Com a proximidade do carnaval, chega até mim uma cacetada de histórias envolvendo colombinas e pierrôs. Algumas são até legais, mas poucas merecem registro. A aventura de Monique e seus irmãos vale nota.
Monique estava na vala. Seu namoro havia se rompido dias antes da folia e seu mundo tinha desabado. Não havia tempo de fazer uma programação e ficar no Rio naquelas circunstâncias seria demais para o seu orgulho de mulherão. Então, decidiu apelar para os irmãos. Os dois, Nivaldo e Nestor, já tinham comprado pacotes para Arraial D'Ajuda e estavam na contagem regressiva.
Monique, desesperada, percebeu que eles seriam a sua salvação, uma vez que ela precisaria de ritmo de jogo para acompanhar as antigas amigas solteiras. Como eu disse, ela tinha um orgulho de mulherão para defender.
- Meninos, posso ir com vocês? Já liguei para a agência de turismo e eles me descolaram uma vaga - ela pediu.
- Não - eles responderam em uníssono.
- Deixa, vai.
- Não.
- Por favor.
- Não.
- Pelo amor de Deus.
- Não.
- Eu faço o que vocês quiserem.
- Não.
- Eu fico cega, surda e muda durante a viagem.
- Não.
- Eu pago.
- Quanto?
Depois de uma negociação mais delicada que a vinda do Ronaldo Fenômeno para o Flamengo, os três irmãos acertaram uma base monetária. Só vale considerar que o prejuízo de Monique foi considerável.
- Então, está combinado, mas tem uma condição. Não vamos ficar pajeando você. Chegando lá, tu se vira - decretou Nestor. Monique topou.
Na sexta-feira de Carnaval, o trio chegou à cidade e o clima já estava pegando fogo. Monique fez algumas amigas descartáveis e foi à luta.
Momento glossário. O termo "amigos descartáveis" vem do filme "Clube da Luta" e se refere às pessoas que você conhece em situações isoladas da vida e quase nunca voltará a revê-las. São pessoas que puxam assunto no avião, em filas de espera, festas, carnavais e por aí vai. Adoro essa definição.
Voltando...
Monique e suas amigas descartáveis entraram em campo para goleada. Na praia, nas ruas ou no Parracho, o couro comia na casa de Noca. As periguetes estavam em plena forma, enquanto que nossa heroína nem tinha feito a pré-temporada.
Amiga 01 (sabe-se lá o nome dela) conheceu Nivaldo ficou interessada. As outras da gangue também ficaram curiosas quanto aos dotes de agarramento dos irmãos de Monique. Como familiar ciumenta, ela fazia jogo duro.
- Com meu irmão, não, violão.
Certa noite, elas saíram do Parracho e aguardavam uma Kombi para voltar ao hotel.
Parêntesis...
Veja como o carnaval é realmente uma inversão. Pegar uma Kombi em qualquer época do ano seria o fim da picada para Monique e suas amigas descartáveis, mas lá no sul da Bahia era maneiríssimo.
- Monique, você já ouviu falar do Kombilêlê? – perguntou Amiga 02.
- Não, o que é?
- Não sei ao certo, mas costuma passar por aqui à noite. É uma atração local.
- Tomara que passe, então.
Depois de esperarem um pouco, uma Kombi deu sinal de luz. Elas acenaram. O veículo parou, e quando elas se aproximaram, perceberam que cada janela do automóvel tinha uma bunda colada. Veja bem, uma bunda de verdade, peluda, branca. Blergh!
- Olha o Kombilelê! - veio a voz do megafone sobre o carro. E tome funk na trilha sonora!
Em um primeiro momento, Monique se assustou. Antes da Kombi arrancar e sumir na madrugada, ela olhou melhor e fez uma constatação.
- Eu conheço aquelas bundas.
- Conhece?
- São meus irmãos e os amigos! Pelo menos, a dos meus irmãos, eu tenho certeza - anos de convivênvia não deixam dúvidas.
- É mesmo? - Amiga 03 logo se interessou no papo.
- Bela bundinha tem o seu irmão, hein?
- Isso é lá coisa que se diga, mocréia! - Monique perdeu uma das amigas descartáveis nesse momento.
Antes de o tempo fechasse para valer, uma Kombi de verdade passou e garantiu que os ânimos fossem contidos.
Nos dias restantes, muita gente falou do tal Kombilelê, mas Monique fazia que não entendia. Mudou o time de amigas descartáveis e foi curtir o restante do seu carnaval.
- Amiga descartável interesseira é um porre.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
Monique estava na vala. Seu namoro havia se rompido dias antes da folia e seu mundo tinha desabado. Não havia tempo de fazer uma programação e ficar no Rio naquelas circunstâncias seria demais para o seu orgulho de mulherão. Então, decidiu apelar para os irmãos. Os dois, Nivaldo e Nestor, já tinham comprado pacotes para Arraial D'Ajuda e estavam na contagem regressiva.
