Lá para os cantos de Pedra de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, você encontra restaurantes com pratos deliciosos e precinhos inacreditáveis. Todos os frutos do mar são servidos com fartura e o clima simples, regado a cerveja gelada, rende horas e horas de comilança fácil. Esse jabá inicial é só para ilustrar o local onde me foi narrada a história de Shirley, minha amiga médica. Ah, para atestar a veracidade da história, quem me relatou tudo foi a própria - pouco antes de ficar alegrinha por uma meia-dúzia de geladíssimas Brahmas de garrafa.
Shirley é um mulherão. Quando eu falo "mulherão" não é só força de expressão, pois uma moça com um-metro-e-oitenta-e-tantos só poderia ser adjetivada com um "ão" no final. Enfim, Shirley é uma médica alta, magra, cabelos de Iemanjá, olhos quase sempre cobertos por um Ray-Ban à moda antiga e geralmente envolta pela nuvem de fumaça do seu Hollywood verde. Acho que com essa descrição ficou fácil visualizar a peça.
Só que esse colosso já foi menina-moça um dia. Aos seus quatorze anos, ela desabrochava, mas ainda faltava a experiência natural para lidar com as mudanças no corpo e nos instintos. Virgem que nem um bebê, Shirley começava a sentir coisinhas pelo namorado, um vizinho bobo como todo guri adolescente. Essas coisinhas eram reveladas à melhor amiga Pilar. As duas trocavam figurinhas sobre tudo e os primeiros amassos mais abusados rendiam uma pauta forte.
Em uma certa tarde de verão, Shirley estava ansiosa para tricotar com a amiga e não perdeu tempo. Voou ao telefone.
- Pilar, corre pra cá. Tenho um babado fortíssimo para te contar.
Convocação imediatamente aceita.
Enquanto esperava, Shirley foi tomar uma chuveirada, pois o calor do verão carioca não perdoava meninas com fartos cabelos negros. Quase acabando o banho, a garota ouviu a campainha. Rapidamente, enrolou-se na toalha e correu aos pulinhos para ver quem era.
Pelo olho mágico, reconheceu a amiga Pilar com um sorrisão maroto de quem mal pode esperar para ouvir o tal babado fortíssimo. Shirley lembrou da cena sexy que tinha visto em um filme daqueles que ninguém lembra o nome. Abriu a porta cheia de sensualidade.
- Amiga, quando o Cleberson vier me visitar de novo, vou recebê-lo assim. Será que ele agüenta a pressão? - Shirley abriu metade da toalha e revelou a sua silhueta magra e nua.
Pilar explodiu de rir. Shirley não entendeu.
- O que é isso, minha filha? Ficou maluca? Quem é Cleberson?
Pálida, Shirley engasgou, tossiu, espirrou... tudo ao mesmo tempo. Encostado na parede, Seu Lenilson, o pai, aguardava pacientemente para entrar. Para azar da garota, ele estava no ponto cego do olho-mágico e não foi visto.
Resultado: Shirley ficou algumas semanas de castigo, não contou o babado fortíssimo para a amiga e o nome Cleberson nunca mais voltou ser pronunciado na casa.
Shirley é um mulherão. Quando eu falo "mulherão" não é só força de expressão, pois uma moça com um-metro-e-oitenta-e-tantos só poderia ser adjetivada com um "ão" no final. Enfim, Shirley é uma médica alta, magra, cabelos de Iemanjá, olhos quase sempre cobertos por um Ray-Ban à moda antiga e geralmente envolta pela nuvem de fumaça do seu Hollywood verde. Acho que com essa descrição ficou fácil visualizar a peça.
Só que esse colosso já foi menina-moça um dia. Aos seus quatorze anos, ela desabrochava, mas ainda faltava a experiência natural para lidar com as mudanças no corpo e nos instintos. Virgem que nem um bebê, Shirley começava a sentir coisinhas pelo namorado, um vizinho bobo como todo guri adolescente. Essas coisinhas eram reveladas à melhor amiga Pilar. As duas trocavam figurinhas sobre tudo e os primeiros amassos mais abusados rendiam uma pauta forte.
