terça-feira, 6 de maio de 2008

A ausência do centro-avante na hora do gol - Parte I

Há muito tempo atrás, em uma galáxia distante... resolvi criar um blog. Além do óbvio tesão por contar histórias, seria importante que houvesse uma identidade. Para isso, o espaço virtual precisava de um combustível, uma cara, um tempero, sei lá. O título principal remeteria aos quadrinhos, mas as aventuras narradas precisavam de um espírito, algo que norteasse o humor. Pensei em todas situações bizarras que já vi e vivi e plim!, estava definido o conceito: o lado irônico dos perrengues do dia-a-dia. Por que estou contando essa balela biográfica? Porque, a meu ver, a saga que virá a seguir representa a melhor definição da palavra perrengue. Como é um pouco grande, dividi a trama em dois capítulos (gostei dessa parada de criar tensão com o que virá depois).

Tudo começou com um sim.

- Quer sair comigo? - eu perguntei.

- Sim - ela, assessora de imprensa gatinha e descolada, respondeu.

Demorou!

Com tudo encaminhado, escolhemos uma sexta-feira e o local para o encontro.

- Vamos a um bar no Downtown. Um artista da minha gravadora irá cantar lá e vai rolar canja de algumas celebridades - ela definiu o programa. Ótimo, menos uma preocupação.

Topei na hora. Bom lugar, chopp gelado, música, mesa vip... o que eu poderia querer mais?

Na noite de quinta-feira, repeti algo que faço religiosamente há uns bons anos: fui treinar jiu-jitsu. Decidi pegar leve para me poupar. Se tudo corresse bem, o agarramento forte estaria guardado para sexta. Suei, fiz os exercícios, lutei e me preparei para dar no pé.

- Vamos fazer um último treino, Doug? – eu estava tirando o quimono, mas ficaria feio um atleta mais graduado fazer o convite para a porrada e ouvir um não. Amarrei a faixa e voltei.

Quinze segundos depois...

Cataplein!

Só lembro da joelhada na boca e das estrelas. Não senti gosto de sangue, mas algo estava errado. Ou melhor, algo estava faltando.

- Cortei a boca? - perguntei.

- Não, quebrou o dente - alguém me disse com a voz apavorada.

Hein? Whaddahell??? Talquelpariu!!!

Pois é, perdi o centro-avante na véspera da final de campeonato. Como isso foi acontecer?

Ai, ai, ai...

Liguei para um dentista, amigão de infância, e pedi socorro. Ele percebeu o meu drama e abriu uma vaga emergencial na agenda para a manhã seguinte. Agora a situação era digna do Jack Bauer: 24 horas para cumprir a missão e fazer bonito com a assessora-loira-gatinha-descolada.

No consultório, ele fez o tal procedimento e tacou uma prótese temporária antes da implantação do dente definitivo de cerâmica.

- Segura as pontas que a gente finaliza o trabalho na semana que vem.

- Rapaz, não tenho até a semana que vem. Hoje tenho um compromisso inadiável e não posso abortar a missão.

- Sem problema. O dente provisório aguenta, só não me inventa de morder com força ou cortar com os dentes da frente.

Raios! Perdi uma arma importante. Imagina ficar banguela na hora da dentada na mocinha.

O relógio batia quase 19:00 e eu estava tenso com o tal dente provisório na comissão de frente.

Às 19 horas e um minuto, o dente caiu enquanto eu fazia um lanche.

Às 19 horas e dois minutos, enquanto eu chorava que nem um bebê desmamado, o telefone tocou e adivinha quem era?

- Oi, Doug. Tudo certo para hoje? Estou te esperando, hein? Algo me diz que será inesquecível.

Nem me fale. Ai, ai, ai...

.

- Querida, pode confirmar. Eu lhe pego daqui a pouquinho.


To be continued...


QUAL A MORAL DA HISTÓRIA,
HE-MAN?
Amiguinho, He-Man está possuído pelo desejo insano de lhe sacanear, mas vai segurar a onda até o próximo capítulo. Veremos o que você nos reserva.

11 comentários:

Negâ disse...

Meninu do céu logo o centro-avante...rsrsrs
"Oi, Doug. Tudo certo para hoje? Estou te esperando, hein? Algo me diz que será inesquecível." depois desse telefone não tem como desmarcar...rsrsrs morrendo de rir.
esperando o Próximo capítulo.

Beijosss Platinado...Te adoro He-man!

:D
:P

Ruiva disse...

você é muito cruel quando faz isso!! agora eu vou ficar em cólicas até saber o que acontece. aff......

beijos

Cíntia disse...

Concordo, muito cruel, mocinho.
Quero a continuação!

beijos!

Anônimo disse...

Maldade isso de "to be continued..."
Curiosa aqui pra saber o final, pq já passei por situações assim, meus dentes quebram que nem biscoito, uma droga. Quero saber que jeito o Surfista esperto deu...

Anônimo disse...

Hummm muito interessante o perrengue... e bota perrengue nisso. Ainda bem q eu não sou uma mulher curiosa.. nem ligo, nem ligo. :-p

Unknown disse...

Tá vendo? Vai pro chão com um marmanjo, dá nisso. rs...

Terminar a história assim é fazer que nem o João Kléber e a Márcia Goldsmidt...

Fazer o quê? Tô no aguardo.

Abs!

Dani Amorim disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Maizooomi! Lei de Murphy nao perdoa meRmo!
*Tô pensando em fazer como vc (vulgo Joao Kleber) e as meninas do Mulé Burra (agora MarciaS Goldsmidt- "Marcia, Marcia!", "Márcia nao eh meu nome, é a tintura que uso nos meeeeus cabeeelos" hahaha), dividir meus causos pra render mais posts. Alias, jajá posto coisa nova. Será que divido? Nao, nao, se nao tinha q ser um final mirabolante pra ninguem deixar comentário do tipo: "grandis merdas". hahahahaa

Cíntia disse...

Saia do luto... seu rubro-negro já deu uma grande alegria pra vc, esse ano... =]

Anônimo disse...

MeoDeos !!!! Cara, não sabemos ainda o desfecho mas com certeza vc foi raçudo: marcar encontro com a 'janelinha' exposta exige muito mais entrosamento e disciplina tática do time

Surfista disse...

NEGÂ, He-Man fica todo prosa diante dos seus elogios.

DZINHA, Cruel é o gato do Gargamel. Eu sou sensacionalista.

CÍNTIA, seu pedido é uma ordem. E, aliás, não me fale do Flamengo. Meu coração dói de raiva!

MÁRCIA, o Surfista tem suas técnicas ninja ao estilo Ethan Hunt.

ISO9002, ainda bem que você não é curiosa.

VULGO, grande João Kleber. "Pára, Pikachu, pára! Segue no próximo bloco"

DANI, Murphy é uma entidade implacável e impiedosa.

DUDU, o jogo difícil exige um nó tático do treinador.

Anônimo disse...

Não tinha pensado no super bonder antes? É o que eu faria. Mas não se pode confiar na cola num encontro que promete ser bacana. Eu teria adiado. Mesmo pq ficar pouco à vontade não é legal, vc pode dar a impressão errada e não ter uma segunda chance.