Monique, desesperada, percebeu que eles seriam a sua salvação, uma vez que ela precisaria de ritmo de jogo para acompanhar as antigas amigas solteiras. Como eu disse, ela tinha um orgulho de mulherão para defender.
- Meninos, posso ir com vocês? Já liguei para a agência de turismo e eles me descolaram uma vaga - ela pediu.
- Não - eles responderam em uníssono.
- Deixa, vai.
- Não.
- Por favor.
- Não.
- Pelo amor de Deus.
- Não.
- Eu faço o que vocês quiserem.
- Não.
- Eu fico cega, surda e muda durante a viagem.
- Não.
- Eu pago.
- Quanto?
Depois de uma negociação mais delicada que a vinda do Ronaldo Fenômeno para o Flamengo, os três irmãos acertaram uma base monetária. Só vale considerar que o prejuízo de Monique foi considerável.
- Então, está combinado, mas tem uma condição. Não vamos ficar pajeando você. Chegando lá, tu se vira - decretou Nestor. Monique topou.
Na sexta-feira de Carnaval, o trio chegou à cidade e o clima já estava pegando fogo. Monique fez algumas amigas descartáveis e foi à luta.
Momento glossário. O termo "amigos descartáveis" vem do filme "Clube da Luta" e se refere às pessoas que você conhece em situações isoladas da vida e quase nunca voltará a revê-las. São pessoas que puxam assunto no avião, em filas de espera, festas, carnavais e por aí vai. Adoro essa definição.
Voltando...
Monique e suas amigas descartáveis entraram em campo para goleada. Na praia, nas ruas ou no Parracho, o couro comia na casa de Noca. As periguetes estavam em plena forma, enquanto que nossa heroína nem tinha feito a pré-temporada.
Amiga 01 (sabe-se lá o nome dela) conheceu Nivaldo ficou interessada. As outras da gangue também ficaram curiosas quanto aos dotes de agarramento dos irmãos de Monique. Como familiar ciumenta, ela fazia jogo duro.
- Com meu irmão, não, violão.
Certa noite, elas saíram do Parracho e aguardavam uma Kombi para voltar ao hotel.
Parêntesis...
Veja como o carnaval é realmente uma inversão. Pegar uma Kombi em qualquer época do ano seria o fim da picada para Monique e suas amigas descartáveis, mas lá no sul da Bahia era maneiríssimo.
- Monique, você já ouviu falar do Kombilêlê? – perguntou Amiga 02.
- Não, o que é?
- Não sei ao certo, mas costuma passar por aqui à noite. É uma atração local.
- Tomara que passe, então.
Depois de esperarem um pouco, uma Kombi deu sinal de luz. Elas acenaram. O veículo parou, e quando elas se aproximaram, perceberam que cada janela do automóvel tinha uma bunda colada. Veja bem, uma bunda de verdade, peluda, branca. Blergh!
- Olha o Kombilelê! - veio a voz do megafone sobre o carro. E tome funk na trilha sonora!
Em um primeiro momento, Monique se assustou. Antes da Kombi arrancar e sumir na madrugada, ela olhou melhor e fez uma constatação.
- Eu conheço aquelas bundas.
- Conhece?
- São meus irmãos e os amigos! Pelo menos, a dos meus irmãos, eu tenho certeza - anos de convivênvia não deixam dúvidas.
- É mesmo? - Amiga 03 logo se interessou no papo.
- Bela bundinha tem o seu irmão, hein?
- Isso é lá coisa que se diga, mocréia! - Monique perdeu uma das amigas descartáveis nesse momento.
Antes de o tempo fechasse para valer, uma Kombi de verdade passou e garantiu que os ânimos fossem contidos.
Nos dias restantes, muita gente falou do tal Kombilelê, mas Monique fazia que não entendia. Mudou o time de amigas descartáveis e foi curtir o restante do seu carnaval.
- Amiga descartável interesseira é um porre.
QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, o príncipe de Etérnia será sucinto em sua explanação, pois está atrasado para um bloco. Veja bem, Monique poderia estar fora de forma, mas sabe bem o caminho da roça. Ela esperava encontrar o quê no Carnaval de Arraial d'Ajuda? Uma convenção da ONU? Moças dadivosas e cândidas? Duvido. Quanto à traseira dos sujeitos, não tenho opinião. He-Man, minha identidade secretíssima, usa sunga de couro, mas não gosta dessas coisas. Amiguinho, beba bastante água durante o verão. Mantenha-se hidratado. Ah, e um excelente carnaval para todos!!!!
2 comentários:
diria que o carnaval da Monique foi queima-filme. Depois desse ela resolveu assistir aos desfiles em casa apenas?
=P
CÍNTIA, Monique se recuperou e passa bem.
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