
Na guerrilha entre o bafômetro e os motoristas, ouvi uma história impagável sobre como pensar rápido pode salvar a carteira de motorista depois de uns gorós além do permitido.
Aviso aos navegantes: o causo contou com uma dose absurda de sorte. Não tente repeti-lo. Se dirigir, fique na Coca-cola Zero e evite passar por um perrengue desses.
Madalena congelou assim que viu o primeiro balão da Lei Seca levitando a poucos metros do seu carro.
- Estou lascada!
Sim, estava mesmo, graças a duas caipirinhas inocentemente bebidas há poucos minutos. Qualquer baforada seria o adeus à sua habilitação e menos R$ 1.000,00 na sua conta bancária.
- Calma, calma. Mantenha o ar de paisagem e você não será parada. Tudo vai ficar numa boa – pensou. Mudou de ideia e ligou para a sua mãe imediatamente.
Não, não a SUA mãe, leitor. Madalena ligou para a própria mãe.
- Mãe, não pergunta. Me liga daqui a dez minutos. Depois eu te explico. Não, mãe. Não é trote. Sou eu, a Madalena, pombas. Vou desligar. Beijo. Me liga em dez minutos pelamordedeus.
Desligou e torceu. Não deu certo. O fiscal fez o sinal para que ela encostasse. Madalena se sentiu frita, mas lembrou o seu plano.

- Boa noite – cumprimentou o fiscal.
- Boa noite.
- A senhora bebeu?
Um soluço, dois soluços e as lágrimas correram pela cara (de pau) de Madalena.
- Seu guarda, desculpe. Eu bebi, sim. Eu não deveria dirigir, eu sei, mas meu filhinho ficou em casa e passou mal. Fiquei desesperada e peguei o carro da minha irmã. Bebi duas latinhas de cerveja, seu guarda. Preciso voltar para casa e ver o meu bebê. Ele só tem dois aninhos. Buáááááááá!!!
- Calma, senhora.
- Eu deveria ter ficado em casa. Buááááááá!!! Snif, snif...
- Calma, senhora, por favor.
- Se algo acontecer com ele, eu jamais me perdoarei. Buáááááááááááá!!! Sou uma péssima mãe.
Tocou o telefone.
- Mãe, sou eu. Já estou chegando. Ah, meu Deus, 39º de febre. Tá vomitando? Ah, meu filhotinho. Cuida dele, mãe. Eu sei que ele precisa ser levado ao hospital. Buáááá!!!!
Desligou.

- A senhora mora aqui perto?
- Logo ali, seu guarda. Menos de cinco minutos.
O fiscal respirou fundo e gritou para os colegas:
- Ô, Pacheco. Libera esse aqui.
- Obrigada, seu guarda. Aposto que o senhor tem mãe e ela já ficou desesperada por você.
- Vá devagar, senhora.
Madalena foi devagar e assim que chegou em casa, foi fuzilada por uma pergunta da mãe:
- Mas que história de filho é essa? Quantas você bebeu, sua maluca?

HE-MAN?
Amiguinho, vamos nos despir de falsos moralismos e do politicamente correto. Você sabe tão bem quanto eu que é difícil segurar a onda e não tomar um chopinho gelado na agradável companhia dos amigos. E esse verão abrasador também colabora para deixar o bom e velho suco de cevada ainda mais sedutor. Bom, é difícil, mas está longe de ser impossível. Tome limonada e finja que é caipirinha. Tome Liber, coquetel de frutas. Tome guaraná e faça de conta que é Johnnie Walker. Sei lá, dá teu jeito. Só não me venha com a desculpa de que não resistiu. Dá para segurar a onda. Se você precisar loucamente de um cerva e começar a tremer com a ausência de cachaça em sua garganta, escolha: procure um táxi ou procure o AA. Amiguinho, produtos orgânicos no seu lixo atraem moscas e outros bichos nojentos. Evite o acúmulo. Até a próxima!!!
PS. Uma curiosidade que une a Lei Seca ao Surfista Platinado. A medida foi sancionada pelo Presidente Lula no dia do meu aniversário.