
Um empresa de TV paga realizou uma pesquisa para definir o perfil do assinante dos canais de sacanagem. O resultado indicou que os telespectadores são homens e mulheres das classes A e B, com idade entre 25 e 45 anos, com curso superior completo e culturalmente ativos.
Sacou o detalhe-chave? Vou repetir: "homens e MULHERES...". Então, entre os 200 mil assinantes dos ditos canais adultos, há uma cacetada de meninas (idade entre 25 e 45 anos, lembra?) que gosta muito de ver um vuco-vuco na telinha.
Seria mais ou menos assim: a guria chega do trabalho após um dia estressante, come um pratinho light para não sair da dieta e vai relaxar vendo o horário nobre da TV. Entre "Pantanal" e "A Favorita", a jovem moça pode optar por conferir um filminho básico com a Bruna Ferraz ou com a Jenna Jameson.
Se você é menino, sabe bem de quem estou falando. Não se faça de desentendido...
Esse ato inocente derruba uma porrada de paradigmas relacionados ao voyeurismo feminino. Rapidinho, olha só essas cinco conclusões que tive:
1. Mulheres gostam de ver.
2. Mulheres consomem produtos da indústria do sexo.
3. Mulheres curtem uma sacanagem explícita.

4. Mulheres não acham esse tipo de entretenimento o fim do mundo.
E a mais desesperadora:
5. Se necessário, mulheres se viram bem sem a presença masculina.
Como não tenho acesso imediato ao IBOPE, minha pesquisa são as pessoas que me cercam. Então, com muito óleo de peroba na face, fui perguntando para as minhas amigas se elas se amarram num filme de saliência.
- Eu a-do-ro! - revelou uma ex-namorada.
Putz, como eu não percebi isso antes?
- Olha, ver nem me apetece. Mas, ser filmada é uma idéia interessante - essa foi genial. Fantasias sexuais com câmeras despertam minha criatividade e o diretor de cinema que existe em mim. Nunca havia pensado nisso.
- Já vi alguns. Eles não me excitam, mas acho muito curioso. Acho tudo tão artificial que beira o bizarro, e como tudo que é bizarro, prende a atenção - pondera Camille, mocinha culta pra caramba.
Ilka, blogueira e leitora gente fina, teve diversas experiências com o tema:

- Sozinha, eu já vi filme erótico, mas sem sexo explícito, só insinuação. Acompanhada, já vi vários. Filme erótico é legal. Instiga. Eu curto, e acho fresca a mulher que diz que é nojento e tals.
Agora, para coroar a verdade visceral de Brigite:
- Olha... eu adoro um filminho. Vejo sozinha, acompanhada, e gosto tanto da putaria em si quanto da produção das meninas... make up, botas, calcinhas lindas e safadas. Gosto tanto de filmes héteros, gays, lésbicas e outros mais trash. Não gosto muito daqueles filmes brasileiros pobres, sabe? Pentelhos demais, caras e bocas bregas e atores brucutus. Ah... nem sou tão fã dos gemidos exagerados.
Como eu adoro a sinceridade das minhas amigas.
Aliás, só mesmo uma menina para ver um filme desse estilo e ficar reparando nos detalhes técnicos. Fotografia e maquiagem? É ruim, hein? Certas percepções são muito femininas mesmo. Esse paradigma não cairá jamais.

HE-MAN?
Amiguinho, depois de um texto sobre a ingenuidade infantil, você me aparece com uma dissertação sobre filmes de safadeza? Então, tá. Aprenda: uma das pragas do mundo moderno é a facilidade de isolamento. As pessoas têm Internet em alta velocidade, quinze mil canas de TV a cabo, comércio eletrônico, msn lotado, 500 amigos no Orkut etc etc. O que as impediria de ter sexo acessível a qualquer momento, mesmo sozinhas? Aí é que entra a praticidade da sacanagem via cabo (no sentido da TV, amiguinho tarado). Esse isolamento de todos dá nisso (dar, no bom sentido, amiguinho). O que antes era uma tara masculina, agora se abre democraticamente às mulheres. É a geração "Sex and the City", que pode ser romântica, profissional, pudica e companheira, mas também pode se divertir horrores com um rabbit (não, queridinhos, não se trata do coelhinho da Páscoa). É um mundo estranho mesmo. Por essas e outras, eu não arredo o pé de Etérnia. Amiguinho, não rabisque seus livros ou faça "orelhas". Isso é um sacrilégio. Até a próxima!!!