tinha uma ligação óbvia com a história do guerreiro e a sua saga de vingança contra o clã que o tornou uma máquina de matar. Era um documentário apresentado pelo Pedro Bial sobre a morte. Melhor dizendo: sobre o eterno temor do homem pelo seu inexorável fim.
O ninja amargurado esquarteja dezenas de inimigos. Bem longe do Big Brother, Bial divaga sobre a busca pela juventude infinita. Um protagonista procura a redenção através da morte por atacado. O outro conversa com estudiosos, artistas e filósofos sobre a vida.
Parêntesis: gosto muito dos textos do Bial. O cara é um artesão das palavras. Veja como ele transforma os dilemas do Big Brother em tramas quase shakesperianas. Admiro o cara. Confessei.
Tanto já se escreveu sobre a morte com humor. Evandro Mesquita e a Blitz disseram: "todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer". Uns poucos três mil anos antes, a grega Safo de Lesbos (sim, lá da ilha do velcro) cutucou as divindades dizendo "se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais". Jim Morrison, do Doors, nunca bateu bem da cachola, e teorizou sobre o dia de bater as botas: "quero uma morte lenta, para aproveitar cada segundo". Sei, sei... e morreu doidaraço em uma banheira em Paris.
E também lembro que o Caetano Veloso já comentou sobre o tema. Se não me engano, ele disse: "vida eterna? Ser eu mesmo pela eternidade é uma ideia desesperadora".
Putz, imagina ser o Caetano por todo o sempre. Caceta!
Sabe, cada um teoriza como quiser, mas eu não tenho medo da morte, mas tenho pavor dos anos anteriores. O estado de dependência, a perda da lucidez, o esquecimento... isso sim é desagradável – usando um grande eufemismo. Quero ser um velhote esperto, como os coroas joviais de "Cocoon". Quero chegar aos 90 com o pique do mestre Hélio Gracie. Quero contar minhas presepadas aos meus bisnetos sempre aumentando um tantinho.
O biso era sinistro, moleque. Aliás, ainda é.
Aubrey de Gray, um cientista cabeçudo com jeitão que mistura um rabino e o ZZ Top, declarou com bases científicas que em 30 anos será descoberto o elixir da vida eterna. O homem só perecerá se topar com um ninja fulo da vida ou com um trem desgovernado. Será o infinito ao alcance de todos.
Quando eu era pequeno, uma cigana leu a minha mão e disse que a minha linha da vida é muito longa. Que bom! Ah, a vida é tão legal. No carnaval a gente olha para a folia e até se irrita com a alegria quase obrigatória dos trios elétricos ou das passistas. No Natal, a gente fica boboca com a filha ou sobrinha que abre aquele sorrisão com o presente do Papai Noel. No dia a dia, a gente olha para a pessoa amada e pensa "quero te amar para sempre". Ou até morrer. Seja lá o que vier primeiro. Tanto faz.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, tá certo que o seu momento de pensamento íntimo nem foi depressivo, mas, taquelpariu, hein? Você não tinha outro tema para abordar nem plena semana pré-carnavalesca? Enfim, já que você está cheio de frases dos outros, anota uma do Homer Simpson: "viva cada dia como se fosse o último. Um dia, você acerta". Ah, outra parada importante. Saca as palavras soberanas do He-man: viva da forma como você deseja ser lembrado. Já é um bom começo. Amiguinho, puxar a cadeira para uma dama nunca será brega. Até a próxima!!!
O ninja amargurado esquarteja dezenas de inimigos. Bem longe do Big Brother, Bial divaga sobre a busca pela juventude infinita. Um protagonista procura a redenção através da morte por atacado. O outro conversa com estudiosos, artistas e filósofos sobre a vida.
Parêntesis: gosto muito dos textos do Bial. O cara é um artesão das palavras. Veja como ele transforma os dilemas do Big Brother em tramas quase shakesperianas. Admiro o cara. Confessei.
Tanto já se escreveu sobre a morte com humor. Evandro Mesquita e a Blitz disseram: "todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer". Uns poucos três mil anos antes, a grega Safo de Lesbos (sim, lá da ilha do velcro) cutucou as divindades dizendo "se a morte fosse um bem, os deuses não seriam imortais". Jim Morrison, do Doors, nunca bateu bem da cachola, e teorizou sobre o dia de bater as botas: "quero uma morte lenta, para aproveitar cada segundo". Sei, sei... e morreu doidaraço em uma banheira em Paris.
E também lembro que o Caetano Veloso já comentou sobre o tema. Se não me engano, ele disse: "vida eterna? Ser eu mesmo pela eternidade é uma ideia desesperadora".
Putz, imagina ser o Caetano por todo o sempre. Caceta!