Em uma certa tarde de verão, Shirley estava ansiosa para tricotar com a amiga e não perdeu tempo. Voou ao telefone.
- Pilar, corre pra cá. Tenho um babado fortíssimo para te contar.
Convocação imediatamente aceita.
Enquanto esperava, Shirley foi tomar uma chuveirada, pois o calor do verão carioca não perdoava meninas com fartos cabelos negros. Quase acabando o banho, a garota ouviu a campainha. Rapidamente, enrolou-se na toalha e correu aos pulinhos para ver quem era.
Pelo olho mágico, reconheceu a amiga Pilar com um sorrisão maroto de quem mal pode esperar para ouvir o tal babado fortíssimo. Shirley lembrou da cena sexy que tinha visto em um filme daqueles que ninguém lembra o nome. Abriu a porta cheia de sensualidade.
- Amiga, quando o Cleberson vier me visitar de novo, vou recebê-lo assim. Será que ele agüenta a pressão? - Shirley abriu metade da toalha e revelou a sua silhueta magra e nua.
Pilar explodiu de rir. Shirley não entendeu.
- O que é isso, minha filha? Ficou maluca? Quem é Cleberson?
Pálida, Shirley engasgou, tossiu, espirrou... tudo ao mesmo tempo. Encostado na parede, Seu Lenilson, o pai, aguardava pacientemente para entrar. Para azar da garota, ele estava no ponto cego do olho-mágico e não foi visto.
Resultado: Shirley ficou algumas semanas de castigo, não contou o babado fortíssimo para a amiga e o nome Cleberson nunca mais voltou ser pronunciado na casa.
Querido amiguinho Surfista, onde esse mundo vai parar? Uma tenra lolita que nem viu quatro copas do mundo já sente seus hormônios saltitarem que nem pipocas no óleo quente. Ah, nos meus tempos. Lá em Eternia não tem disso, não. Mas, deixa estar. He-man não é um monge puritano. Muito pelo contrário, o Príncipe de Etérnia quer ver o circo pegar fogo. A lição do dia é jamais fazer esse tipo de presepada na casa dos seus pais. Se tivesse um mínimo de bom senso, Shirley só faria essa brincadeirinha quando a barra estivesse limpa. Amiguinho, mantenha as unhas sempre aparadas. Até a próxima!
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PS. Momento Jabá 2: O restaurante onde foi narrada essa singela aventura chama-se Sobre as Ondas II. Visite e experimente o bobó de camarão (que alimenta três marmanjos esfomeados).
20 comentários:
Sabe o mais engraçado?
Se fosse um guri falando que tinha pegado de jeito uma menina, o paizão ia ficar orgulhoso...
Enfim, mancada. Babados fortes só bem afastados dos ouvidos paternais. E "atitudes-que-geram-babados-fortes", idem (nota mental: lembrar disso SEMPRE). hahaha
beijo, D!
Ô zebra!
Quem pode esquecer a descoberta do sexo e do sexo do outro? beijos
Vixe Maria!
O Cleberson um seria sortudo se tivesse de fato no lugar do Seu Lenilson... Rsrsrrsrsrsrr
Aliás, a Shirley continua tendo ótimas histórias pra seu blog!!!
Bjos
CINTIA, se eu atendesse a porta de toalha falando que iria fazer isso ou aquilo e revelando metade da minha silhueta despida, meu pai me daria uns cascudos e cortaria a mesada.
ISO9002,acontece.
EDITORA, pior é o pai descobrindo as descobertas da filhota por acaso.
E, especialmente:
CAMILA, você tem lugar cativo na sala de estar do Surfista Platinado. Demorei horrores para contar essa presepada da Shirley, mas não esqueci. Serei sempre ouvidos para novas aventuras. Beijo saudoso!
