domingo, 22 de março de 2009

As aventuras de Anette e o namorado-corrimão

Anette arrumou um namorado atencioso, gente-boa e trabalhador. Eles se conheceram em uma boate no centro do Rio e o interesse mútuo foi crescendo até que ambos chegaram à conclusão óbvia: desse mato sairia coelho. O que diferencia esse relacionamento de tantos e tantos outros é que o príncipe encantado de Anette é stripper.

Vou repetir para não restar dúvidas.

O príncipe encantado de Anette é stripper.

Estudante de jornalismo, Anette resolveu fazer um trabalho sobre as boates de striptease masculino. Como boa jornalista, decidiu realizar uma pesquisa de campo sobre o assunto. Visitou o Dito & Feito, lugar onde a chapa esquenta nas happy-hours do centro da cidade. Gostou do negócio e decidiu voltar para aumentar o seu conhecimento sobre o assunto. Voltou várias vezes.

Em suas visitas, passou a observar um dos dançarinos (se é que podemos chamá-lo assim). Na posição de pesquisadora imparcial e isenta, esperou o show acabar e foi bater um papinho com o Michael. Eles conversaram, conversaram e acabaram a noite se atracando.

Anette é uma pesquisadora muito dedicada.

Trocaram telefones e a estudante descobriu que Michael é apenas o nome de guerra. Por batismo e registro, Michael é Ubiraci.

Fora a profissão curiosa de Michael/Ubiraci, o namoro é normal. Enquanto ele não está requebrando e tirando fantasias de Zorro, marinheiro, policial e outros clichês, o casal vai ao cinema, frequenta restaurantes e curte uma prainha no fim da tarde, pois Michael/Ubiraci precisa dormir depois do batente.

Pode ficar melhor? Pode.

Segundo Anette, os dançarinos não ficam completamente nus. O striptease vai até a sunguinha. O grande desafio para o namoro com Michael/Ubiraci é a interatividade com o público. Depois de uma ou duas caipirinhas, as frequentadoras perdem qualquer vestígio de timidez. Vou além. As moças da plateia são possuídas por um instinto de desejo indescritível. Esse estado é manifestado por ações como subir no palco, distribuir tapinhas, bolinar os dançarinos e outras atitudes pouco cristãs.

Pois é, das 9 às 18 horas, elas são advogadas, secretárias, executivas, analistas, médicas e o escambau. Passou o horário comercial, elas se tornam fêmeas com hormônios enfurecidos. Que fofo!

Pode ficar melhor? Claro que pode.

Em um dos dias da semana, as fêmeas enlouquecidas têm um presente especial. Além de analisar a anatomia dos rapazes pelo método braile, o clube permite que as damas possam beijá-los na boca. E pode ir do estalinho adolescente até o chupão nervoso com meio-palmo de língua. Fica a gosto da freguesa.

- Calma, amor. É tudo profissional - Michael/Ubiraci sempre tentava amenizar a situação.

- Meu maior consolo é que elas podem tirar a casquinha que quiserem, mas quem fica com você no final das contas é a mamãe aqui - batia no peito Anette, que se tornou figurinha carimbada em todos os shows (posso chamar isso de "show"?) do amado.

Pode ficar melhor? Divinamente melhor? Óbvio que pode. Vem comigo...

Quando não está malhando ou curtindo a namorada, Michael/Ubiraci desenvolve atividades complementares ao Clube das Mulheres. Leia-se: despedidas de solteiras.

- Ah, não. Despedida de solteira é demais! Não tolero.

- Mas, amor. Elas pagam bem.

- Então, eu vou junto. Diz que sou sua empresária, leoa de chácara, assistente, sei lá. Dá teu jeito. Eu vou junto.

Michael/Ubiraci topou e Anette passou a acompanhar o namorado nas festinhas. Ela contou que não era tão bizarro. A mulherada enchia a cara, tirava as casquinhas básicas, pagava e fim. Anette ainda tomava uns drinks por conta da noiva.

Certo dia, Michael/Ubiraci e Anette chegaram a uma despedida de solteira no Leblon. Ao entrar no apartamento, havia apenas duas moças.

- Senhora, vamos esperar suas amigas chegarem, tá? – pediu Michael/Ubiraci.

- Não vai mais chegar ninguém. Pode começar – avisou a noiva.

- Michael, podemos ter uma palavrinha? – pediu Anette, com um sorriso amarelo.

- Se você dançar para essas duas vagabundas, está tudo acabado.

- Mas, amor...

- Escolhe, Ubiraci.

Gentilmente, Michael/Ubiraci pediu desculpas à noiva e à amiga e foi embora com a namorada. Ele alegou questões contratuais.

O namoro segue firme e forte até hoje. Durante o dia, Anette recebe torpedinhos inesperados com recados amorosos. Como disse, as fêmeas ensandecidas podem tirar a casquinha que quiserem, mas quem leva o stripper para casa é ela.



QUAL A MORA DA HISTÓRIA,
HE-MAN?

Amiguinho, esse é o mundo moderno. A coleguinha Anette tem o seu personal-homem-objeto, e nem precisa pagar por isso.A lição do megapower He-Man será curtinha e babona: quando se gosta, não tem jeito. A tolerância aumenta e os obstáculos ficam mais fáceis de vencer. O Homem Mais Forte do Universo não poderia participar de tais eventos libidinosos, pois além de colocar os demais strippers no chinelo, a sunguinha faz parte do seu dia-a-dia eterniano. Amiguinho, fique atento à nova reforma ortográfica da língua portuguesa. Pouca coisa mudou, mas fique de olho nos seus textos. Até a próxima!!!
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18 comentários:

Vi disse...