Sabe, cada um teoriza como quiser, mas eu não tenho medo da morte, mas tenho pavor dos anos anteriores. O estado de dependência, a perda da lucidez, o esquecimento... isso sim é desagradável – usando um grande eufemismo. Quero ser um velhote esperto, como os coroas joviais de "Cocoon". Quero chegar aos 90 com o pique do mestre Hélio Gracie. Quero contar minhas presepadas aos meus bisnetos sempre aumentando um tantinho.
O biso era sinistro, moleque. Aliás, ainda é.
Aubrey de Gray, um cientista cabeçudo com jeitão que mistura um rabino e o ZZ Top, declarou com bases científicas que em 30 anos será descoberto o elixir da vida eterna. O homem só perecerá se topar com um ninja fulo da vida ou com um trem desgovernado. Será o infinito ao alcance de todos.
Quando eu era pequeno, uma cigana leu a minha mão e disse que a minha linha da vida é muito longa. Que bom! Ah, a vida é tão legal. No carnaval a gente olha para a folia e até se irrita com a alegria quase obrigatória dos trios elétricos ou das passistas. No Natal, a gente fica boboca com a filha ou sobrinha que abre aquele sorrisão com o presente do Papai Noel. No dia a dia, a gente olha para a pessoa amada e pensa "quero te amar para sempre". Ou até morrer. Seja lá o que vier primeiro. Tanto faz.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, tá certo que o seu momento de pensamento íntimo nem foi depressivo, mas, taquelpariu, hein? Você não tinha outro tema para abordar nem plena semana pré-carnavalesca? Enfim, já que você está cheio de frases dos outros, anota uma do Homer Simpson: "viva cada dia como se fosse o último. Um dia, você acerta". Ah, outra parada importante. Saca as palavras soberanas do He-man: viva da forma como você deseja ser lembrado. Já é um bom começo. Amiguinho, puxar a cadeira para uma dama nunca será brega. Até a próxima!!!
8 comentários:
Surfista (fiquei fiel ao blog),
Pela primeira vez sou obrigada a concordar com o Hem-man...esse tema na (quase) sexta-feira de Carnaval? rs
Mas falando sobre o tema do post, o Irvin Yalom (Quando Nietzsche chorou) diz que a proximidade da morte eh a grande prova a que o ser humano se sujeita...eu mudi um pouco o meu conceito de morte por conta do livro dele ;)
VANESSA, foi mal. Não resisti ao tema, mas nem foi em um momento deprê. No fundo, foi uma maneira de celebrar a vida.
Prometo deixar textos mais felizes programados.
Hmmm, quem tem histórias de carnaval para contar? Escreva para o e-mail do Surfista Platinado e conte (resumidamente) a sua presepada momesca. Se estiver na vibe platinada, eu dou um tapinha do texto e publico. Como sempre, a identidade do folião será preservada, por mais cafajeste que seja a epopeia.
Imagine surfista...apenas ri muito com a colocacao do Homer. By the way, a visao do autor que mencionei eh justamente essa,a de que a experiencia dele com doentes terminais eh a de viver cada minuto que resta, ao inves de lamentar o que nao se fez. Convenhamos que para isso eh preciso viver uma vida bem vivida, nao eh?
Surfista, c pode sim falar disso em plena sexta de carnaval, afinal de contas, quem, dentre os que comentaram, tão na rua brincando? kkkkkk...brincadeira, gente.
Enfim, a morte não me preocupa mesmo, inevitável que é. O que preocupa mesmo é não ter sequer corrido atrás dos meus sonhos. Ao menos isto estou fazendo...depois, vou tentar ver aqueles lugares que só estão em fotos ou na minha imaginação...abraço!
Bem, se você chegar aos 90 anos exatamente do jeito que deseja, puxe a cadeira pra mim. Saberei como agradecer.
Várias considerações a respeito:
1) Bial é phoda. Casava com ele.
2) Hélio Gracie era muito phoda. E um fofo. De vez em quando ele aparecia nuns aniversários de um colega meu, era um velhilho gracinha demais :)
3) Ontem li um texto (um dos melhores) no cronicadeumamorlouco.wordpress.com em que o autor diz que não somos geração saúde mas geração hipocondria. Tenho medo dessa coisa de "prolongar a velhice" (pq prolongar a infância, ninguém conseguiu ainda).
4) Eu não sei se tenho medo da morte.
5) Cara, texto meio punk pra véspera de carnaval, hein? O que que 'cê anda bebendo?
Oi, Doug!
Espírita que sou, não tenho medo da morte. Mas tenho sim, do iminebte sofrimento antes dela...
É aquela história: só os bons morrem dormindo... Acho que assim não se deve sofrer mesmo.
Engraçado que a morte é um tema corriqueiro em meus pensamentos. Penso muito na minha hora... em como será louco não estar mais aqui para ver o céu, o sol, as pessoas que gostamos... Doido, né?
Beijos!
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