Hhuahuahuaua... Coitada!
Hormônios são f#$$...
Bjos
"Sirley começava a sentir coisinhas" essa história me faz lembrar das minhas "primeiras coisinhas" rsrsrs
Beijoss
Na minha casa tinha um closet que servia a dois quartos. E tudo o que se falava nos quartos dali se ouvia. Um dia eu estava num dos quartos, de portas fechadas, contando "coisinhas" para uma amiga, e minha mãe entrou pelo outro quarto, para guardar umas coisas no tal closet. Pô... ficou sabendo de todas as minhas "coisinhas". Não fiquei de castigo, mas ela repetiu pra mim tudo o que tinha ouvido, que vergonha!
BABS, que bom revê-la por essas bandas! Pois é, hormônios são de lascar. Já passou por perrengue parecido?
NEGÂ, lembrou das suas coisinhas iniciais, hein? Aposto que nem faz tanto tempo assim.
MARIA, você é uma surpresa atrás da outra. Contar suas peripécias por aqui vale, mas de outras formas, não vale. Tsc tsc tsc. E se você tivesse ouvido a lição do He-Man naquela época, aposto que seus segredinhos continuariam guardados.
Na sua auto-descrição (tem hífen?) está faltando "curioso", rs.
Esse é o "Olho Mágico do Amor"...
E a postura do Pai só aumentou o apetite do Cleberson e a vontade da Shirley. A emenda ficou pior que o soneto.
Obs: A pergunta não foi respondida. O Rocky saiu do armário?
Abs.
O Noivo
Que situação!
Qnd vamos marcar com a galera de ir neste restaurante?
bjs,
Mari
É... o famooooooooooooooooso Sobre as Ondas II, lugar de pecado... Diz aí se você já não levou umas incautas pra lá? rs...
Abs!
hahahahah
sabe qual era meu apelido na adolescência? Juma Marruá. Lembra dela?
:-p
Então.... no feriado estive pelas tuas bandas... fui num lugarzinho muito fofo chamado "Casa da Tata". Conhece?
Bjs
Já... Em um dia de maior inspiração talvez eu te conte... Hehehehe...
Bjo
Aliás, duas horríveis vezes, já que meus pais são separados o azar veio dobrado... Já aconteceu na casa do meu pai e na casa da minha mãe... Enfim...
Hormônios são f#$!@4
MARIA, curioso e ardiloso.
NOIVO, relembrando filmes de um passado distante? "Olho Mágico do Amor" é um clássico. E Rocky só sai do armário quando o marido vai embora.
MARI, será um prazer.
VULGO, será o mesmo "Sobre as Ondas" que estamos pensando? O que conheço é um pé-sujo com excelente comida. Não faz o menor clima para levar as pretendentes - a menos que eu queira medir seus apetites.
DZINHA, claro que eu lembro da mulher-onça. Não sabia que você tinha um passado negro na sua cabeleira ruiva.
BABS, você não seria cruel a ponto de atiçar nossas curiosidades e deixar por isso mesmo. Como a Maria disse, "curioso" deveria estar no meu descritivo.
Me desculpe mas, quando falas "cabelos de Iemanjá", tu estás a elogiar?
Porque ao meu ver isso é um péssimo xingamento.
E pela sua descrição desta dita-cuja, me parece mais se tratar de uma PUTA, do que de uma médica.
JOÃO, saca a Luiza Brunet? A Raica? E a Catherine Zeta-Jones? Na minha concepção, elas têm cabelos de Iemanjá... negros e longos. Se isso não for um elogio, preciso reformular a forma como vejo as mulheres. Sobre a sua interpretação da descrição, bom, é o seu ponto de vista e viva a liberdade de expressão. Só acho que cada um vê o que lhe parece mais próximo.
necessario verificar:)
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