Rótulos, rótulos, rótulos....

Viramos refens deles e eles podem (com o perdao da palavra) foder-nos a vida...

Anette ao que parece esta correndo na dianteira ao ignorá-los ou digeri-los, resta saber até, se for até sempre, ainda há uma esperanca...

Espero que o show tenha sido bom...

beijos

Olivia Frade Zambone disse...

Eu achei engraçadíssima a história! É de verdade isso? Se for, essa Anette bota moral! Gostei de ver.

Anônimo disse...

Isso é verdade? hahahahaha

Anônimo disse...

hahahahaha

adorei a história...e vc conta tudo de um jeito taaaoooo bonitinho... e sem moralismos - eles que se entendam...

mas eu não segurava um rojão desses não... e nem sou ciumenta, mas ae já é demais! mas deve ser como quem namora ator...não tem lá os beijos técnicos e que tais?

E vc acabou fazendo propaganda pro Dito e Feito,hein? Tão te pagando qto? rs...

Já me chamaram pra ir, mas passo longe. Não é por moralismo, é mais por senso de ridículo mesmo...não consigo achar legal ver caras musculosos, fantasiados, e dançando de sunguinha!!! Cúmulo do "mico" !!!!

E vc só não falou do final desses eventos...mais mico ainda - depois dos shows, das donas já estarem totalmente bebuns, eles abrem as porteiras pros homens "normais" entrarem e aproveitarem o estado de extase show+bebida das moças....creeeedoooooo

Surfista disse...

Jogo rápido!

Mocinhas, assim como Nelson Rubens, eu aumento, mas não invento.

Beijo

Luna Gandra disse...

É, quando se ama não há o que acabe. Tantos casaais com muito menos "incômodos" acabando por aí.
;*

Anônimo disse...

Rs* O pior é que é verdade minha gente. Anette sofre, mas gostha muito!

É muito bom ler as minhas histórias e das minhas amigas aqui no Surfista. rs*

Concordo com a Pequena Notável, tem muita gente que termina um relacionamento por ciúmes bobos, que não chegam nem perto da situação da Anette... Mas também concordo com Danfern: não segurava esse rojão por nada! Sou ciumenta pacas!

Juliany Alencar disse...

Gente, quanta modernidade! Não sei se me daria bem no lugar de Anette, não. Mas, pelo visto, ela está conseguindo domar o dançarino.

Amanda Hora disse...

Não aguentaria nem um terço disso. Mas parabéns para a Anette, que supera todos os obstáculos e ainda põe moral! rs

Anônimo disse...

Voltei!!! kkkkkkkkkkkk
Maravilhoso!!! Criatividade flui com uma facilidade mil!!!
Vc é ótimo, mas realmente eu tbm não arriscaria ter um "Personal-Homem-Objeto"!!! É demaisss!!!
Beijos
;)

Anônimo disse...

É gente, acreditem... a Anette existe! Quase não acreditei quando minha amiguinha Cassandra disse-me que minha história viraria um conto por aqui. Bem, muito obrigada para quem me deseja sorte no relacionamento e para todos que me elogiaram.
Espero que as aventuras ainda sejam muitassss. Por enquanto, sou muito feliz com o Michael/Ubiraci!
hauihuaihuahuia
Um beijo para todos, e parabéns pela criatividade para os "detalhes a mais" surfista!!! ahuiahui =*******

Anônimo disse...

Anette, és uma guerreira pq eu não conseguiria segurar essa onda não.
E desculpe mas sou mais fã em ver o Surfista de 'sunguinha' do que esses bofes no queijo rebolando...rs.....beijo.
Ass. EU

Anônimo disse...

Humildemente me curvo a sabedoria de Anette ao lidar com a questão e Vi ao analisá-la lá no 1o comentário. Meus efusivos aplausos.

Já soube de 2 amigos meus que tiveram relacionamentos sérios com garotas de programa, onde a relação com o público é um pouco mais..err.. profunda do que no caso de um stripper. Nessas horas você vê o que é amar de verdade e entender as diferenças. E, no meu caso, que eu ainda tenho toda uma vida de aprendizado (o que é melhor do que achar que já se sabe tudo, né?)

Anônimo disse...

A barra não é fácil, eu admito... Brigamos bastante, mas acreditem, em geral porque ele é mais ciumento do que eu! Acho que as coisas seguem seu curso. Depois de um tempo, a profissão torna-se um detalhe tão pequeno que dá pra ignorar. Mesmo assim, ainda continua sendo uma luta diária... Obrigada à todos que me apoiam! É um grande incentivo!
Um enorme beijo!!!!!

Anônimo disse...

Má nunca!

Mulher Objeto disse...

Aff eu namoraria fácil um stripper. Além de gostoso, na hora da balada ele tá trabalhando. Marido perfeito.

Mulher Objeto disse...

Aff eu namoraria fácil um stripper. Além de gostoso, na hora da balada ele tá trabalhando. Marido perfeito.

Anônimo disse...

sensacional historia!
Beto